Imprima essa Página Mídia Mundo: 2009-09-20

sábado, 26 de setembro de 2009

A salvação por algarismos

Números impressionam sempre.
Obrigam a leitura.
Salvam uma capa.
Assim apostaram hoje jornais da Alemanha, Porto Rico e do Arizona.






Só o DC não sabia

A Classe C vira uma eleição.
Ela representa o consumo, de carros a imóveis.
A Classe C está no paraíso.
Mas isso não é de hoje, mas pelo menos desde o início do milênio.
Só o Diário Catarinense (Florianópolis, SC) não sabia.
E bastava ler a própria pesquisa para destacar novidades, como por exemplo que Santa Catarina é o estado com a menor proporção de Classe E no Brasil.
Ficou para a próxima.


O grafismo escondeu a notícia

O grafismo é fundamental em um jornal, não há dúvidas.
Um bom projeto gráfico ajuda a leitura. Um mau projeto evita a leitura.
Mas conteúdo segue sendo a chave de sucesso.
Quando há bom conteúdo e bom grafismo dificilmente algo sai errado, a menos que se tente inventar.
Foi o que aconteceu com o Estado de Minas (Belo Horizonte, MG).
A grande novidade é que 243 mil pessoas serão treinadas para o Pré-Sal.
Mas o jornal mineiro destaca apenas Petrobras e Pre-Sal.
Ficou faltando o conteúdo.
O excesso de grafismo matou a capa.


Lançamento com 32 mil assinantes

Desde quarta-feira os italianos têm como opção nas bancas de um novo jornal.
Il Fatto Quotidiano (Roma, Itália) tem apenas 16 páginas e circula somente nas maiores cidades. Mesmo assim conquistou 32 mil assinantes já no lançamento.
O jornal utiliza o Twitter e outras redes sociais para manter o interesse aceso por 24 horas. E escolheu a vítima preferencial neste início de caminhada: o primeiro-ministro Silvio Berlusconi.






Onde a Bahia é mais carioca

Chama a atenção a importância fora do comum que os jornais da Bahia deram ao assalto que terminou com morte do bandido, cujo desfecho acabou sendo transmitido ao vivo pela TV na sexta-feira.
O caso é curioso, sem dúvidas, e curiosa também foi a reação do público ao aplaudir a ação da polícia.
Mas tudo aconteceu no Rio de Janeiro, a mais de 1.000 quilômetros de distância de Salvador.
Os concorrentes Correio* (Salvador, BA) e A Tarde (Salvador, BA) deram tanto destaque que parece que o caso aconteceu no Pelourinho.
Nenhum jornal brasileiro dedicou tanto espaço na capa como o Correio*, só os populares do Rio, como Extra.
Assim como a Mangueira é conhecida por ser onde o Rio é mais baiano, será que a imprensa é onde a Bahia é mais carioca?



sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O Brasil resiste à arte na capa

Algum reparo às escolhas do Aftenposten (Oslo, Noruega) ou do Hernando Today (Brooksville, FL)?
Por que a arte nunca é protagonista nas capas do Brasil?




Apostas certeiras

O medo da ousadia não pode estar na cabeça dos diretores.
É cada vez mais claro que boas apostas resultam em mais leitores.
Foi dessa forma que o moderno jornal i (Lisboa, Portugal) dedicou sua capa hoje aos protagonistas das eleições portuguesas, em uma arte que merece primeira página.
Também o Diário do Norte do Paraná (Maringá, PR) encontrou a medida certa para destacar o julgamento do ano, que mexeu com a cidade (o Diário, aliás, fez uma bem organizada cobertura multimídia do caso, ontem).
E o De Standaard (Bruxelas, Bélgica) jogou todas as fichas no excelente material do fotógrafo belga Carl de Keyser, da Agência Magnum.
Três apostas de coragem.
Três apostas certeiras.






Tudo errado

Não bastasse o projeto gráfico ultrapassado, sem graça, que prejudica a leitura, o Diário de Taubaté (Taubaté, SP) ainda piora a situação com fotos sem interesse.
Políticos, políticos, políticos.
Aposta muito equivocada.


Há algum interesse nisso?

O Estado de Minas (Belo Horizonte, MG) apostou em uma manchete arriscada.
Usar o acidente dos caça franceses como gancho para a futura compra do Brasil é forçar demais a barra.
O que será que os leitores do EM acharam disso?
Tem algum interesse escondido na manchete?
Estranho, muito estranho.


