Imprima essa Página Mídia Mundo: 2009-07-05

sábado, 11 de julho de 2009

Jornalista, um cantador de olho no mundo

Faço minhas as palavras de Nelson Motta, na voz de Elis Regina.


o cantador

elis regina

Composição: Dorival Caymmi / Nelson Motta

Amanhece, preciso ir
Meu caminho é sem volta e sem ninguém
Eu vou pra onde a estrada levar
Cantador, só sei cantar
Ah! eu canto a dor, canto a vida e a morte, canto o amor
Ah! eu canto a dor, canto a vida e a morte, canto o amor
Cantador não escolhe o seu cantar
Canta o mundo que vê
E pro mundo que vi meu canto é dor
Mas é forte pra espantar a morte
Pra todos ouvirem a minha voz
Mesmo longe ...
De que servem meu canto e eu
Se em meu peito há um amor que não morreu
Ah! se eu soubesse ao menos chorar
Cantador, só sei cantar
Ah! eu canto a dor de uma vida perdida sem amor
Ah! eu canto a dor de uma vida perdida sem amor



Parem as máquinas: The New York Times pensa em cobrar outra vez pelo acesso à Internet


O poderoso The New York Times pensa em, uma vez mais, mudar seu sistema de rentabilização do website.
No início era grátis.
Depois, no final da década de 90, virou pago.
No início do século abriu.
Ali por 2005 criou-se o Times Select, um serviço premium pago que chegou a ter 250 mil assinantes.
Em 2007 outra reviravolta: abriu-se também o Select, uma vez que os banners poderiam garantir maior volume de dólares do que as assinaturas.
Pois na semana passada os assinantes receberam uma pesquisa. Na prática o jornal quer saber se os fiéis leitores do NYT estão de acordo com a cobrança de US$ 5 mensais para acesso ao conteúdo, com desconto de 50% para assinantes papel.
O valor parece baixo, mas multiplidado pelos milhões de pessoas que acessam o NYT pode ser uma boa fonte de renda.
Trata-se de mais um movimento pela cobrança a Internet.
A geração infográtis pode não aprovar a mexida.
A discussão está na mesa.

Boas capas da Europa e do Canadá

Apesar de seu conservadorismo, o The Times, de Londres, é genial.
A capa de hoje, com as fotos dos mortos, é impactante, genial.
Há qualidade e imaginação.
Já a capa do Público, de Madri, é uma crítica aberta e explícita.
Sem rodeios, um posicionamento forte contra o governo de Zapatero.
Enquanto isso o The Globe and Mail, de Toronto, encontrou uma foto para garantir a capa.
Na sombra.
Foto genial, que segurou a capa.
Já os dois exemplos mais abaixo chamam a atenção pela criatividade em resolver a capa.
É preciso um bom editor de arte para que surjam boas idéias.






E o Brasil?

O sábado foi salvo pelo Diário do Pará, que traduziu em imagens e chamadas as dificuldades dos veranistas em Belém e arredores.
É a melhor capa entre os jornais brasileiros hoje.



















A medalha de prata vai para O Estado de Minas, que trabalhou bem a idéia da gripe suína atrapalhando os torcedores do Cruzeiro.
Mas o pequeno Diário Hoje, de Cascavel no Paraná, leva menção honrosa por ter apostado em uma boa foto.


Se não há opções, use uma boa foto

Olhem os exemplos do Bismark Tribune e do The Winchester Sun.
O primeiro utiliza a foto de uma pessoa qualquer caminhando no centro da cidade.
Nenhum imóvel. Nenhum elemento novo. Apenas a solidão do andarilho.
Apostaram na foto. Como não havia nada de novo no front, a foto intelçigente (e simples) resolve.
Mas para isso é preciso coragem do diretor.
Já o segundo caso aproveita uma exposição de fotografias na cidade para estampar bem a capa.
Ficou excelente o resultado.
Diretores conservadores costumam afirmar que só interessa a foto do fato, a noticia.
Ledo engano.
O século XXI é dos diretores que entendem seu público.


