Imprima essa Página Mídia Mundo: 2014-06-29

sábado, 5 de julho de 2014

Fechamento antecipado é risco para quem não sabe reagir



Pelo menos quatro jornais brasileiros circulam hoje sem a notícia do dia: a lesão de Neymar.

Diário de Santa Maria (Santa Maria, RS), Diário dos Campos (Ponta Grossa, PR), Diário de Taubaté (Taubaté, SP) e Correio de Uberlândia (Uberlândia, MG) comemoram a vitória do Brasil, mas esquecem o drama do craque brasileiro.


Possivelmente fecharam cedo, antes da notícia. É o risco dos horários antecipados. Aí a solução é utilizar o website para atualizar o conteúdo.

Só que até agora, 10h de sábado, só os jornais gaúcho e mineiro falam da lesão de Neymar na edição digital.

Paulista e paranaense seguem comendo mosca.









sexta-feira, 4 de julho de 2014

O dilema da tragédia com a alegria


O desabamento do viaduto em Belo Horizonte foi um duro golpe em quem já comemorava que tudo estava dando certo na Copa. Possivelmente é mais que um acidente. É preciso investigar.

Os jornais mineiros saíram monotemáticos - ou quase - hoje, como não poderia deixar de ser. O dilema dos chefes de redação é como publicar tudo o que quero dar na capa? Editar é tomar decisões. 

A decisão correta de jornais modernos hoje é apostar apenas no acidente. A Copa está na TV. Ninguém precisa ler jornal para saber que o Brasil enfrenta hoje a Colômbia.

Hoje em Dia (Belo Horizonte, MG) foi além: outros viadutos estão sob suspeita. É preciso evitar novas tragédias. Também a foto conta algo novo, diferente da TV. E relegou o futebol a um pequeno espaço.

Estado de Minas (Belo Horizonte, MG) publicou a foto mais impactante, embora uma imagem conhecida pela cobertura exaustiva da TV. O Tempo (Belo Horizonte, MG) fala em descaso, mas aos 45 do segundo tempo encontra espaço para falar muito de futebol. A alegria da Seleção não combina com a desgraça do acidente.

Metro (Belo Horizonte, MG) trabalha com mais de uma foto, mas não avança. O popular Super Notícia (Belo Horizonte, MG) é quem menos conta a história. E ainda coloca a foto de Babi Rossi para disputar atenção.

O grande desafio é a edição de amanhã. A Seleção Brasileira pode fazer o que bem entender em Fortaleza, o mineiro precisa dos jornais para entender as causas da tragédia de Belo Horizonte. Avançar e contar o que ninguém viu.





A matemática atrapalhada dos jornalões


Se alguém quiser saber o que aconteceu em Belo Horizonte ontem apenas lendo as capas dos jornalões ficará perdido.

Segundo a Folha de S. Paulo (SP), um morreu.

De acordo com O Estado de S. Paulo (SP) e O Globo (Rio de Janeiro, RJ) são duas as vítimas.

Perdão, Folha, você errou. Já são dois os mortos.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Sem saber o que fazer com a informação


Estatísticas de violência costumam emplacar nas capas de jornais que não gostam de apurar - preferem esperar pelas informações que chegam "de mão beijada".

Folha de Londrina (Londrina, PR) e Jornal da Paraíba (João Pessoa, PB) deram manchete a essas estatísticas. E nenhum deles soube tratar o tema como merece.

Duas cidades paranaenses entre as mais violentas. Isso é muito ou pouco? Como o jornal vai cobrar para melhorar o quadro? Tamarana (grande Londrina) é uma das duas. O jornal foi até lá fazer o Raio-X da situação?

E a Paraíba, que tem seis cidades entre as 100 mais violentas? Em Santa Rita a situação é preocupante (diz a linha fina). Por que? O jornal foi até lá? Disse como a cidade se prepara para a mudança? E a comparação com o ano anterior (redução de 6,2%) significa que as coisas estão melhorando? Se é assim, merece todo esse alarme na capa?

