Virou rotina.
O USA Today (McLean, VA), jornal nacional dos EUA - terceiro em circulação impressa - está gostando de apostar em um tema predominante em suas capas. Mesmo tendo formato standard.
Terça-feira foi assim.
Hoje outra vez.
Boa aposta.
Virou rotina.
O USA Today (McLean, VA), jornal nacional dos EUA - terceiro em circulação impressa - está gostando de apostar em um tema predominante em suas capas. Mesmo tendo formato standard.
Terça-feira foi assim.
Hoje outra vez.
Boa aposta.
Não há mais qualquer justificativa em se investir pesado em edições impressas e economizar em tecnologia - que favoreceria o digital.
Comprar rotativa, agora, é um primeiro e decisivo passo para o suicídio.
Não é preciso ter bola de cristal, basta olhar os números. O levantamento do NiemanLab e da Press Gazette, que o Poder 360 (Brasília, DF) publica hoje, indica queda de 81% na circulação dos maiores impressos dos EUA desde 2000. Só The Wall Street Journal (Nova York, NY), editado para o nicho de investidores, tem mais de 500 mil exemplares por dia. Em 2000 eram 10 diários superando essa marca.
No Brasil, como já vimos, a maior circulação (em DEZ/21) entre os grandes é a de O Estado de S. Paulo (SP), com pouco mais de 70 mil exemplares/dia. Hoje seguramente está abaixo desse número.
A mensagem é clara: os impressos devem ser vistos - e tratados - não mais como um produto de notícias, mas de análises, opinião, exclusivas. Isso requer maior dedicação, muito mais criatividade, periodicidade não necessariamente diária e um público mais exclusivo - e menor. Mas há um negócio por trás, basta entendê-lo.
O mais importante conselho que se pode dar é: não se deixe morrer pelo passado, pela nostalgia. Os tempos são outros. É preciso cabeça aberta e uma boa dose de ousadia.
PS: colaboração do colega Cláudio Thomas, ex-editor em jornais da RBS, que transformou-se em atento observador da mídia e hoje vive em Florianópolis
Mas mesmo assim é preciso ser criativo, ousar, provocar o leitor. Foi exatamente o que fez o USA Today hoje, com 182 nomes de crianças e adultos assassinados em escolas desde 1989.
Não há fotos, apenas contornos de rostos, dando a ideia do volume. E os nomes, idades e locais das barbáries.
Uma capa precisa contar algo, defender alguma ideia. Bem como fez o gigantes americano.
O dado só não é surpreendente porque há muito a receita digital desbancou as mídias analógicas, no total. Ocorre que entre 70% e 85% ficam nas mãos dos dois maiores intermediários, Google e Facebook. Portanto a disputa restringe-se à verba total de publicidade de um impresso e uma fatia entre 15% e 30% do que entra por via digital. Agora essa fatia será superior à do impresso.
Qual a preocupação? É que segundo o gráfico da PWC a curva da receita em publicidade digital encontra-se estável. O problema é a queda acentuada das receitas de anúncios no impresso. Sem que se recupere esse dinheiro. Foram quase US$ 12 bilhões investidos no papel em 2017. A previsão para 2026 é de US$ 4,9 bilhões.
No Brasil o ponto de inflexão talvez demore um ou dois anos mais - mas vai acontecer. A solução precisa passar por entender digital como negócio principal da empresa, que também oferece outros produtos como o impresso. No The New York Times (Nova York, NY), por exemplo, dois terços das receitas já chegam por meios digitais, principalmente assinaturas. E crescendo
É preciso se mexer, tomar decisões, montar estratégias. Ou depois pode ser tarde demais.
Um estudo da Price Waterhouse Coopers (PWC), conhecida consultora internacional de negócios, está mexendo com a mídia dos EUA. Segundo o do...