Às vezes uma boa imagem - ou uma sequência - transformam uma página normal em uma capa de grande apelo. Ainda que o tema não seja tão palpitante.
O Diário de Pernambuco (Recife, PE) e o Trouw (Amsterdã, Holanda) mostram isso nesse sábado.
Impossível passar despercebido pela banca de jornais.
sábado, 1 de maio de 2010
O fato na foto
O mundo inteiro recebeu fotos do Golfo do México com a enorme mancha de óleo, um desastre ambiental.
Está nas capas de Sul a Norte.
Raros foram os que traduziram o problema para a vida real. O The Birmingham News (Birmingham, AL) mostra os dedos sujos de óleo de Jordan Ellis, na costa da Louisiana.
Uma maneira inteligente de mostrar como o acidente que preocupa os EUA deve preocupar também seus habitantes.
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The Birmingham News
A recuperação de A Notícia
Na mesma semana em que apostou em uma notícia velha, A Notícia (Joinville, SC) agora busca outra vez temas polêmicos, que traduzem sua preocupação com o cidadão.
O caso do livro encomendado pela prefeitura de Joinville a uma empresa de Florianópolis, ao custo final de R$ 114 por unidade, virou cavalo-de-batalha do jornal.
É uma boa causa. Levanta, pelo menos, algumas dúvidas: Não seria mais correto encomendar o livro a uma editora de Joinville? Os valores não estão um pouco inchados? A prefeitura precisava deste livro?
Com um pouco de curiosidade, matemática e bons repórteres A Notícia terá uma semana recheada de boas matérias sobre o livro.
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A Notícia
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Final feliz em Vitória
O jornal A Tribuna (Vitória, ES) contou ontem o caso do pastor que buscava a filha, desaparecida havia duas semanas.
O desespero do líder religioso comoveu a cidade. Tanto que Flaviany, 15 anos, leu a reportagem de A Tribuna e decidiu voltar ao abraço do pai.
Jornal emociona, jornal faz pensar. Jornal pode até promover o reencontro de pai e filha.
Ponto para A Tribuna, no silêncio total da concorrência. Sua liderança no Espírito Santo não é por acaso.
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A Tribuna
Sobre a escolha da foto
O Pioneiro (Caxias do Sul, RS) aposta em uma história que faz todo o sentido para a região, o adeus do meia Lauro, do Juventude, com mais de 500 partidas pelo clube. Lauro é símbolo da equipe, foi campeão gaúcho, da Copa do Brasil.
Uma grande história, que até deve ser melhor contada nos próximos dias. As memórias, as mágoas, o sucesso e o fracasso do jogador.
Na capa de hoje Pioneiro coloca o momento da entrevista coletiva em que se anuncia o rompimento de contrato entre jogador e clube. É a foto óbvia, tradicional. Não está errada, apenas não causa impacto.
Se o jornal tivesse optado por uma imagem do jogador de costas, saindo de campo ou descendo a escadaria do vestiário, seria outra capa.
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Pioneiro
Sintonizado com o leitor
Leitor moderno tem Internet e está no FaceBook.
Por isso quando a Justiça de Nevada aceitou uma página do FaceBook, em que uma mulher aparecia em uma foto ao lado de um Jaguar zero quilômetro, como prova-testemunhal em um processo, o Las Vegas Sun (Las Vegas, NV) entendeu que era assunto de capa.
O resultado, com enorme felicidade, está na capa de hoje.
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Las Vegas Sun
Como nos velhos tempos
O Correio Braziliense (Brasília, DF) voltou a ter a pegada dos bons tempos, depois de algumas edições muito tímidas.
O posicionamento a respeito da investigação sobrer os assassinatos que mexeram com a cidade no ano passado é exemplar.
Um bom jornal sabe que isenção total é algo que não existe. E se é assim, que bom se toma partido e deixa claro qual sua posição.
Sem medo, de uma forma muito direta.
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Correio Braziliense
quinta-feira, 29 de abril de 2010
O protótipo de Época no iPad
Já está no YouTube.
A equipe da Editora Globo, liderada pelo designer Saulo Ribas, desenvolveu o primeiro protótipo de uma publicação brasileira especificamente para o iPad.
Vale a pena ver como será ler Época em um futuro muito próximo.
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Época
Como ser diferente na Inglaterra
O primeiro-ministro inglês Gordon Brown cometeu uma das maiores gafes da história do Reino Unido.
Depois de conversar com uma aposentada, em uma visita de campanha, Brown esqueceu-se de retirar o microfone de lapela que um canal de TV havia colocado em seu paletó. E acabou falando o que não devia, como chamar o encontro como "um desastre".
