Cadê a manchete?

Dia o manual básico dos jornais: manchete é a afirmação de maior impacto de um jornal. Rápida, direta, geralmente no alto da capa, escrita com a fonte de maior tamanho possível, exatamente para se diferenciar.

Cadê a manchete do Diário de Taubaté (Taubaté, SP)?

Como ser criativo e leve em um tema pesado

Correio Braziliense (Brasília, DF) foi de extrema inteligência na manchete de hoje. A troca de passaportes, em nome do irmão falecido, foi só o mais recente golpe de Pizzolato.

Brilhante forma de avançar.

Já o Diário Catarinense (Florianópolis, SC) foi genial ao relacionar a prisão do mensaleiro com a brincadeira do Facebook que tomou conta da rede nos 10 anos do site.

Maravilhoso senso de oportunidade.

Nota 10 para os dois jornais.

Diferentes por uma vírgula

Os jornalões estão cada vez mais parecidos - e inúteis.

Ou será surpresa para alguém a prisão do mensaleiro na Itália e o que o Brasil vai pedir?

O curioso porém, na comparação entre as capas de Folha de S. Paulo (SP) e O Estado de S. Paulo (SP) é a minúscula vírgula na manchete da primeira.

É preciso para separar as sentenças? Ou é dispensável?

Cada um com sua visão.

Gratuito e bem feito

Quem inventou que um jornal gratuito não tem qualidade, não tem imaginação?

Hoje o Metro (SP) dá um banho de criatividade com ótima matéria sobre andar de metrô na hora do "rush".

De que país é esse jornal?

O calor tomou conta de Santa Catarina. Deve ter derretido a lógica editorial do jornal Notícias do Dia (Florianópolis, SC).

Ou como explicar uma foto de meia capa sobre as olimpíadas de inverno, competição que oficialmente só começa amanhã? Pior. Vai ser na longínqua Rússia.

Só pode ter sido o calor.

O melhor e o pior dos iguais

Deu apagão nos jornais brasileiros. Não basta que os leitores sintam na pele a falta de energia, é preciso ainda massacrá-los com a falta de informação.

Folha de S. Paulo (SP), O Estado de S. Paulo (SP), Zero Hora (Porto Alegre, RS) e Gazeta do Povo (Curitiba, PR) repetem em jogral que o apagão atingiu 11 estados e 6 milhões de brasileiros.

E o que mais? O que vai acontecer? Como sair dessa situação? Nada disso.

Pior só o Correio Braziliense (Brasília, DF) que coloca em dúvida o problema: não se trata do fantasma do apagão, é o próprio apagão dessa vez.

Pouco melhor O Globo (Rio de Janeiro, RJ). Pelo menos olha para a frente. Afinal jornal velho só serve para embrulhar peixe.

Bonita campanha, ótima manchete, edição ruim

Se o Correio Braziliense (Brasília, DF) tivesse escolhido fotos mais alegres, de vida, dos dois personagens de hoje - e ao mesmo tempo aumentado o espaço editorial do tema de abertura do jornal - a edição teria sido excelente.

Mas a manchete é muito boa, merece a leitura.

Pena que o segundo tema compete demais com o principal, tirando a atenção.

Tem gato na tuba

A manchete fala em reforço na segurança.

A foto de destaque é de uma moça de biquini.

Alguma dúvida que essa relação fortuita é obra da cabeça de alguém do jornal Amazônia (Belém, PA)?

O jornal do piloto-automático

Pensando alto: quantos leitores do Jornal do Commercio (Recife, PE) ainda não sabiam na manhã de hoje que o Sport aplicara 3 a 0 no Náutico e que o Santa vencera o Bahia?

Calculando impensáveis pernambucanos que estavam sem energia para ver TV, sem conexão web, sem pilhas no rádio e sem um telefone para comemorarem - ou receberem a famosa flauta - talvez se chegue a 0,1% dos leitores do JC.

Se é assim, merece manchete?

Claro que não. É o piloto-automático, o registro do fato velho, ultrapassado. O jornal que ninguém precisa, que ninguém lê.

Quando a circulação cai ainda tem gente que pergunta o motivo.

E a decepção da derrota

Não foi dessa vez que os Broncos levantaram a taça.

A decepção está bem clara nos jornais do Estado do Colorado: The Denver Post (Denver, CO), The Gazette (Colorado Springs, CO), Post Independent (Glenwood Spring, CO), Daily Camera (Boulder, CO) e Greeley Tribune (Greeley, CO).

Em uma decisão só um pode vencer.

A festa dos campeões do Super Bowl

Os jornais do Estado de Washington estão bem parecidos: a festa do campeão do Super Bowl, apesar de o jogo ter terminado muito tarde. Talvez isso explique a mesmice.

The Seattle Times (Seattle, WA), The News Tribune (Tacoma, WA), Yakima Herald-Republic (Yakima, WA), The Spokesman Review (Spokane, WA) e The Daily Herald (Everett, WA), onde a manchete ganhou muito mais peso que o logo.

É campeão. Enfim!