Editar é ligar foto com texto

Não basta ter a boa foto, é preciso saber onde e como utilizá-la.
O bom editor identifica a foto do dia quando ela transmite uma ideia no primeiro olhar. E imediatamente revela esse achado.
Como fizeram O Globo (Rio de Janeiro, RJ), na seleção sem cara, e Diário Catarinense (Florianópolis, SC), com a dureza da jogada (apesar do desastrado Michel Bastos).

Sarcasmo italiano

Está certo que a Seleção Italiana se deu mal na África do Sul, mas Il Giornale (Milão, Itália) exagerou na charge.

Caixões em campo é pegar pesado demais.

Dica de Grasiela Duarte

Julia é a cara da nova Austrália

Agora a Austrália também é liderada por uma mulher.
Julia Gillard é desde ontem primeira-ministra do país dos cangurus.
É preciso contar a vida de Julia, entender seu estilo, saber como a Austrália quebra paradigmas machistas e segue países como Alemanha, Argentina e Chile, colocando uma mulher no comando.

Lance exagerou na flauta

O esportivo Lance! (Rio de Janeiro, RJ) hoje se passou.

Tudo bem brincar com a vergonha italiana, mas em dia de jogo do Brasil a flauta cai para segundo plano.

Como foi o dia de Julio Baptista e de Daniel Alves? O que Cristiano Ronaldo quer aprontar? Qual será a próxima grosseria de Dunga? Essas são as questões que o leitor de Lance! quer saber.

Brincar com a dor alheia é legal, mas não em dia de Brasil em campo.

Chora Itália

A Itália está envergonhada.
Não há palavras que traduzam a decepção dos italianos com a seleção. Quatro anos depois do tetra na Alemanha, o fiasco na África do Sul.
Os jornais mais importantes do país, La Repubblica (Roma, Itália) e Correire dello Sport (Milão, Itália), falam em vergonha, assim como o Corriere dello Sport (Roma, Itália).
O esportivo Tuttosport (Turim, Itália) traduz o drama em muzzarella. E La Gazetta dello Sport (Milão, Itália) vê tudo negro.

A opção gráfica

O assunto é receita e despesa.
A notícia chegou igual para todos os jornais, trata-se de uma pesquisa.
Diário Catarinense (Florianópolis, SC), Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e Diário de Natal (Natal, RN) conseguiram traduzir números em imagens.
Show, don't tell.
Acertaram os três. O leitor agradece.

Os 40 menores de 40

Um jornal identificado com sua comunidade reconhece os valores locais e incentiva o desenvolvimento.

Assim ganha leitores e admiradores.

O concurso 40 under 40 (40 com menos de 40), do Guelph Mercury (Guelph, Canadá) é um bom exemplo desse jornalismo hiper local.

Estados Unidos, capital BH. Ou Salvador

Tente adivinhar:
Dois dos cinco jornais abaixo são brasileiros e três são americanos. Quais?
Basta ver quem destacou melhor a suada vitória dos EUA ontem, certo?
Errado.
Para o Estado de Minas (Belo Horizonte, MG) e Correio* (Salvador, BA) nada é mais importante que a façanha da seleção americana aos 45 do segundo tempo.
Para três dos mais importantes jornais dos EUA, The Washington Post (Washington, DC), Chicago Tribune (Chicago, IL) e The New York Times (Nova York, NY) há coisas mais importantes, sim.
A foto principal do Post é da Copa, sim, mas na ordem de prioridades tem muita coisa na frente.

Um dia de fúria na vida de Dunga

Também com humor se vive no mundo das comunicações.

Dica de Saulo Ribas e do meu filho Victor

Edição simples e direta em Goiás

A crueldade no crime de T. abalou Goiás.

Tanto que O Popular (Goiânia, GO) quase não teve palavras para falar o que houve. E nem precisou.

O retrato-falado e a mensagem rápida e direta é a melhor receita para que se encontre o criminoso.

O jornal tem o dever social de defender os valores do seu leitor.

Muito bom.

Chega de problemas, é hora de soluções

As enchentes do Nordeste arrasaram Alagoas e Pernambuco.

O Diário de Pernambuco (Recife, PE) entendeu que agora não é momento de ficar expondo os intermináveis problemas. É hora de buscar soluções.

De um lado cobrar das instituições. De outro pedir ajuda. Por isso fez muito bem ao gritar: AJUDE.