Os bichos de sábado










Interessante + Importante = Relevante

O Daily Press conseguiu juntar interesse e importância.
Com um infográfico na capa contou a principal história do dia.
Já o West Hawaii buscou um scoop e apostou nele. Importante, mas não interessante.
E o Rome News-Tribune atacou com crianças. Interessante, mas não relevante.





Sábado sem os grandes fatos

O fotógrafo Ricardo "Kadão" Chaves costuma dizer que quando há uma grande tragédia o trabalho do editor de fotografia, do editor de arte e do diretor de um jornal é facilitado.
Não há dúvidas quanto à aposta do dia.
Mas o problema está em dias sem O grande fato.
Aí brilha a criatividade do diretor em busca de uma solução.
Essa solução precisa vir também dos integrantes da mesa - foto, arte, editorial.
Uma boa foto pode render uma boa capa, ainda que o tema seja irrelevante.





O

Ainda Michael Jackson

A morte de MJ já não é mais notícia.
Mas há jornais que conseguem manter a chama do Rei do Pop ainda acesa.


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Por que o Roanoke Times é benchmark de integração multimídia?

É simples.
O Roanoke entende que conteúdo é conteúdo, independentemente do veículo.
Por isso Internet serve para complementar papel.
E papel complementa a web.
Cada um dentro da sua característica.
Sem superposição, sem chatices.
Veja como o site do jornal incrementa a cobertura de um grupo de motoqueiros loucos por aventura montados em Harley-Davidsons.


Do tempo em que...

...jornais eram vendidos por jornaleiros acordando a cidade.






Enquanto isso, ainda no Brasil...

Troféu cara-de-pau para O Estado do Maranhão.
Uma aula de mau jornalismo.
No dia em que se descobre operações fraudulentas na Fundação da família Sarney, o jornal dá de manchete essa pérola!
No Maranhão acabou a Liberdade de Imprensa.
Ali só sobrevive a Liberdade de Empresa.

Enquanto isso, no Brasil...

A melhor capa do dia é do Correio Braziliense.
Longe de ser uma obra-prima, é pelo menos objetiva.
Local, local, local.
Mesmo em Brasília, consegue escapar da obviedade Lula-Obama e de Sarney.


Da série Mundo Animal

Coloque um bichano na capa e confira o aumento de circulação.
TODAS essas capas são do mesmo dia, hoje, sexta-feira, 10 de julho de 2009.
















Harry Potter ainda vende bem

Mais imagens, please


O Atlanta Journal-Constitution (Georgia) é um dos mais importantes jornais do EUA. Está no top-ten em vendas, com o dobro de circulação do lider do Brasil, por exemplo.
Há pouco tempo o jornal renovou seu logo e lançou novo projeto gráfico.
Uma análise da capa de hoje não deixa dúvidas:
Ou o projeto gráfico não está bem feito (o que não acredito), ou o diretor está errando a mão.
Onde estão as imagens?
Como apelar para a venda, com esse estilo pré-fotolitos?
Assim não, AJC, assim não.

Bom humor para o fim de semana


O Tamba Bay Times concorre com um dos mais pródigos e inovadores jornais dos EUA, o Tampa Tribune.
Há muito tempo o Tribune deixou de ser apenas um jornal paper-only para ser uma central de conteúdo.
A redação integrada é ainda hoje exemplo de modernizado, com TV e web, todos juntos.
Pois o Bay Times está correndo por fora. Estampou na capa uma boa ilustração, simples e eficiente, para marcar a matéria dos maus motoristas da Flórida.
Ponto para o Bay Times.
E ponto para os leitores de Tampa.

Jogando com o tamanho da fonte



Chega de seguir padrões.
O respeito a um projeto gráfico não existe apenas no detalhamento.
O The Ledger e o Miami Herald (ambos da Flórida) quiseram enfatizar frases ou expressões nas histórias de capa.
Deu certo.