As fotos contam tudo

Quando a foto diz tudo, não é preciso inventar nada.

Hoje a boa imagem conta a história.

No dia seguinte é fácil...

O Pioneiro (Caxias do Sul, RS) mandou bem.

Pena ter chegado um dia mais tarde do que Estado de Minas e Comércio da Franca.

Os jornais-cartazes

Impressionante a sintonia entre os jornais Estado de Minas (Belo Horizonte, MG) e Comércio da Franca (Franca, SP).

Ambos transformaram suas capas em pôsteres, com as sugestivas mãos a carregar a página.

Ideia ousada, posicionada, que encontra respaldo nas ruas.

Parabéns aos dois. 

Boas ideias têm prioridade absoluta

Duas boas ideias em jornais brasileiros.

Zero Hora (Porto Alegre, RS) faz um mosaico de cartazes vistos nas manifestações. Em 18 imagens é possível entender o que está acontecendo nas ruas.

O Diário da Região (São José do Rio Preto, SP) faz uma história em quadrinhos para contar a baixaria da Câmara de Vereadores. Impossível não ler os balões e se indignar.

O que aconteceu com a Folha?

Ao lado da Polícia e dos políticos, o grande derrotado dos protestos chama-se Folha de S. Paulo (SP).

O jornal condenou os primeiros gritos das ruas e agora, sem saber o que fazer, apela para a manchete em caixa alta. Um comportamento muito estranho de quem parece perdido em meio ao barulho da multidão em São Paulo e no Brasil.

Aguarda-se os próximos capítulos.

Lance acordou, jornalões ainda dormem

Muito curiosa a reação dos jornais paulistas aos movimentos das ruas.

O esportivo Lance (SP) dedica a capa ao barulho das ruas - e faz relações com os gastos para se organizar a Copa do Mundo e os escândalos da CBF. Isso que a Seleção Brasileira joga hoje...

Já Folha de S. Paulo (SP) e O Estado de S. Paulo (SP) mais uma vez preferem relacionar os protestos com vandalismo. Pelo jeito não entenderam ainda a mensagem das ruas.

No dia seguinte fica mais fácil

Será que o Jornal de Brasília (Brasília, DF) leu o Mídia Mundo?

As coincidências são enormes.

O gigante acordou a mídia estrangeira

Está na capa de nada menos que The New York Times (Nova York, NY) e The Independent (Londres, UK).

A boa foto nem precisa de legenda.

Manifestações - Os que entenderam a voz das ruas

Dois jornais conseguiram traduzir a mensagem das ruas. Se houvesse uma mistura dos dois se chegaria à capa perfeita.

Correio Braziliense (Brasília, DF) fala em "A nova cara do Brasil". É exatamente o que surgiu, uma cara desconhecida, jovens pedindo a palavra.

Gazeta do Povo (Curitiba, PR) faz um mosaico dessas caras, apresenta ao leitor exemplos que quem foi às ruas.

Hoje a "Gazeta Braziliense" seria perfeita.

Manifestações - Os que não disseram nada

Folha de S. Paulo (SP) e O Estado de S. Paulo (SP) fazem exatamente aquilo que não é necessário: dizem que ocorreram protestos pelo país, como se um só leitor ainda não soubesse disso.

Diário Catarinense (Florianópolis, SC) escolhe uma linda foto para ilustrar o tema, mas em vez de manchete opta pela data de ontem. Em bom português: não disse nada.

Já o Pioneiro (Caxias do Sul, RS) consegue ser tão obvio que deve envergonhar a serra gaúcha. A manchete é digna de um "Ah, é?"

Manifestações - Os fora-da-casinha

Com um conteúdo tão apetitoso fica difícil errar uma capa.

Só que ninguém do Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR) lembrou de ler a manchete antes de enviar para a gráfica. Nenhum manifestante está "contra o transporte". Pelo contrário. O que se quer é redução na tarifa. Imagine acabar com o transporte público no Paraná. Aí seria revolução.

Enquanto isso O Vale (São José dos Campos, SP) não soube escolher um verbo adequado na manchete. Afetar é sinônimo de prejudicar. E não parece que as capitais saíram prejudicadas.

Sábado sai segunda

O tempo não passou em pelo menos seis jornais brasileiros. Para eles os leitores seguem analfabetos em mídia digital e eletrônica. Ou seja, o que não sai no jornal não é notícia.

Como é possível o Diário de Santa Maria (Santa Maria, RS) dizer segunda-feira que "Brasil larga na frente"? O jogo foi sábado.

Todos os jornais que trabalham a segunda-feira esquecendo que há um domingo estão perdidos no tempo.

Uma lástima.