Isso também é jornalismo moderno.

Linguagem visual de alta qualidade

The Globe and Mail (Toronto, Canadá) sabe que tudo o que puder ser mostrado em imagens é melhor do que inúmeras linhas para explicar.

O gráfico simples e inteligente na capa de hoje não deixa qualquer dúvida na comparação China-EUA.

A Nova Zelândia acordou para a Copa

Depois de dois jogos e dois empates - o último contra a poderosa Itália - a Nova Zelândia começou a dar importância ao Mundial.
O futebol não tem popularidade no país das ovelhas, mas agora os resultados de campo fizeram a Nova Zelândia abrir os olhos.
Está em lugar nobre no The Dominiom Post (Wellington, Nova Zelândia), The New Zealand Herald (Auckland, Nova Zelândia) e The Press (Christchurch, Nova Zelândia).

A mãe do candidato

A grande história de Minas Gerais foi levantada pelo Estado de Minas (Belo Horizonte, MG).

O candidato a vice Patrus Ananias (PT) declarou que aceitaria estar na chapa de Helio Costa (PMDB), desde que sua mãe desse o OK.

O jornal foi até a casa de dona Maria Teresa Patrus Ananias, 84 anos, e recebeu dela o "sim" antes do candidato.

É de boas histórias como essa que vive o bom jornalismo. Dona Maria Teresa merece um perfil.

O algo a mais, com muito esforço

Difícil achar entre os jornais brasileiros quem conseguiu ultrapassar o limite da obviedade e passar alguma coisa a mais para o leitor, depois do jogo de ontem.
O popular Hora de Santa Catarina (Florianópolis, SC) foi muito esperto na escolha da manchete, bem como o Lance (Rio de Janeiro, RJ).
O Globo (Rio de Janeiro, RJ) conseguiu ser crítico e informativo.
São pequenas ilhas de criatividade em um oceano de absoluto marasmo editorial.

Uma capa é uma foto

Nem é preciso entender Mandarim para saber o que está dizendo o Dongguan Times (Guangzhou, China).

Não adiantou o alerta

Era tão óbvio que foi fácil prever. Mídia Mundo ontem alertou para as capas inúteis, que deveriam ser evitadas hoje. Mas elas apareceram. Aos montes!
Quem quiser saber o que NÃO deve jamais ser capa de um jornal no dia seguinte a uma partida de Copa do Mundo, basta ver os 12 exemplos abaixo.
Um festival de obviedades de O Estado de S. Paulo (SP), Correio de Uberlândia (Uberlândia, MG), O Estado do Maranhão (São Luís, MA), Diário da Região (São José do Rio Preto, SP), A Razão (Santa Maria, RS), A Tarde (Salvador, BA), Jornal do Commercio (Recife, PE), Zero Hora (Porto Alegre, RS), Diário de Natal (Natal, RN), O Popular (Goiânia, GO), Notícias do Dia (Florianópolis, SC) e Diário do Pará (Belém, PA).

Procure dar o algo a mais

O Brasil venceu por 3 a 1 a Costa do Marfim e está classificado.
Isso todo o mundo já sabe, a TV transmitiu ao vivo, o país parou para ver a partida.
Agora é hora de buscar o novo, o diferente.
Até os sites estão nessa luta, apesar do tempo real.
Lancenet e Globo.com já falam do gol com a mão desde o fim do jogo.
Os jornais precisam vir com algo a mais. Ou nem deveriam circular nesta segunda-feira.
Quem vai surpreender amanhã?

Revolta mexicana

Já são 100 assassinatos desde o início do ano no Estado de Morelos, no México.

Não é mais possível assistir a tudo em silêncio.

O Diário de Morelos (Cuernavaca, México) se revoltou e produziu uma capa gráfica para não deixar qualquer dúvida.

A Colômbia vota e os jornais se repetem

El Colombiano (Medellin, Colômbia) foi o único que tentou algo diferente. Frente a uma overdose dos rostos dos dois candidatos que disputam o segundo turno hoje, duas modelos com as camisetas dos candidatos.
Mas ainda é pouco.
Os demais jornais seguiram o método tradicional. El Espectador (Bogotá, Colômbia) procurou ser moderno - mas não conseguiu.
El Tiempo (Bogotá, Colômbia), El Universal (Cartagena, Colômbia) e El Mundo (Medellin, Colômbia) nem tentaram.