Imprima essa Página Mídia Mundo: 2014-04-27

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Folha abre o voto


Ainda faltam cinco meses para as eleições - com uma Copa do Mundo no meio do caminho. Mas a Folha de S. Paulo (SP), jornal de maior circulação do Brasil, acaba de abrir o voto em alto e bom som.

A manchete de hoje, com uma frase de um candidato contra outro, é só o primeiro recibo da campanha de artilharia pesada que a Folha deverá promover nos próximos meses.

Jornais sérios costumam abrir voto nos textos de opinião, jamais no conteúdo editorial. Folha exagerou. E pode acabar pagando por isso.

Um bom (re)começo


Zero Hora (Porto Alegre, RS) se renovou aos 50 anos.

Ainda é cedo para qualquer avaliação mais profunda, mas há pelo menos três boas notícias nessa mexida - e uma ruim.

O desenho mais leve favorece a leitura, com a criação de diversas entradas nos textos (os editores precisam entender que isso não é estética, é conteúdo). Verdade que a escolha das fontes não agrada chimangos e maragatos, mas é um começo; a criação de quatro macroeditorias dinamiza o fluxo de trabalho; assumir o nome ZH é uma maneira de se aproximar do leitor.

Tudo muito bem, desde que a gestão das mudanças seja correta e insistente, ou terá sido apenas um exercício de perfumaria. Jornais que adotaram esse modelo - muitos deles ajudados pela Innovation Media Consulting - hoje ganharam o jogo do crescimento em tempos difíceis. Só para citar exemplos recentes na América Latina, El Comércio (Quito, Equador), Últimas Notícias (Caracas, Venezuela) e Correio* (Salvador, BA).

Mas há vícios da velha escola "jornalão". Para que tantas páginas? Quando é que se vai separar o relevante do apenas importante? Será que os colunistas representam a opinião do que a região de atuação do diário quer saber?

De qualquer forma, o simples desejo de se renovar aos 50 anos é uma ótima notícia.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Os tropeços da imprensa


O que leva um jornal de grande circulação na Capital Federal como o Correio Braziliense (Brasília, DF) a optar pela manchete de hoje? Será que o jornal acredita que é bom estar em uma cadeia com chuveiro quente?

O jornal poderia abrir sua artilharia pesada contra as péssimas condições das prisões brasileiras, onde chuveiro quente é privilégio.

Se o objetivo era desestabilizar o governo perdeu a oportunidade de trabalhar melhor a pesquisa CNT de ontem, que mostra Dilma caindo e a oposição subindo. Isso ficou pequeno, no alto da capa.

O Diário de Santa Maria (Santa Maris, RS) diz em manchete que 6 de cada 10 evangélicos são jovens. E? O que tem isso? É muito? É pouco? Qual a proporção de jovens na cidade de Santa Maria?

Informações perdidas e incompletas como essa só servem para confundir o leitor.

São os dois tropeços da imprensa brasileira hoje. Que no feriado a situação melhore.

Bela foto na Bahia


A grande foto é aquela que ninguém espera.

Lúcio Távora conseguiu, na capa de A Tarde (Salvador, BA) flagrar o governador do Estado, Jaques Wagner, limpando o rosto da presidente Dilma. Uma cena, no mínimo, inusitada, ainda melhor pelas reações nas faces de cada um dos demais personagens da foto.

Excelente imagem.


terça-feira, 29 de abril de 2014

Ao vencedor as bananas - Update


As bananas tomaram conta das capas brasileiras. Depois do episódio Daniel Alves, é o país contra o racismo.

Pelo menos 5 jornais foram buscar bananas na sociedade.

Lance (Rio de Janeiro, RJ), Metro (SP), Folha de S. Paulo (SP), Jornal de Santa Catarina (Blumenau, SC) e Jornal do Commercio (Recife, PE) entraram na onda.


Update: no jornalismo quem tem a ideia primeiro leva o crédito.

O competente Diário de Pernambuco (Recife, PE) se deu conta do tamanho da encrenca em relação às bananas e deu nobre espaço na capa já na edição de ontem.

Ponto para o DP.

PS: Valeu Fred!

Azar de quem arrisca


A fórmula do Amazônia (Belém, PA) é clara: manchete popularesca e fotão de mulher seminua.

Só o que ninguém prevê é quando esses dois elementos "conversam".

Hoje é um daqueles dias. Azar do piloto-automático e da falta de olhar a capa pronta com olhos de fora.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Mais exemplos de jornalismo fora de época




O Vaticano recebeu milhares de fieis para a cerimônia de canonização de dois papas. Mais, além de Francisco também Bento XVI estava presente.

OK, foi um momento histórico. Mas no início da tarde já era velho.

Só que pelo menos dois jornais brasileiros, Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e O Estado do Maranhão (São Luís, MA) deram isso em manchete. Para que? Para quem? Que demonstração de jornalismo velho e inútil.

O Globo (Rio de Janeiro, RJ) e O Povo (Fortaleza, CE) souberam aproveitar a situação. A foto valeu a imagem da capa, mais pela multidão que se reuniu do que pelo fato. Nesse caso a aposta vale, afinal a imagem é surpreendente.

Mas manchete é uma decisão inexplicável.