Imprima essa Página Mídia Mundo: 2021-05-02

sábado, 8 de maio de 2021

Gráficos no lugar de fotos

Quem falou que é preciso ter fotos gigantes na capa?

A arte de se produzir uma boa capa começa com a ideia de saber o que se quer informar. E então é preciso decidir como dizer isso.

O assunto é estatística sobre empregos nos Estados Unidos. Por isso é muito mais relevante explicar tudo em gráficos do que em imagens - a menos que se queira contar a história de um personagem que simbolize o que os números informam.

The New York Times (Nova York, NY) e The Wall Street Journal (Nova York, NY) publicam capas super informativas. E sem fotos em destaque. 

 

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Comece a se despedir de Época


Época (SP) nasceu no final dos anos 90 assumindo o modelo editorial da revista Focus, da Alemanha. Notas curtas, muita informação, reportagens de peso. Mas na largada resolveu fazer uma aposta equivocada: um nome diferente, único. Chamou-se Época, que não tinha qualquer tradição ou significado. E era tempo da Veja (SP) com mais de um milhão de exemplares.

Não deu certo. Rapidamente trocou-se editor-chefe, diretor de negócios e aos poucos Época respirou. Através de acordos com terceiros, lançou a maior campanha para promover novas assinaturas que o Brasil já conheceu. O cliente podia escolher uma passagem para qualquer destino do Brasil, que custava mais do que a assinatura. E era brinde. Cresceram os números, mas passado o período contratado não havia renovação.

Época tentou de tudo, mudou fórmula várias vezes, experimentou projetos gráficos. Mas nunca aconteceu. Nunca conseguiu o objetivo da Editora Globo: ser a principal revista brasileira, apesar de alguns "furos".

Há 5 anos a revista perdeu completamente a bússola. Não sabia para onde ir, embora tenha ganho sobrevida ao circular grátis para assinantes de O Globo (Rio de Janeiro, RJ) e de Valor Econômico (SP). Já em 2019 os boatos de que poderia encerrar a edição impressa cresceram. Mudou-se mais uma vez a liderança editorial. E não deu certo de novo.

A revista quase desapareceu. Segundo o IVC, em Dezembro/2020 a circulação impressa era de 38.964 exemplares (10% do que tinha seis anos antes) e digital com 49.835 assinantes (40% do que teve em 2018). Faltou relevância. Faltou inteligência criativa. Faltaram motivos para alguém buscar um exemplar.

A Editora Globo anunciou hoje que no final de maio a revista deixa de existir. Em todas as plataformas. Foram 23 anos de luta, sem nunca se firmar. A partir de agora a marca Época será uma seção na edição de sábado de O Globo. Reportagens, features, algo que possa surpreender.

Que pena.

PS: de minha parte me orgulho de ter publicado em Época. A reportagem O Fim do Museu das Notícias, publicada em dezembro de 2019, deu enorme repercussão.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

RIP Paulo Gustavo


Alguns impressos se deram conta do tamanho da morte de um dos mais conhecidos comediantes do Brasil.

Ele era a risada. Morreu de Covid. Os responsáveis têm nome e sobrenome.

Nenhuma super capa, mas Meia Hora (Rio de Janeiro, RJ), Extra (Rio de Janeiro, RJ) e Correio* (Salvador, BA) entenderam a dimensão dessa triste notícia.






 

terça-feira, 4 de maio de 2021

Capa certa no lugar errado


O Estado de Minas (Belo Horizonte, MG) tem produzido capas de altíssimo nível. Inteligentes e criativas. Como a de hoje - sem dúvidas a melhor do país nesse início de CPI.

Só que o EM é um jornal mineiro, de baixa circulação fora das Minas Gerais. E o segredo de um impresso é ser local ao extremo, falar dos valores da região.

Não está errado falar da CPI. É um assunto que atinge todos os brasileiros - mineiros inclusive. Um tema nacional de impacto é também local. Só que o que se espera de um impresso local é algo "da aldeia", da esquina. Algo que o leitor desconheça.

A ótima capa do EM é apenas interpretação criativa de algo que todos sabem. Ficaria melhor em um jornal de circulação nacional. Ou de Brasília.