O guia para 2012

A revista Time (Nova York, NY) já está nas bancas desde a metade da semana, mas a capa genial merece registro.

O guia de uso para 2012.

Excelente!

Jornalismo velho no velho jornal

Não adiantou o aviso. Pelo jeito é uma determinação - para desespero dos leitores.

O Jornal da Cidade (Bauru, SP) acha que o leitor gosta de ver a mesma informação repetida à exaustão. Isso demonstra a pouca intimidade com o jornalismo do Século XXI.

Pelo segundo dia consecutivo o JC usa o texto de apoio à manchete para repetir as mesmíssimas informações da manchete e da linha fina.

Ora, se é para repetir o que já se sabe, por que não colocar algum assunto novo?

Pelo jeito em Bauru é o jornalismo do old style que sobrevive no jornal criado há quase 50 anos.

Outra capa sem foto

E por incrível que pareça ainda há cartilhas de editores que teimam em exigir fotografias em todas as capas. Mesmo quando se tem um gráfico de primeira como na primeira página do The Dallas Morning News (Dallas, TX).

É puro serviço e informação. Como na capa de quarta-feira.

Assim não se faz jornalismo

Olhe a manchete - imprecisa, mas vá lá - do Jornal da Cidade (Bauru, SP).

Agora leia a primeira frase da linha fina, que apoia a manchete.

Qualquer semelhança não é mera coincidência, trata-se de preguiça editorial.

Quando um leitor compra um exemplar de qualquer jornal ele pretende ver em cada pedaço de papel uma informação nova.

Repetir informações - de uma forma tão explícita - é roubar espaços informativos do leitor.

O mosaico confundiu o leitor

A ideia do mosaico de fotos em forma de guarda-chuvas, na capa do Diário da Região (São José do Rio Preto, SP) não funcionou.

Por que?

Quando a atenção a uma imagem está dividida em seis, as fotos competem entre si. E a exigência gráfica de cortar as fotos em gomos, para entrar no guarda-chuvas, acaba comprometendo o entendimento do fato.

A situação na cidade é crítica, depois das chuvas, mas a informação teria sido mais clara se o DR escolhesse uma foto principal, apostasse nela, e nas páginas internas fizesse o mosaico.

Agora é esperar pelo próximo dilúvio.

A grande foto das enchentes

É de autoria de Domingos Peixoto e está nas capas de O Globo (Rio de Janeiro, RJ) e do Correio Braziliense (Brasília, DF).

A foto que traduz o sentimento de quem precisa cruzar aquela estrada.

Sensacional.

A pegadinha da Argentina

A Argentina é, definitivamente, um país extremamente patriótico.
A presidenta Cristina foi operada ontem, com sucesso. Estava nos sites e nos canais de TV desde o meio da tarde.
Mas hoje praticamente todos os jornais argentinos deram o êxito em manchete, como se ainda fossem os donos da notícia. Ignoram a velocidade dos meios digitais e eletrônicos.
Com tamanha ênfase à cobertura da presidenta, jornais populares, econômicos ou de informação geral fizeram pouco caso à informação que realmente interessa os leitores: o bilhete do metrô de Buenos Aires subiu de P$ 1,10 para P$ 2,50, um reajuste de nada modestos 127%.

Um bom começo

A grande aposta de O Popular (Goiânia, GO) é o péssimo estado da malha viária na Grande Goiânia.

O tema é excelente, a foto melhor ainda. Mas é o tipo de matéria que precisa evoluir, virar campanha institucional - ou morre aqui mesmo.

Se O Popular quiser realmente acabar com o estado lamentável das estradas terá que dar todos os dias matérias sobre o fato. Acidentes, veículos quebrados, atrasos, entrevistas com o cidadão, como a moça que aparece em primeiro plano dirigindo seu automóvel.

Sem uma pressão constante dificilmente essa matéria entrará na pauta do dia dos políticos.

Para isso também serve um jornal

A foto que conta tudo

Feliz é o editor que recebe essa magnífica foto da capa do Tribune-Review (Greensburg, PA).

É uma imagem que diz tudo.

Capa sem foto

A capa do The Hutchinson News (Hutchinson, KA) é uma aula de serviço e mais serviço.

Alguém sente falta de foto?

A Copa do Mundo de hoje

 No jornalismo usa-se a expressão "Final da Copa do Mundo" para exemplificar o dia em que há um fato local tão poderoso que nenhum outro jornal do planeta pode cobrir melhor do que o seu.

Ontem foi a final da Copa para o The Des Moins Register (Des Moines, IO).

A primeira prévia para a escolha do candidato à presidência dos EUA pelo Partido Republicano aconteceu por lá. Os americanos estavam de olho no resultado, que poderá indicar uma tendência a partir de agora.

O Register esperou até os 45 miinutos do segundo tempo para não errar. E deu a manchete óbvia, mas necessária, com o resultado preciso: Romney venceu por 8 votos.

A cobertura clara e completa é a vitória na final da Copa.

O Rei Leão na vitrine

O mais importante jornal do Reino Unido não faz cerimônia para colocar uma imagem de um leão na capa.

A matéria, muitos puristas dirão, é irrelevante: se anuncia uma nova versão de uma peça de teatro nos jardins de Kensington, no verão.

Mas para The Times (Londres, UK) nenhuma foto bate esse close do leão, com um ousado corte que deixou as orelhas de fora.

Se na Inglaterra pode - o The Times já tem quase 230 anos - por que no Brasil se faz tanta careta quando alguém arrisca uma foto como essa?

Os jornais brasileiros precisam acordar para o Século XXI.