Imprima essa Página Mídia Mundo: 2009-08-30

sábado, 5 de setembro de 2009

Colírio para os leitores

Não há nada de novo, apenas bom gosto.
O National Post (Toronto, Canadá) usa o grafismo para falar de letra cursiva.
E o Montgomery Advertiser (Montgomery, AL) usa o algarismo 7 para chamar a atenção de coisas para se fazer na cidade.
Simples.
Elegante.
Inteligente.

Erra e ainda passa recibo

O jornal Cruzeiro do Sul (Sorocaba, SP) deu um exemplo de mau jornalismo explícito.
Na manchete insinua que as inaugurações do governador já estão servindo de palanque.
E assim mesmo abre bem a foto de José Serra (aliás, atrás de um microfone) e oferece espaço nobre ao fato.
Se é campanha, então que o jornal reduza a notícia ao espaço que ela merece.

As siglas que enlouquecem (II)

Os exemplos parecem não ter fim.
Hoje quem comete um inexplicável e misterioso "gm" é o Jornal de Limeira (Limeira, SP).

A agilidade garantiu o furo na Bahia

Nada revoltou tanto os baiano em 2009 do que o brutal assassinato de uma médica, no início de agosto.
Por isso, acompanhar os passos do réu confesso é obrigação jornalística.
Ontem à noite, por volta das 22h30min, o assassino foi achado morto em sua cela.
Pela manhã ele havia participado da reconstituição do crime.
A versão oficial fala em suicídio.
Em vez de corda, camisa e lençol.
O fato é que a Bahia acordou com a notícia.
Nas rádios, canais de TVs e na capa de A Tarde.
Apenas na capa de A Tarde, que já publicara a notícia no seu site a 01h04min, em um show de agilidade jornalística.
Os concorrentes Correio* e Tribuna da Bahia só trouxeram a notícia da reconstituição do crime.
Fecharam mais cedo, sem saber da bomba.
Nada nos sites, nada nas edições de hoje.
Golaço de A Tarde, web e papel, que furou a Bahia e o Brasil.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A arte joga a favor

Um editor tem todos os elementos necessários para elaborar bem seu cartão de visitas, ou seja, a capa.
Para o De Standaard (Bruxelas, Bélgica) o cartoon resolveu.
É moderno, bem humorado, informativo.
O Dia (Rio de Janeiro, RJ) quis ressaltar a alegria do Rio, que apareceu na Revista Forbes.
Era preciso ter todos os sorrisos da cidade. E ainda mais.
O sorriso do Smiley, popular boneco risonho da web, foi o toque da arte que faltava.
O resultado é excelente.



Não basta ter a idéia

O grafismo é uma arte.
É preciso transformar a idéia em algo que encante.
Que provoque, emocione e faça pensar.
O tradicional The Times (Londres, UK) soube usar a arte com talento.
O Delovoy Peterburg (São Petersburgo, Rússia) também.
Mas o El Nuevo Dia, (San Juan, Porto Rico) ficou devendo.
A idéia foi boa.
A execução lamentável.





Diário da Santa Chuva



O Diário de Santa Maria (Santa Maria, RS), jornal do Grupo RBS, anda gostando dos temporais.
Em três dias, é a segunda capa que dá aos raios e à chuva.

Um toque de sensibilidade

Nunca se produziu fotos tão boas como agora no jornalismo.
São imagens fantásticas, que revelam um novo olhar sobre temas muitas vezes conhecidos.
Os jornais muitas vezes não publicam boas imagens por culpa única e exclusiva de seus editores, gerentes e diretores.
Possivelmente nenhum jornal publicaria a bela foto McMoon do Times Record (Fort Smith, AR). Um diretor diria que isso é publicidade grátis.
São raras as fotos de presidente em ângulos diferentes, como mostra o Chicago Tribune (Chicago, IL). O piloto-automático faz o editor investir na foto normal.
E mais raras são as imagens com cortes ousados como a do Northwest Herald (Crystal Lake, IL).
Perdem os leitores, perde o bom jornalismo.
Essa sensibilidade perdida pode trazer de volta o gosto pelos jornais.
As fotos estão no sistema, nas agências, nas câmeras dos fotógrafos.
Falta cultura visual e bom senso aos editores, gerentes e diretores.




