Imprima essa Página Mídia Mundo: 2010-10-10

sábado, 16 de outubro de 2010

O bom jornalismo tem vida eterna


O bom jornalismo vive de grandes histórias e de exclusivas. Conteúdo que será achado apenas em um jornal.

Hoje o Diário de S. Paulo (SP) publica um material exclusivíssimo apurado pela atenta repórter Tahiane Stochero, que teve acesso aos volumes do processo pela morte da menina Eloá, que chocou o Brasil.

Amanhã o Caso Eloá completa dois anos. O assassino, Lindemberg, ainda não foi julgado.

Na reportagem do Diário, os argumentos da defesa e da acusação para o juri, que deve acontecer - finalmente - até o fim do ano.

O mau jornalismo vai desaparecer

Preste atenção na capa de hoje do Diário de Taubaté (Taubaté, SP).

Quem, em sã consciência, desembolsa R$ 1 para levar um exemplar para casa? Qual motivo pode favorecer esse gesto?

Nenhum.

A manchete é absurda. Fala de um fato conhecido demais para ser a principal aposta (horário de verão) e ainda diz "domingo" e não "amanhã" ou "meia-noite". O apoio ainda traz quatro gigantescas linhas, um atentado ao design de qualidade.

Depois utiliza foto-calhau para falar de trânsito e publica um anúncio da Prefeitura que rouba todo impacto da primeira página.

Um horror.

Este jornal está condenado à morte, a menos que mude já.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O pequeno furou os grandes


O Jornal da Metrópole (Salvador, BA) furou os grandes jornais baianos.

A matéria de capa é um ótimo trabalho de investigação que não aparece em nenhum outro diário da Bahia.

A boa reportagem não depende da circulação do meio.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Um infográfico que conta tudo


Assim deveriam ser todos os infográficos: tão completos e claros que não deixam espaço a dúvidas (clique para ampliar).

Este brilhante info está no The Daily Telegraph (Londres, UK).

Se alguém não entender como foi a saída dos mineiros depois de ler este trabalho, nunca mais entenderá.

Dica do Innovations in Newspapers, blog de Juan Antonio Giner

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Como publicar o fato antes dele acontecer

O primeiro mineiro do Chile chegou à superfície do Deserto de Atacama pouco depois da meia-noite. É um horário ruim para jornais brasileiros, acostumados a fechar pelas 22h ou 23h. Pior ainda para os europeus, com até 5 horas de fuso-horário.
Mas como sonegar o drama que hipnotiza mihões de pessoas na frente da TV?
A saída é criar - e remeter o leitor ao site do jornal.
O Dia (Rio de Janeiro, RJ) traz um ótimo infográfico na capa, antes de qualquer resgate das profundezas do deserto. El País (Madri, Espanha), Público (Lisboa, Portugal), Yedioth Ahronoth (Tel Aviv, Israel) e Kleine Zeitung (Graz, Áustria) ensinam com maestria o que fazer.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pouca criatividade no Chile

Termina hoje o drama dos mineiros no Chile.
A cápsula de resgate chegou ao local de resgate, só se fala disso de Santiago ao sul da Patagônia chilena.
Mas parece que os jornais chilenos não souberam retratar o tema das ruas.
É manchete de todos os jornais, claro, mas sem nenhum atrativo que justifique a compra de um exemplar.
Nada de novo. Mais do mesmo.
Perderam a grande chance.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A mesma notícia, dois jeitos de anunciá-la

A morte de Rafaela chocou Pernambuco.
Atropelada por um buggy na beira da praia, ganhou as manchetes dos jornais.
Só que o Diário de Pernambuco (Recife, PE) entendeu que era preciso humanizar a notícia, contar a história, já que hoje o Estado inteiro já sabe do fato. E publicou seu nome, sua idade e uma foto descontraída de Rafaela.
Já o Jornal do Commercio (Recife, PE) preferiu uma manchete tradicional, sem grandes emoções.
São duias formas de contar a mesma história.

domingo, 10 de outubro de 2010

Todos idênticos no Pará

É verdade que o Círio de Nazaré é a maior festa popular e religiosa do Norte, talvez até do Brasil.
Mas nada justifica a capa idêntica dos três jornais concorrentes - O Liberal (Belém, PA), Diário do Pará (Belém, PA) e Amazônia Hoje (Belém, PA), com a imagem da Rainha da Amazônia.
Até porque no ano passado, todos estavam iguais também.
Será que ninguém consegue ser criativo no Pará?
Ou será que é o patrocínio quem pauta os jornais?