Os jornais ingleses tiveram três reações. The Times (Londres, UK) e The Guardian (Londres, UK) crucificaram Brown e até saíram bem parecidos.
The Daily Telegraph (Londres, UK) quis dar tudo e pouco acrescenta ao que as imagens mostram.
Dessa vez foi o The Independent (Londres, UK) quem conseguiu ir mais longe. Fez o perfil da mulher que falou com Brown, Gillian Duffy, e anunciou: últimas pesquisas, trabalhistas perdem um voto.
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A surpresa do Estadão
No inevitável exercício das redações de tentar adivinhar qual será a manchete dos principais jornais do país no dia seguinte, uma das maiores barbadas é o aumento da taxa Selic, que O Estado de S. Paulo (SP) inevitavelmente publica nos dias posteriores às reuniões do Copom.
Pois hoje o Estadão surpreendeu. A manchete é o envolvimento de Sarney no escândalo de Arruda, ainda que a notícia da alta dos juros esteja como sub.
Quem seguiu a cartilha de dar em manchete o que o jornalismo mais conservador acredita ser "o mais importante" foi a Folha de S. Paulo (SP), acompanhada por alguns jornais regionais espalhados pelo Brasil.
Mais uma vez os jornais se consideram "donos da informação" e ignoram que seu leitor soube da alta da Taxa Selic ontem, antes do anoitecer.
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quarta-feira, 28 de abril de 2010
Um tiro com endereço certo
O Estado de S. Paulo (SP) está diferente hoje.
Conhecido por ser comedido em acusações, suspeitas e revelações, o conservador jornal paulistano hoje aposta em manchete em um suposto envio ilegal de dinheiro da Igreja Universal do Reino de Deus ao exterior.
A matéria é uma bomba, mesmo que a fonte seja doleiros protegidos por delação premiada.
Vai ter reação. A Folha de S. Paulo (SP) já sofreu todo tipo de acusações da IURD e respondeu em tribunal. A Globo também, com artilharia pesada da Record.
Essa briga promete. O tiro do Estadão acertou na testa da Universal.
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O Estado de S. Paulo,
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Um pouco confuso, mas informativo
O jornal Público (Lisboa, Portugal) quer chamar a atenção para o risco de Portugal entrar no mesmo túnel sem saída da Grécia.
Em um gráfico faz a comparação das taxas de juros.
O problema é que pelo excesso de detalhes nas curvas do gráfico, a informação ficou um pouco confusa.
De qualquer maneira é um jeito de informar indo direto ao ponto.
Notícia com teia de aranha
A manchete de A Notícia (Joinville, SC) é tão velha que já apresenta poeira e teia de aranha.
A frase do Ministro da Saúde foi dita segunda-feira. Naquele mesmo dia apareceu em todos os telejornais e sites de notícias. Ontem estava na capa de muitos jornais brasileiros. Hoje é quarta-feira. O jornal catarinense publica hoje, com fogos de artifício, como se fosse novidade.
Pior, não é a primeira vez que o jornal da RBS em Joinville faz isso.
Decisões editoriais como essa justificam o fim precoce dos jornais, a queda nas vendas, a decisão de um leitor cancelar assinatura e decidir por informar-se apenas por outros veículos.
Que pena. A Notícia um dia foi um bom jornal.
Hoje deixou de ser.
terça-feira, 27 de abril de 2010
Uma boa história digital
O jornal Expresso (Lisboa, Portugal) está investindo em boas histórias contadas com todas as ferramentas disponíveis, como o online.
O trabalho Filhos Separados do Pai é um ótimo exemplo de como é possível unir texto, vídeo e o que há de melhor nas mídias digitais para passar uma mensagem com sabedoria.
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Expresso
Mais um ótimo trabalho do The Times
O The Times (Londres, UK) consegue sempre unir a grande ideia, o assunto do dia e a imagem.
Hoje descobre esse instantâneo na rua, uma foto quase surreal, para justificar a matéria da troca de alvo dos conservadores, que agora consideram Nick Clegg o adversário a ser batido, não mais Gordon Brown.
Assim se faz um bom jornalismo.
Use a imagem, não o texto
Uma mulher foi atropelada nos arredores de Belém e o acidente parou uma estrada.
A informação que interessa ao paraenses que ficaram presos por 3 horas é o engarrafamento.
Como evitar o próximo? Onde está o gargalo? O que será feito a partir de agora?
O Liberal (Belém, PA) tratou o caso pelo fato - a morte - e não pela consequência.
Já o Diário do Pará (Belém, PA) rasgou enorme foto da estrada parada, deixando claro que o problema superou em muito o atropelamento e afetou milhares de paraenses.