Definitivamente, alguns jornais não se dão conta do que têm em mãos. Falta, como diria Elio Gaspari, "complicar a pauta".

Cheese-Capa


Quem sabe, sabe.

No Las Vegas Sun (Las Vegas, NV) a ilustração de capa é um cheeseburger.

Se até o fim da década algum jornal brasileiro publicar algo parecido terá sido um milagre.

Deve ser por publicar "absurdos" como esse que o Sun vende 170 mil exemplares por dia e é um dos maiores colecionadores de prêmio jornalísticos dos EUA.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

O quase bom e o quase ótimo


Duas pautas excelentes que só dependeram da observação jornalística.

O Popular (Goiânia, GO) apenas fez as contas e chegou ao assombroso número de 80 homicídios em junho. Recorde. Perfeito. Mas tamanha informação relevante merecia maior cuidado gráfico. Ficou quase bom, faltou capricho gráfico.

A Gazeta (Vitória, ES) também criou uma pauta-bandeira do dia e decidiu cobrar da presidente, que chega em visita ao Estado. Muito bom. Para ser ótimo - e virar pôster nas mãos dos leitores - faltou limpar um pouco a área de capa, diminuir a concorrência com outros temas, e escancarar as obras prometidas.

Mas valeu!

O coração em todos os jornais


Só se fala no coração de Di María na Argentina.

O gol no final da prorrogação fez com que a imprensa "hermana" virasse monotemática hoje.


terça-feira, 1 de julho de 2014

Edição de capa precisa respeitar princípios


Os mosaicos estão nas capas dos jornais gaúchos. Só que o do Metro (Porto Alegre, RS) funciona, o de Zero Hora (Porto Alegre, RS) não.

Por que?

Simples. Metro aposta em uma foto que, por si só, conta uma história. E respeita as outras, com cortes que respeitam as imagens e não brigam entre si.

ZH trabalha bem as fotos secundárias, mas erra redondamente ao dar pesos iguais às duas fotos principais. A multidão na rua não pode ter o mesmo destaque de uma imagem de grande angular dentro do estádio. Elas não se casam. O efeito nas bancas é que a multidão está caminhando para o grande buraco. Não funcionou.

Jornalismo de boas histórias


Quem é o grande destaque da Copa até agora?

Fácil, o colombiano James Rodríguez, 5 gols até agora - um deles o gol mais bonito do Mundial - e adversário do Brasil sexta-feira.

A Tribuna (Vitória, ES) descobriu a história de Dona Gê, a simpática senhora que trabalhou na casa de James em Portugal (o craque colombiano jogou no Porto).

Histórias como essa emocionam e mostram um outro lado da Copa. Trazem a realidade de fora até a cidade.

Um golaço de A Tribuna, que certamente terá repercussões em outros meios.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Em que século vive esse jornal?


O jornal Pioneiro (Caxias do Sul, RS) não circula aos domingos. Isso é uma decisão da empresa, não dos leitores.

Só que os leitores estão sendo "punidos" pela lógica de circulação desse jornal: na edição de segunda-feira vem a cobertura de um jogo de SÁBADO, como se tivesse ocorrido no domingo.

O Brasil inteiro - Caxias do Sul inclusive - assistiu ao vivo  à vitória nos pênaltis do Brasil. TV aberta. Quem não pode ver no sábado, pode conferir nos inúmeros telejornais de sábado e nas repetições de domingo. E na Internet, em qualquer horário.

Como um jornal que cobra R$ 1,50 por um exemplar tem a petulância de dedicar hoje capa monotemática à vitória do Brasil de anteontem?

Não tem explicação. Entra para a lista dos jornais que ainda não se deram conta que circulam no Século XXI. O calendário de parede do Pioneiro está parado em 1970.