Imprima essa Página Mídia Mundo: 2010-04-11

sábado, 17 de abril de 2010

Infográfico tamanho família

Saiu no jornal El Mundo (Madri, Espanha).
Para comemorar os 100 anos da Gran Via, a avenida que corta a cidade e serve de referência para qualquer turista, El Mundo decidiu fazer um infográfico contanto tudo sobre a rua.
Mas tudo mesmo.
Detalhe por detalhe, prédio por prédio.
O resultado ocupava espaço demais para uma página dupla. Logo cresceu para sete páginas. E enfim a solução foi fazer um anexo.
A obra fantástica tem 1,82m e virou objeto de colecionador.
Impressionante.

Dica do colega Miguel Angel Jimeno.


A consequência do vulcão


Corretíssimo o jornal Público (Lisboa, Portugal).

O espaço aéreo europeu fechou pela fumaça do vulcão da Islândia.

Onde toca os portugueses?

Nos vôos anulados e no tumulto que isso causa ao país.

A Europa estava cancelada.

Duas formas sublimes de lembrar alguém

Uma semana depois da morte do presidente da Polônia em um acidente aéreo, a dor ainda aparece nas capas nos jornais poloneses.
Mas há formas inteligentes de homenagear, sem ser desagradável.
Aulas de design no Glos Szszecinski (Glos, Polônia) e no Kurier Poranny (Bialystok, Polônia).


Números e números

Destacar um números sempre chama a atenção.
Como mostram o The Niagara Falls Review (Niagara Falls, Canadá) e o Palm Beach Daily News (Palm Beach, FL)

Dez anos de novos leitores no RS


O jornal Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS) completa 10 anos.

A aventura de lançar um jornal popular em um mercado que parecia saturado no ano 2000 teve a mão competente de Cyro Silveira Martins Filho, primeiro editor e idealizador do projeto DG.

Com uma linguagem direta, preços populares, promoções de panelas e utensílios de churrasco como anabolizantes, e uma fórmula jornalística que fala de emprego, segurança, cidade e futebol - utilizando o idioma das ruas - o Diário Gaúcho virou realidade e foi copiado em diversas cidades brasileiras.

Parabéns à equipe do DG e a seus leitores.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

De novo a Folha quer ser mais do que é


A Folha de S. Paulo (SP) é um jornal de São Paulo.

Ponto.

Mas parece que na Barão de Limeira muita gente não entende isso.

A ambição de ser um líder internacional faz o jornal cometer absurdos que podem comprometer seu sucesso entre os paulistas (grande maioria de sua audiência).

Dar manchete outra vez para temas do exterior - agora com a fumaça da Europa - é convidar o leitor a ir para a concorrência.

Basta uma boa imagem


O The Independent (Londres, UK) sabia que nenhum de seus leitores desconhecia o fato de um vulcão na Islândia ter espalhado fumaça nos céus da Europa ontem.

Ou seja, não era preciso repetir o que o leitor já conhecia.

Por isso bastou colocar a foto de um avião em meio a um céu escuro.

Sem manchete.

Nenhuma palavra.

Uma aula de jornalismo moderno.

A moda é quebra-cabeça

Está nas capas do Morgenavisen Jyllands-Posten (Viby, Dinamarca) e do The Dispatch (Casa Grande, AZ).
Junte as letras e forme palavras.
Funciona. Chama a atenção.
Virou moda.

A linguagem visual que faz a diferença

Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e O Estado do Paraná (Curitiba, PR) tinham a mesma informação, sobre geração de empregos.
Os dois concorrentes decidiram apostar por isso em manchete.
Só que a Gazeta mostrou o que disse em um gráfico extremamente simples, mas informativo.
O Estado preferiu o estilo tradicional, somente palavras.
A diferença é gritante.
A linguagem visual é um recurso fundamental para os jornais.

O Brasil é capa na Austrália


Nada de Lula, Carnaval ou futebol.

O que ganhou destaque na capa do The West Australian (Perth, Austrália) foi o cinematográfico acidente do piloto brasileiro Adilson Kindlemann.

Foi só um susto, mas a imagem é impressionante.

O que a Bahia vai ter?

