Imprima essa Página Mídia Mundo: 2018-12-09

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A última edição


O governo Nicolás Maduro ganhou mais uma batalha, o povo venezuelano perdeu.

O jornal El Nacional (Caracas, Venezuela), conhecido meio de comunicação de oposição desde Hugo Chávez, anunciou que a edição de hoje é a última de seus 75 anos de história. Falta papel, falta autonomia para distribuição, sobram pressões e ameaças aos jornalistas.

Curioso é que Chávez sabia que era fundamental ter meios de oposição, para passar um ar de liberdade no país. Até sua morte circulavam El Universal (Caracas, Venezuela) e El Nacional, além da TV Globovisión. Todos identificados com a oposição.

Quando Maduro assumiu imediatamente tratou de comprar El Universal e a TV. Só ficou El Nacional tentando sobreviver. Até que as dificuldades superaram o esforço.

El Nacional segue na versão digital. E promete voltar quando o país retornar à normalidade democrática.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Quase bom


O Metro (Campinas, SP) precisava dizer algo mais do que a chacina da Catedral, que chocou a cidade. Ir mais longe. Mostrar o que ninguém viu.

A frase da testemunha é boa. E funciona bem o branco sobre preto.

Mas...

...para que a foto horrível, retirada do vídeo de segurança da igreja? O que acrescenta, uma vez que foi a imagem mais vista de ontem? Fora de foco, borrada, em plano aberto e, ainda por cima, limitada a um quarto de página?

Não há explicação. A capa tinha tudo para ser boa, mas o piloto-automático do editor estragou tudo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

O suicídio dos jornais


Jornais impressos, em 2018, não são comparáveis aos de 1998. Esses 20 anos de diferença serviram para que as plataformas dinâmicas (Internet, mídias eletrônicas) ocupassem o espaço da informação veloz. Jornais, portanto, servem a cada vez mais aprofundar uma informação.

Soma-se a isso a relevância do fato. Jornais precisam hoje ocupar-se de conteúdos locais, que façam a diferença na vida daquele leitor.

Pois bem, apesar de 99% dos jornalistas do mundo concordarem com essas premissas, o conservadorismo, a falta de coragem, a ausência de criatividade e a força do piloto-automático acabam surpreendendo (negativamente) o leitor com edições absolutamente descartáveis de alguns jornais. É inacreditável que jornalistas ainda cometam absurdos editoriais com os que aparecem nesse post.

Mas há, possivelmente, uma explicação: o plantão de fim de semana, quando meios pouco profissionais escalam "de castigo" maus editores. E impera uma ordem: na edição de segunda-feira precisa ter futebol em destaque. Só que os "sábios" esqueceram que as competições nacionais acabaram na semana passada. O resultado é uma inacreditável aposta na irrelevância.

O que faz uma foto de uma equipe argentina dominando a capa de O Liberal (Belém, PA)? O jogo em questão ocorreu em Madri... Na mesma pegada Estado de Minas (Belo Horizonte, MG) e O Tempo (Belo Horizonte, MG), sem tanto estardalhaço como o diário do norte. E até mesmo o Metro (Brasília, DF) - pelo menos esse não cobra nada do leitor.

Será que ninguém tinha uma foto mais relevante, local, para publicar? E depois reclamam que o leitor está em queda. Motivos não faltam.

Lamentável.