Imprecisões perigosas

Se a manchete não é clara o leitor não entende.
As apostas de Estado de Minas (Belo Horizonte, MG) e Jornal de Limeira (Limeira, SP) são, no mínimo, imprecisas.
Faltou imaginação aos editores.



Alguém errou

Esses dois jornais pertencem à mesma empresa.
O Kleine Zeitung (Graz, Áustria) e o Neue Vorarlberg Tageszeitung (Vorarlberg, Áustria) publicaram a mesma foto.
Só que um deles inverteu a imagem.
Quem cometeu essa bobagem?


As siglas que enlouquecem o leitor

Uma sigla só funciona em título se for muito bem conhecida.
ONU, Fifa, STF.
Mas na grande maioria das vezes os jornalistas acham que o leitor entende qualquer sigla.
Ou tem preguiça de elaborar melhor o título.
Esse achismo afasta leitores.
O leitor se sente excluído, fora do grupo "iluminado" que entende o significado das siglas.
O que será Sosp e Daea, que aparecem na capa da Folha da Região (Araçatuba, SP)?
Alguém entende PMJP e PSF da capa do Jornal da Paraíba (João Pessoa, PB)?
E o que seriam GCMs do Diário do Grande ABC (Santo André, SP)?
As siglas enlouquecem até o leitor mais preparado.



quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Arte, a forma mais eficiente de transmitir informações rápidas

Escolha a sua capa.
Em qualquer dos casos abaixo, a visão do leitor cai direto na arte.
Em um rápido olhar já se entende o que se quer dizer.
Se o jornal tentar traduzir as artes e infográficos em palavras, terá utilizado mais espaço editorial com muito menor eficiência.
A arte é parte fundamental de um jornal.
Mesmo assim há repórteres que ainda acham que seu texto é o centro de um jornal.
Há fotógrafos que não permitem cortes em fotos.
E, o pior, editores que acreditam nessas duas máximas acima.
Tudo o que puder ser dito com imagens, ótimo.
O leitor agradece.









Um jornal lado a lado com o leitor

The Globe and Mail (Toronto, Canadá) sabe entender seu leitor.
Se ontem a bronca foi com o político que atropelou - e matou - um ciclista, hoje o jornal abraça a causa da comunidade.
Mostra o protesto dos ciclistas.
Com uma foto espetacular.


Como não fazer uma capa

O Diário de Taubaté (Taubaté, SP) é conhecido por sua desorganização gráfica.
Mas há dias em que ele se supera.
Por exemplo, hoje.
O exagero de fotos, a falta de hierarquia das chamadas, a confusão editorial e até o anúncio com colunagem diferente, tudo atrapalha.
Que festa um bom designer faria nesse jornal.



Serviço com bom gosto

Duas equipes universitárias do Alabama vão jogar no fim de semana em Atlanta, na Georgia.
O jornal The Anniston Star (Anniston, AL) sabe que nem todos os torcedores e familiares conhecem Atlanta.
Por isso um mapa com o transporte público da cidade é um ótimo serviço para os leitores.
Simples. Ágil. E de bom gosto.
Isso faz um potencial leitor comprar o jornal.