A Bahia é um dos maiores centros culturais do Brasil. É de onde saíram Jorge Amado, Dorival Caymmi, João Ubaldo Ribeiro, João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Glauber Rocha, e é bom parar por aí pois a lista seria enorme.
Curiosamente o índice de leitura de jornais é baixo, bem menor que os vizinhos Pernambuco e Espírito Santo.
Culpa dos leitores? Provavelmente não. Parece ser culpa dos jornais, que teimam em oferecer aquilo que o leitor não está interessado.
Depois do dilúvio, quem pode querer saber que Salvador está em alerta, como escancara A Tarde (Salvador, BA)? A chuva anunciada já veio e se o poder público não se mexeu a tempo é por pura incompetência.
Há um ano e meio o Correio da Bahia virou Correio* (Salvador, BA) e trouxe uma proposta nova, de estar mais próximo ao leitor. Com mensagens simples, mas que provocam, como o SOS de hoje, suas vendas dispararam e hoje o jornal está tocando o ombro de A Tarde. Não será surpresa de houver uma inversão de liderança em breve, talvez antes do fim do ano.
Tribuna da Bahia (Salvador, BA) parece não entender a qualidade do material que tem em mãos. A imagem do repórter-fotográfico Romildo de Jesus é, sem dúvidas, a melhor entre os jornais baianos. Lembra as polêmicas campanhas da Benneton. Mas a manchete que acompanha é um eco de release do governo, não interessa a ninguém.
No meio do dilúvio, só o Correio* conseguiu fazem o leitor pensar. Por isso, se a concorrência continuar insistindo nos mesmos erros, a liderança entre os jornais baianos é só questão de tempo.


quinta-feira, 15 de abril de 2010

O editorial bem posicionado do DAT


O editorial é algo tão importante em um jornal que deve vir na capa, quando o assunto assim merecer, ou nem deve ser publicado.

O Diário do Alto Tietê (Suzano, SP) publicou o seu na capa, um tapa de luva de pelica no prefeito da cidade.

O DAT vem fazendo uma campanha por melhorias em Suzano e denunciando o desgoverno da cidade. Tanto que o cidadão tomou gosto e saiu às ruas.

Um jornal quando é amparado pela realidade das ruas ganha prestígio e leitores. É um aliado do cidadão. E até coloca editorial na capa.

O drama bem contado


Acertou a mão o popular Notícia Agora (Vitória, ES).

O drama da mãe que perde suas filhas atiradas de uma ponte pelo ex-marido é um nocaute difícil de se recuperar.

Investir no assunto, trazendo as reações da mãe, foi uma ótima opção do NA.

Deve ter esgotado nas bancas.

Nada mais previsível que a capa da Folha


Era fácil de imaginar. Ontem pela manhã, quando a notícia do terremoto na China chegou ao Brasil, a bolsa de apostas sobre qual seria a capa da Folha de S. Paulo (SP) de hoje perdeu movimento.

Com seu ideal de ser um jornal "para todos" e "de olho no mundo", a Folha peca e vira um jornal "para ninguém" e "de olho em lugares sem nenhuma importância".

Aliás, os mortos - às 10h de Brasília - já passaram dos 600, mostrando mais uma vez que cravar um número é o mais básico dos erros.

Por sorte a circulação da Folha é quase toda por assinaturas. Fosse por bancas hoje seria dia de encalhe.

Hoje tem debate na TV inglesa

O fato acontece em todas as eleições, nos países democráticos. Há um debate de ideias entre os principais candidatos a algum cargo eletivo na TV.
Hoje é o dia do debate entre Gordon Brown, David Cameron e Nick Clegg, líderes dos três principais partidos da Inglaterra. O país aguarda esse jogo de ideias para decidir o voto.
Sempre que há eleições a pergunta chega às redações dos jornais: como podemos fazer algo diferente?
Duas boas sugestões estão nas capas inglesas - nenhuma genial, é verdade.
The Independent (Londres, UK) apenas publica a foto dos púlpitos vazios e a chamada forte: "Noventa minutos que podem mudar o país".
Já o The Times (Londres, UK) buscou nos arquivos a foto do mais conhecido debate em TV da história: John Kennedy x Richard Nixon, no dia que provavelmente mudou o rumo da história dos EUA, colocando Kennedy na Casa Branca.
Enfim, há que procurar ser diferente. E original.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Para quem acha que o mundo - e o jornalismo - vai acabar

Dica dos amigos e jornalistas portugueses Cândida Pinto e João Garcia.

Um infográfico genial


O jornal Marca (Madri, Espanha) é líder em esportes.

Para falar do clássico entre Real Madrid e Barcelona, realizado sábado, desenvolveu esse maravilhoso infográfico onde compara os craques Cristiano Ronaldo e Messi.

Leitura obrigatória.

Dica do colega Miguel Angel Jimeno.

O estádio da cidade


A cidade de Winston-Salem, na Carolina do Norte, orgulha-se de ser uma das 10 mais digitalizadas dos EUA (ou seja, os serviços estão no mundo digital).

Agora há outro motivo de orgulho, o novo estádio de beisebol.

