Imprima essa Página Mídia Mundo: 2012-06-10

sábado, 16 de junho de 2012

Em defesa do bom jornalismo


Alguns empresários da comunicação, principalmente no Interior, não entendem que a maior fortaleza de um jornal é sua credibilidade.

Qualquer ameaça a essa força maior é um tiro de bazuca no próprio pé.

Elementar, meu caro manager.

Os prefeitos, vereadores, empresários da cidade, candidatos a qualquer cargo, precisam do apoio da mídia local para alavancar seus interesses.

Jornais e rádios locais precisam de dinheiro, anúncios.

Esse troca-troca é muitas vezes obsceno. Esconde-se escândalos de prefeitos em troca de alguns reais. Evita-se falar de problemas em empresas para poupar os administradores, enquanto milagrosamente aparecem mais anúncios da mesma empresa na mídia.

Acontece que o mundo mudou - ainda que muita gente não se dê conta.

Hoje a mídia é muito mais do que rádio, jornal e TV.

A democratização da informação revela os abusos de quem tem a mídia na mão. Quem não tiver visão de que seu negócio é muito mais do que mídia tradicional - ou seja, é credibilidade - vai morrer.

Por isso é muito revoltante ver jornais como Diário dos Campos (Ponta Grossa, PR), Correio de Uberlândia (Uberlândia, MH) e Diário do Grande ABC (Santo André, SP) abrindo enormes espaços a políticos em ano eleitoral. É um recibo de que sua credibilidade vem bem abaixo da necessidade de caixa, em uma escala de valores.

Se esse espaço nobre não veio em troca de interesses econômicos significa que há uma tremenda incompetência editorial no comando - o que é ainda mais preocupante.

Outros jornais do Interior - alguns de capitais também - têm demitido editores competentes, comprometidos com o bom jornalismo, substituindo-os por profissionais que aceitam o jogo do toma-lá-uma-matéria-favorável-e-dá-cá-um-novo-anúncio.

Isso é um absurdo. Uma derrota do jornalismo.

O único consolo é que o leitor - a audiência - é soberano. Ele sabe selecionar o que vai consumir.

Jornais, rádios e TVs que preferem apoiar pessoas e empresas em troca de dinheiro, misturando comercial e editorial de maneira escandalosa, permitindo que a seriedade de um meio de comunicação seja contaminada pelos interesses inescrupulosos, estão condenados à morte.

O tempo dará a resposta.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O bom infográfico do Interior


Não é preciso ter um enorme departamento de arte ou gente formada nas melhores escolas da Europa para se fazer um bom infográfico.

O fundamental é saber qual a mensagem a ser dada. Um desenho melhor ou pior, claro, ajuda, mas não pode servir de desculpas para um jornal evitar a infografia.

O Diário da Região (São José do Rio Preto, SP) publica hoje na capa um info extremamente simples, com desenhos rudimentares, mas que funciona muito bem. Impossível passar pela capa e não viajar nas 48 horas que mudaram a vida de Jorge.

Excelente trabalho do DR, provando que um bom infográfico pode ser feito por qualquer jornal do mundo.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Jornalismo caviar

Jornalismo caviar é uma expressão criada pelo presidente da Innovation Media Consulting, o espanhol Juan Antonio Giner.

Agora Giner, com suas provocações jornalísticas, apresenta no blog Periodismo Caviar 50 maneiras de matar um jornal. Um anti-guia para o bom jornalismo.

Vale a pena conferir. Giner já está na lição número 13. Imperdível.

Arte é informação


Dois grandes jornais dão uma aula de aproveitamento de arte e imagens.

O Frankfurter Allgemeine (Frankfurt, Alemanha) usa o mosaico de olhos com extrema elegância  sabedoria.

O The Washington Post (Washington, DC) corta a foto de um barco mexicano e transforma uma simples foto em uma obra de arte informativa.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A arte que informa e a arte que deixa dúvidas


Cada vez mais a arte é uma maneira inteligente de contar coisas no jornalismo.

Em A Bola (Lisboa, Portugal) uma bem humorada ilustração mostra o brio lusitano no jogo de vida-ou-morte contra a Dinamarca.

Mas em A Gazeta (Vitória, ES) o gráfico que deveria mostrar - como afirma o título - uma velocidade 10 vezes maior, apenas lança dúvidas. Se o gráfico não é claro, em vez de informar ele confunde.

A mensagem do Compañero


Incrível a onipresença de Fidel Castro nos meios de comunicação de Cuba.

A morte do boxeador Teofilo Stevenson ganha muito mais espaço para um parágrafo do Compañero Fidel do que para o material informativo sobre o ídolo.

No Granma (Havana, Cuba) ou o leitor é pela Revolução. Ou é pela Revolução.

E fim de papo.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Demorou, mas enfim saiu


Foi preciso esperar o 64° dia de greve dos professores na Bahia para o jornalismo local acordar e falar de quem sai gravemente prejudicado com o movimento: os alunos - e, por tabela, as famílias.

A capa do Correio* (Salvador, BA) é um primor e certamente vai mobilizar sociedade e políticos a encontrarem uma solução para o impasse.

Nada contra manifestações de classe, desde que respeite a cidadania e não prejudique a sociedade.

A história de Graça e Briane é sensacional.

Brega ao extremo


O Diário de Santa Maria (Santa Maria, RS) bem que tentou produzir algo diferente para o Dia dos Namorados. Mas o resultado saiu muito pior do que o planejado.

A foto de capa do jornal com os corações forçados é um dos capítulos mais bregas que o jornalismo gaúcho já presenciou.

Quem sabe o DSM se recupera no Dia dos Pais.

Boston mostra tudo


A questão é dar ou não dar incentivos fiscais ara que uma empresa construa seu novo edifício em uma área da cidade que a prefeitura pretende recuperar.

Mas o The Boston Globe (Boston, MA) mostra exatamente como ficaria a região e quais as consequências caso a iniciativa seja aprovada.

Em um caso como esse vale mais a perspectiva da cidade, no olhar do cidadão, do que a picuinha administrativa sobre dar ou não dar descontos de impostos para a empresa.

Acertou o Globe.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Cheiro de cascata baiana


Nada menos que 17.908 torcedores pagaram ingresso para ver a derrota do Bahia para o Vasco ontem, no Pituaçu.

E será que só um torcedor achou ruim o resultado?

O mesmo personagem está nas capas de A Tarde (Salvador, BA) e Tribuna da Bahia (Salvador, BA).

Os fotógrafos dos dois jornais deviam estar lado a lado, mas não era possível encontrar mais alguém no estádio?

Ou será cascata baiana?

A foto estranha da Folha


É louvável a decisão da Folha de S. Paulo (SP) de publicar uma enorme foto rasgada na capa, para contar com imagens o que foi a manifestação gay de ontem na Avenida Paulista.

Só que a imagem de Joel Silva não está respeitando o equilíbrio natural e lógico de uma foto: o chão deveria ficar embaixo, o ceu em cima.

O ângulo da foto dificulta o entendimento.

No bom jornalismo tudo deve ser feito para facilitar a leitura, jamais para atrapalhar o leitor.