Jornal é para o leitor, não para o ego da redação

O jornal Pioneiro (Caxias do Sul, RS) e Mogi News (Mogi das Cruzes, SP) erram feio quando valorizam de maneira exagerada fatos internos e desdenham os conteúdos que interessam ao leitor.
As misses da Festa da Uva no Pioneiro, que já mereceram alguns comentários do Mídia Mundo no sábado pelo kitsch e na segunda-feira pelo bairrismo, atacam outra vez.
Agora é um chat.
E o que importa ao leitor se as meninas estiveram em um chat?
Impressionante a imprensa do interior gaúcho.
Muito parecido foi o Mogi News de ontem.
A capa foi tomada pela inauguração de um canal de TV. Do próprio Mogi News!
Eta propaganda disfarçada de matéria!
E o leitor, onde fica?



quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Mera coincidência

Por acaso as edições de hoje do Correio Braziliense (Brasília, DF) e do Pocono Record (Stroudsburg, PA) se parecem.
Crimes.
Fundo preto.
Fonte branca.
Bom para o leitor.




Deu no Financial Times

O mercado de mídia nos Estados Unidos caiu mais de
US$ 10 bilhões
nos primeiros 6 meses de 2009.

A mesma careta

Os três grandes jornais de Toronto, Canadá, conseguiram uma façanha: publicaram fotos com a mesma expressão facial do personagem em questão, Michael Bryant.
Bryant atropelou e matou um ciclista.
O político está com problemas.
Já os jornais apostaram na mesma imagem.








Faltou contar a história

O Jornal de Limeira (Limeira, SP) traz na manchete uma das histórias mais bizarras da história da cidade.
Depois de roubar uma igreja na cidade, os ladrões fritaram e comeram pastéis!
Essa história precisa ser contada.
Pastéis de carne? De queijo?
Que história saborosa!
Os pastéis de Limeira vão entrar para o anedotário do jornalismo.


Emprego é o que interessa aos americanos

O Sun Sentinel (Fort Lauderdale, FL) já pode antecipar o mote das discussões políticas que começam em 2010: emprego.
Guerra, imigração, aborto, saúde, tudo interessa.
Mas a arte de capa diz tudo: emprego é o principal.


Avisa lá!

Parece que há alguns editores desconectado com o mundo.
É preciso avisar a redação do Pioneiro (Caxias do Sul, RS) que não é preciso fazer testes para descobrir bactérias em todas as partes da cidade.
As bactérias sempre estiveram nos objetos, nas mãos, no ar.
Em Caxias do Sul e em qualquer cidade da Terra.
E se estão, não pode ser manchete.
Também os editores de Folha da Região (Araçatuba, SP) deveriam ler mais jornais, navegar pela Internet, ver TV.
O incêndio da Califórnia - foto de capa - foi novidade no fim de semana, chegou em Los Angeles na segunda-feira.
Quarta-feira já se trata de notícia velha.





A mesma idéia

Os dois jornais de Santa Maria (RS) tiveram a mesma idéia de capa: um raio.
Dessa forma, pelo menos por um dia, A Razão parece o Diário de Santa Maria.
E o Diário se parece com A Razão.
Em Santa Maria, azul e vermelho se confundem.
Só em Santa Maria..




terça-feira, 1 de setembro de 2009

Gente e mais gente




Não é preciso ir até a Índia para se entender o que é multidão.
Basta ler o Aajkaal (Calcutá, Índia).
E nem é preciso entender o idioma.









A sorte de ser canadense

Que felicidade poder ir a uma banca de jornal e ter três opções criativas como o Toronto Star, The Globe and Mail e National Post para escolher.
Se depender das capas de hoje, o escolhido será por sorteio.
Ou melhor ainda: comprar os três.
Geniais!



É preciso saber criar em datas

São 70 anos da invesão alemã na Polônia.
Uma data que os poloneses lembram com raiva, mas também com orgulho de terem sobrevivido ao massacre.
A Gazeta Wyborcza (Varsóvia, Polônia) foi muito feliz na capa de hoje.
Inquieta, emociona e faz pensar.



Fogo em Los Angeles

As queimadas já estão em Los Angeles.
É dia dos sites brilharem com breaking news de qualidade, como o latimes.com.
E os jornais, com o ciclo de 24 horas, precisam ser criativos para serem necessários.