A inauguração foi ontem, com derrota da equipe local.

Mas valeu fotão de capa do Winston-Salem Journal (Winston-Salem, NC).

Qualquer semelhança entre as manchetes...

...da Folha de S. Paulo (SP) e de O Estado de S. Paulo (SP) não é mera coincidência.
É achar que esse tipo de jornalismo ainda tem espaço.
É andar contra o tempo.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Golaço e bola fora à beira do Tietê

O Jornal da Tarde (SP) é dono do maior furo de abril em São Paulo: a retirada do Morumbi como palco para jogos da Copa de 2014.
O repórter Silvio Barsetti, da sucursal do Rio, conseguiu com suas fontes informações que garantem a exclusão do estádio paulistano do Mundial e até anuncia uma visita inesperada do secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, a São Paulo na quinta-feira.
Uma bomba contra as pretensões de São Paulo, que pode respingar até na candidatura do ex-governador José Serra ao Planalto.
O JT acreditou e bancou a informação. Golaço.
O Estado de S. Paulo (SP), separado do Jornal da Tarde por uma tênue fileira de mesas, capitulou. Para o Estadão a grande notícia do dia é o crédito do Brasil ao Irã.
Na ordem de importância do Estadão o crescimento projetado da indústria em 26% também vai na frente da exclusão do Morumbi, bem como que o Vaticano quer levar pedófilos à justiça civil e que o governo será parceiro da Oi em banda larga.
Ou seja, notícias commodity. Notícias que todos têm. Notícias que não interessam ao leitor como o veto ao Morumbi.
Alguém pode imaginar uma Copa no Brasil e a maior cidade do país ficar sem jogos?
O furaço do JT está escondido no final da capa do Estadão, em corpo minúsculo, para que ninguém veja.
Mas há um detalhe importante: a sucursal do Rio produz matérias para o Grupo Estado, ou seja, para os dois jornais e para a Agência Estado. Ou seja, não se tratava de uma exclusiva do JT.
A sonegação da bomba - esconder a matéria como quem não quer mostrá-la - deve-se apenas à opção editorial.
Bola fora. Pior que errar pênalti aos 45 do segundo tempo.

Uniforme de escola também é capa


Está na capa do Journal & Courier (Lafayette, IN).

A escola local decidirá hoje se aprova ou não a mudança do uniforme dos alunos.

Isso é capa?

Sim. Os alunos andam uniformizados por toda a cidade. Todos os habitantes de Lafayette ou tem filhos na escola, ou convivem com os estudantes.

A arte comparando os dois uniformes, por sinal, ficou ótima.

A foto que estragou a capa


Os canadenses também erram.

A capa do The Globe and Mail (Toronto, Canadá) seria perfeita. Um infográfico de muito bom gosto revelando as reservas de urânio enriquecido no mundo.

Até que alguém quis ser mais realista que o rei e aplicou uma desnecessária foto do primeiro-minsitro Stephen Harper ao lado de Barack Obama sobre o info.

Estragou a capa. Ficou amadora. Pena.

A força do jornalismo


Tudo começou com as denúncias da Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e da televisão RPC, da mesma rede.

A série de reportagens "Diários Secretos" revelou, entre outras coisas, que a Assembléia Legislativa do Paraná havia contratado 1,8 mil funcionários em três anos, fazendo com que pelo menos três departamentos da AL tenham até nove vezes mais funcionários do que a legislação permite.

O soco no estômago do legislativo paranaense surtiu efeito. Ontem a AL demitiu 1,9 mil funcionários não concursados.

Para coroar o resultado positivo das denúncias da Gazeta do Povo, uma foto nota 10 do repórter-fotográfico Alberi Rosa. Um ângulo que ninguém conhecia da Assembléia.

Da série Mundo Bizarro e jornalismo sem nexo


Essa saiu no Notisul (Tubarão, SC).

A tartaruga "quase morre".

Coisas que só acontecem em Santa Catarina.

Dica do jornalista Eduardo Daniel.

