Os acontecimentos de Brasília desde quarta-feira - e agravados ontem - podem ter sido a pá de cal definitiva na vontade do atual Presidente da República almejar a reeleição. É grave, com provas abundantes e escancara interferências na Polícia Federal para acobertar atos de corrupção.
Uau! É tudo o que um impresso pode querer para organizar sua primeira página. Com um detalhe: É preciso ainda tentar inovar, contar algo surpreendente, que faça o leitor pensar.
Curiosamente, os jornalões brasileiros adotam posturas diferentes. O Estado de S. Paulo (SP) esconde na segunda metade da capa, com manchete apenas informativa. Folha de S. Paulo (SP) também usa luvas de pelica para falar do assunto, buscando uma falsa imparcialidade.
Só mesmo O Globo (Rio de Janeiro, RJ) entendeu para que serve o impresso. Foi na jugular. Manchete revelando um pedaço da conversa grampeada onde não é possível ter dúvidas da participação do Presidente no esquema - e na interferência junto à PF.
Os impressos chegam muito depois do fato ocorrer. Ou há interpretação, análise, novidade, ou se busca uma forma diferente de contar a mesma história. Folha e Estadão estão parados no tempo.