Seria uma edição de luxo caso a síndrome de "dar tudo" não tivesse se manifestado na hora de conceber a capa. Para que aquela foto do acidente ridiculamente aplicada sobre a imagem principal?
O Liberal errou. O Diário quase acertou.
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O Liberal
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Para quem tem alguma dúvida sobre o iPad
Que tal ler Alice no País das Maravilhas desse jeito?
E ainda há quem pense que o iPad não vai pegar...
Dica do colega Juan Antonio Giner.
E ainda há quem pense que o iPad não vai pegar...
Dica do colega Juan Antonio Giner.
Sinal dos tempos
Certa vez o editor de economia de um grande jornal brasileiro foi sumariamente demitivo por um motivo estranho: ele publicou uma - maravilhosa - matéria sobre o lixo das autoridades em Brasília.
O diretor do jornal argumentou que lixo não era matéria naquele jornal.
Hoje o Aftenposten (Oslo, Noruega) publica foto de uma cesta de lixo na capa.
Alguém ficou ofendido com isso?
Sinal dos tempos.
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Aftenposten
O chavão preferido do jornalismo esportivo
Em dias de finais dos campeonatos estaduais de futebol, nada supera a "mao na taça".
Está em O Estado de S. Paulo (SP), Diário de S. Paulo (SP), Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS) e O Tempo (Belo Horizonte, MG).
Está em O Estado de S. Paulo (SP), Diário de S. Paulo (SP), Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS) e O Tempo (Belo Horizonte, MG).
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O Tempo
domingo, 25 de abril de 2010
O outro lado do craque
A Folha de S. Paulo (SP) está certíssima.
Em dia de decisão do Campeonato Paulista, onde uma equipe leva enorme favoritismo sobre a outra, é preciso ser diferente.
Focar onde? No craque, no diferente. E tratá-lo de uma maneira bem diferente também.
Neymar, em formato modelo, está na capa da Folha.
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Folha de S. Paulo
O desafio de inovar sempre
O 25 de abril é a data maior da moderna Portugal. A Revolução dos Cravos, de 1974, deve ser sempre lembrada e comemorada.
O problema é que os jornais já não têm grandes ideias todos os anos para passar pela efeméride.
Hoje o Público (Lisboa, Portugal) consegue ser diferente ao localizar as casas que a revolução ocupou e fazer um perfil de Grândola, a vila que virou símbolo do movimento e até hoje é cantada em música.
Já o Diário de Notícias da Madeira (Funchal, Portugal) tenta reabrir o debate sobre o novo país, que ainda precisa ser construído tantos anos depois. Na Madeira, o 25 de abril não teve o mesmo impacto de Lisboa. Mas a ilha ainda sofre com a centralização de poder no continente.
O problema é que os jornais já não têm grandes ideias todos os anos para passar pela efeméride.
Hoje o Público (Lisboa, Portugal) consegue ser diferente ao localizar as casas que a revolução ocupou e fazer um perfil de Grândola, a vila que virou símbolo do movimento e até hoje é cantada em música.
Já o Diário de Notícias da Madeira (Funchal, Portugal) tenta reabrir o debate sobre o novo país, que ainda precisa ser construído tantos anos depois. Na Madeira, o 25 de abril não teve o mesmo impacto de Lisboa. Mas a ilha ainda sofre com a centralização de poder no continente.
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Público
Jornal tem que ter memória
Uma das maiores virtudes de um jornal é seu arquivo. A quantidade de boas informações bem guardadas em páginas, micro-filmes e computadores é impressionante, um manancial de ótimas matérias.
O Correio Braziliense (Brasília, DF) hoje encontrou a rainha da censura dos anos 60 e 70, dona Solange Hernandes, que resolveu falar. Uma matéria imperdível para aliviar uma semana infeliz do CB.
Enquanto isso A Tribuna (Santos, SP) recupera a semana sangrenta de maio de 2006, quando nada menos que 564 pessoas morreram em guerra de facções do crime organizado na região. E chega a uma triste conclusão: ninguém foi punido.
Duas ótimas reportagens de quem tem memória jornalística.
O Correio Braziliense (Brasília, DF) hoje encontrou a rainha da censura dos anos 60 e 70, dona Solange Hernandes, que resolveu falar. Uma matéria imperdível para aliviar uma semana infeliz do CB.
Enquanto isso A Tribuna (Santos, SP) recupera a semana sangrenta de maio de 2006, quando nada menos que 564 pessoas morreram em guerra de facções do crime organizado na região. E chega a uma triste conclusão: ninguém foi punido.
Duas ótimas reportagens de quem tem memória jornalística.
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