Inteligência x burocracia

A cidade de Fortaleza está de aniversário. São 284 anos de lindas praias e de história de um povo muito simpático. Até aí nada de novo.
A novidade é o modo de utilizar o gancho do aniversário em benefício dos leitores.
É possível ser burocrático e anunciar "Aniversário de Fortaleza", como fez o Diário do Nordeste (Fortaleza, CE), mesmo trazendo algumas pensatas em seu interior. Dizer "Aniversário de Fortaleza" é o mesmo que não dizer nada. É a preguiça editorial, a maneira de sequer traduzir na capa o que a redação preparou para o leitor nas páginas internas.
O Povo (Fortaleza, CE) mostra que cabeça não serve apenas para usar chapeu. A manchete é a questão que ronda as melhores barracas de praia da cidade: "Estamos preparados para o futuro?", pergunta o jornal.
E a edição de luxo da capa, em um mosaico de imagens que deixa qualquer cearense orgulhoso, provoca o leitor a tentar responder essa inquietação.
Criatividade é a principal diferença entre quem pratica jornalismo moderno e quem apenas vê o tempo passar nas páginas do jornal.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O apelo forçado e o óbvio sem força

Correio Braziliense (Brasília, DF) e capas como a de hoje não combinam.
O jornal inteligente que fez a cabeça de uma geração de jornalistas não tem muito a ver com o apelo sensacionalista do rosto de Admar de Jesus. Pior ainda é a manchete.
Já no Diário do Grande ABC (Santo André, SP) a sensação é o oposto. Dizer que álcool e volante não combinam com a saúde dos jovens não parece ser novidade, não é mesmo?

Cada um no seu quadrado

Por melhor que seja a sequência de fotos da implosão do ginásio dos Cowboys, nada substitui a imagem em movimento, o vídeo da explosão.

O Star-Telegram (Fort Worth, TX) bem que tentou, mas seu próprio site é melhor que a tentativa de dar movimento às imagens.

A página das vidas

Exemplar a capa do Dziennik Lódzki (Lodz, Polônia).
Não é preciso falar da tristeza de perder repentinamente o presidente em um acidente de avião. Melhor lembrar das vítimas em imagens vivas.
O legado é uma boa lembrança, não um trágico acidente.
Aliás, nesse sentido vale sempre a leitura de O Livro das Vidas (Companhia das Letras). São histórias de gente comum contadas com maestria pelos redatores do The New York Times (Nova York, NY).
As pessoas morreram. As lembranças estão vivas.

Diário Oficial do Maranhão


Alguém, em sã consciência, compra um exemplar de um jornal cuja manchete é que a governadora inicia agenda tocantina?

Para O Estado do Maranhão (São Luís, MA) essa é a notícia mais importante da segunda-feira.

Por uma enorme coincidência, Roseana Sarney, governadora do Maranhão, é também acionista - com sua família - do jornal.

domingo, 11 de abril de 2010

A capa mais no sense do ano


Nada mais surpreendente que a capa de quarta-feira de O Sul (Porto Alegre, RS).

Surpreendente no pior dos sentidos.

O cartunista Aroeira jamais imaginou ver sua obra utilizada dessa forma. Em vez de comemorar, deve ter achado o fim.

O leitor achou o fim.

Não há como gostar disso. Como ideia relacionar 2012 com a chuvarada de agora, OK. Mas isso jamais poderia ter sido a grande e monotemática chamada de um jornal que pretende ser sério.

E o pior é que a direção de O Sul deve ter achado o máximo.

PS: pela primeira vez Mídia Mundo fala de uma capa de um dia já passado. Mas foram tantos os pedidos que não há como fugir dessa análise. Dica dos leitores Fabian Chelkanoff, Omar Junior e Leonardo Araújo.

Domingo, dia mundial das grandes matérias

Domingo é o dia.
Não adianta ir contra, o hábito do leitor - que tem mais tempo aos domingos - faz com que seja o dia das grandes reportagens.
No mundo inteiro é assim.
O The Washington Post (Washington, DC) conta a história de Alex Ovechkin, novo ídolo da equipe de hóquei sobre o gelo da capital.
O Público (Lisboa, Portugal) revela as dificuldades de ser homossexual e católico ao mesmo tempo em Portugal.
E o pequeno The Tribune (Greeley, CO) entende que é preciso falar de redes sociais, como o Twitter, que afinal já fazem parte da realidade do leitor.

Uma aposta obrigatória na Polônia

Capa e contracapa e preto e branco no Kurier Poranny (Bialystok, Polônia).
Foto em preto e branco e apenas a bandeira nacional em vermelho no Dziennik Polski (Cracóvia, Polônia).
Depois da tragédia inesperada, só resta a homenagem inteligente.
Na Polônia isso faz todo o sentido.

Uma aposta sem sentido no Sul


Quem é o presidente da Polônia? Qual a importância da Polônia para os gaúchos? Qual o tamanho da colônia polonesa no RS?

Nada disso é relevante. Apesar do desastre, e da morte inesperada, elevar o acidente aéreo da Rússia à manchete é uma das apostas mais equivocadas da imprensa brasileira no domingo.

Pisou na bola o Correio do Povo (Porto Alegre, RS).

Ninguém comprará o jornal no domingo por esta manchete.

Ninguém.