Revista impressa é um artigo que não basta apenas ter informações: é preciso inteligência, ousadia, perspicácia.
Um dos deadlines mais importantes desse processo é o fechamento. Ele não pode atrasar. A rotativa está esperando o OK definitivo da redação para começar a rodar.
Ontem o Correio do Povo (Porto Alegre, RS), histórico impresso dos gaúchos, fechou antes que a principal notícia esportiva ocorresse: a demissão do treinador do Inter, Eduardo Coudet, logo após a derrota no campo. O CP fechou com o resultado, mas sem aguardar as consequências.
Correu contra o tempo, para respeitar os processos, e caiu na armadilha da notícia. A demissão de Coudet ficou de fora. Por sorte existem outras mídias que são atualizadas em tempo real. O próprio site do CP acompanhou a demissão.
Agora foi a The Economist (Londres, UK).
A "bíblia" das publicações de economia do mundo colocou na capa um andador com o símbolo da presidência dos Estados Unidos e diz: "Sem condições de guiar um país".
A mensagem direta é para que o presidente Joe Biden renuncie à reeleição. E abra a possibilidade que alguém em condições físicas mais adequadas dispute a presidência contra Donald Trump.
Biden mostrou instabilidade no debate da semana passada. Aos 82 anos, ele está com limitações físicas e neurológicas que ameaçam a confiança do eleitor americano.
A lista de parceiros de Mídia Mundo cresceu ainda mais. Sinal de que está funcionando para as grandes empresas de comunicação.
O matutino gaúcho mostra um novo logotipo - um pouco estranho, na verdade - e adota uma estratégia de capa que tenta imitar uma homepage de "caça cliques". Vários assuntos, pouca hierarquização, seis fotos em um tabloide, 13 chamadas.
E, de quebra, um preço de exemplar avulso nada convidativo: R$ 12 - o dobro do que os jornalões de São Paulo e Rio de Janeiro praticam nesse mesmo sábado, mais que as edições dominicais dos grandes do eixo central.
É preciso, sempre, torcer pela recuperação dos meios de comunicação - o impresso gaúcho, que já bateu 200 mil exemplares/dia em seus bons tempos, hoje navega abaixo dos 35 mil por dia. E os números do site são bastante baixos também - cerca de 115 mil assinantes no final de 2023. Mas a primeira amostra da mudança deixa poucas esperanças de reverter esse quadro triste.
Que pena. Uma chance aparentemente perdida.
O Diário Popular (Pelotas, RS) anunciou, com uma carta emocionada da acionista e diretora-superintendente Virgínia Fetter e um texto assinado por um grupo de advogados, o fim depois de mais de 130 anos. O motivo alegado é financeiro, atribuído à epidemia de Covid-19 e às recentes enchentes. Mas a explicação é um pouco mais ampla. Amanhã circula o último impresso, com essa capa de fundo negro.
O DP é um dos tantos veículos que não soube entender a transformação do mundo. Quando aceitou o comportamento digital da sociedade, muito tempo depois que o necessário, atirou-se em estratégias suicidas de redes sociais, cobrança por conteúdo irrelevante e precificação inadequada de seus produtos. E não conseguiu medir seu tamanho em uma nova realidade.
Quebrou. É triste, mas é real.
PS: informação em primeira mão do sempre repórter Cláudio Thomas
Só peca em um "pequeno" detalhe: o local não é o "saguão do Aeroporto Salgado Filho", mas o antigo terminal - desativado definitivamente em 2019 (nos últimos anos servia apenas como apoio ao terminal principal).
Faltou conhecimento ao editor de capa. Ou a melhor identificação ao repórter-fotográfico. Folha errou.
Por muitos e muitos anos os impressos gaúchos consideravam que suas audiências estavam fora do planeta Terra. Alienados.
Por isso insistiam com capas de segunda-feira com notícias de sábado, principalmente resultados do futebol.
É humanamente possível imaginar um torcedor de Grêmio ou Internacional esperando a segunda-feira para saber quanto foi a partida de sábado, certo????
Pois bem, Zero Hora (Porto Alegre, RS) começou esse movimento absurdo, logo copiado pelos demais gaúchos. E virou escola.
Hoje, pela primeira vez em muito tempo, Zero Hora apresenta uma capa com conteúdos relevantes para as audiências. Sem o futebol de sábado. Um impresso bem melhor e necessário.
Verdade que o Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS), da mesma RBS, segue a cartilha anterior (que desastre...). NH (Novo Hamburgo, RS) o mesmo (lamentável) e o Correio do Povo (Porto Alegre, RS) tenta esconder, mas também publica fotos do futebol de sábado.
Quem sabe essa irrelevante realidade das segundas começa a mudar, enfim, com o Zero Hora de hoje?
Um estudo da Price Waterhouse Coopers (PWC), conhecida consultora internacional de negócios, está mexendo com a mídia dos EUA. Segundo o do...