O Diário perdeu a final da Copa

A explosão na loja de fogos no ABC é como a final da Copa do Mundo para o grande jornal local, o Diário do Grande ABC (Santo André, SP).
Mas curiosamente os populares da capital saíram-se muito melhor que o Diário.
O Jornal da Tarde (São Paulo, SP) foi quem melhor cobriu o acidente.
O Diário não avançou, foi burocrático.
Nessa final, o jornal local perdeu.
De goleada.








quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Gaddafi é o cara!

Lula abriu a assembléia da ONU, depois veio Obama.
Mas foi o ditador da Líbia, Muammar el-Gaddafi, quem atraiu a imprensa mundial.
Pelas excentricidades, ele é capa hoje de grandes jornais como The New York Times (Nova York, NY), The Guardian (Londres, UK) e National Post (Toronto, Canadá)








Isso também é notícia - II

Ontem foi no Canadá, hoje é no Texas.
Um inseto está atacando a cidade de Kerrville e o jornal local, The Kerrville Daily Times, precisa falar do assunto que está na boca do cidadão.
Isso também é notícia.



Ficou fácil fazer a capa

Foi o maior vendaval de areia dos últimos 70 anos na Áustrália.
O dia ficou cor de laranja.
Os fotógrafos dos jornais tiveram seu dia de glória.









Bancários em greve. E quem se importa com as tarifas?

Os bancários entram em greve hoje.
É uma notícia que afeta todos os brasileiros, está nas manchetes de alguns jornais.
Mas justo hoje o Jornal do Brasil (Rio de Janeiro, RJ) dedica sua manchete à redução de custo de tarifas em bancos privados.
Assim não há leitor que entenda.


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Capas sem fotos

E alguém sente falta de fotos?

Isso também é notícia

Um trecho da Laird Road, rua da pacata cidade canadense de Guelph, foi fechada para trânsito.
Motivo: atropelamento de 200 sapos na noite de segunda-feira.
Isso é manchete do Guelph Mercury (Guelph, Canadá).
É um tema da cidade, interessa a toda a comunidade.

O diferencial necessário

Grandes jornais querem o diferente.
O leitor exige, é do jogo.
Talvez por isso The New York Times (Nova York, NY) não repete a mesma imagem das outras capas, apesar de ser da mesma série da AP.
E o bem desenhado The Virginian-Pilot (Norfolk, VA) ataca com uma sensacional imagem de um parque de diversões debaixo da água.
De quebra, copia a idéia lançada ontem pelo Gwynnett Daily Post e coloca a régua com a altura da cheia.

A mesma foto

Se a fotografia é boa, emplaca em qualquer lugar.
A imagem aérea das cheias na Georgia, do fotógrafo John Bazemore, da Associated Press, é um exemplo.

Honduras - Como fazer

Quando um tema está em plena evolução e vem cercado de dúvidas, o jornal precisa vestir a camiseta de seu leitor e tentar dar um passo à frente.
Antes de tudo, evitar notícias velhas.
Zero Hora (Porto Alegre, RS). Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e Correio do Povo (Porto Alegre, RS) buscaram algo diferente, pouco perecível.
Nenhuma grande sacada, mas pelo menos a manchete tem longa duração.
Mas foi O Globo (Rio de Janeiro, RJ) quem chegou mais longe.
Não pela manchete, que trocando em miúdos não quer dizer absolutamente nada.
O gol do diário carioca foi o quadro "Perguntas sem Respostas", que traduz exatamente o sentimento e as dúvidas do leitor.


Honduras - Como não fazer

O caso do retorno do presidente hondurenho Manuel Zelaya a Tegucigalpa e seu abrigo na sede da Embaixada do Brasil faz com que os brasileiros virem os olhos para a América Central.
As notícias chegam por agências e por telefone, nenhum jornal tem correspondente em Honduras, nenhum enviado especial chegou ao local até agora.
Por isso é necessário ter muito cuidado com o tema e, mais que isso, lembrar que os fatos mudam com muita rapidez.
Os jornais devem lembrar que há outras mídias muito mais ágeis que derrubam manchetes antes mesmo de os exemplares chegarem às mãos dos assinantes.
Hoje, por exemplo, as negociações são o tema do dia, não o cerco à embaixada.
Mas Folha de S. Paulo (São Paulo, SP), Diário Catarinense (Florianópolis, SC), Tribuna da Bahia (Salvador, BA), O Liberal (Belém, PA) e Jornal do Commercio (Recife, PE) preferiram a notícia velha.
Típica de quem ainda não se convenceu que há outras mídias no universo além dos jornais.