E no ABC o editor de arte deve estar em férias

A chuva rende ótimas imagens.

Mas não é possível querer dar todas as fotos que chegam à redação. São Paulo não cabe dentro de Santo André.

Na ânsia de publicar várias imagens, o Diário do Grande ABC (Santo André, SP) perdeu a chance de produzir uma grande capa.

As pequenas fotos da esquerda são totalmente desnecessárias. A última delas, inclusive, invade - sem qualquer necessidade - a foto principal.

O editor de arte deve estar de férias. Longe da chuva.

Sim, choveu muito em São Paulo

A foto de Luis Guarnieri, da Futura Press, não deixa qualquer dúvida: choveu de verdade em São Paulo.
Aliás, O Estado de S. Paulo (SP), Diário de S. Paulo (SP) e Agora (SP) publicaram a mesmíssima foto na capa.

Choveu em São Paulo?

A maior cidade do país foi inundada por um forte temporal ontem à tarde.

Teve até morte.

Ruas alagadas e trânsito, então, nem se fala.

Mas a Folha de S. Paulo (SP) acha que chuva, morte e engarrafamento já não merece figurar na capa.

A arrogância da Folha vai acabar matando o jornal. A criatividade é fundamental, sem diferente é obrigação, mas não se pode brigar com a informação.

Brasa carioca e brasa paulista

O jornal Lance! soube utilizar a paixão local para tratar um tema nacional com inteligência.

A novela Ronaldinho Gaúcho está chegando aos últimos capítulos.

Palmeiras ou Flamengo? Quem sabe Grêmio?

Por isso a edição paulista e a edição carioca são, graficamente, iguais.

Mas os textos de apoio fazem o jornal ser identificado com São Paulo ou com o Rio.

É a mesma brasa para a sardinha carioca ou para a sardinha paulista.

Valeu o gancho do passaporte

O furo é da Folha de S. Paulo (SP), a concessão de passaportes diplomáticos aos filhos de Lula dois dias antes do fim do governo.

Mas o Diário do Comércio (SP) soube utilizar, 24 horas depois, o gancho para uma capa inteligente, que chama a atenção.

A grande foto de sexta-feira

Vem de Blumenau, de autoria do repórter-fotográfico Jandyr Nascimento, do Jornal de Santa Catarina (Blumenau, SC).

O instante em que o raio uniu céu e terra é digno de capa inteira.

Fez muito bem a direção do jornal.

Joinville é uma repetição

A pacata Joinville está sem novidades no front.

Tudo é repetição.

Segundo A Notícia (Joinville, SC) e Notícias do Dia (Joinville, SC), as coisas acontecem "de novo".

Saudade do tempo em que os fatos aconteciam pela primeira vez.

Paixão pelo BBB

Nenhum estado do Brasil é tão fanático pelo Big Brother como o Pará.

Basta ver as capas de seus três principais jornais: Diário do Pará (Belém, PA), Amazônia (Belém, PA) e O Liberal (Belém, PA).

Pelo jeito a vida anda monótona pelos lados de Belém.

A surpresa absurda de O Sul

O Sul (Porto Alegre, RS) é o mais surpreendente de todos os jornais do Brasil.

No pior dos sentidos.

Ou alguém entende a foto-pôster de Lily Marinho na capa da publicação gaúcha?

Alguém precisa informar a direção do jornal que há coisas mais importantes e relevantes no mundo - mesmo em Porto Alegre - do que a morte da viúva de Roberto Marinho.

Que coisa!

Será que alguém ainda gasta dinheiro com esse jornal? Alguém em sã consciência compra O Sul?

Cadê o Ronaldinho Gaúcho?

O Grêmio, equipe do coração de meio Rio Grande do Sul, está para anunciar a (re)contratação de Ronaldinho Gaúcho.

Nunca um jogador escolhido melhor do mundo jogou em uma equipe do Estado.

Nunca.

É contratação de lotar aeroporto, de desfilar em carro aberto, de mudar o paradigma do futebol gaúcho.

O Rio Grande não tem jornais esportivos. Os de informação geral cumprem essa missão.

E onde está o assunto hoje nas capas de Zero Hora (Porto Alegre, RS), Correio do Povo (Porto Alegre, RS), O Sul (Porto Alegre, RS) e Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS)?

Escondido.

Foi mal, gaúchos, foi mal. Ronaldinho merece mais.

Água e mais água

Na Áustrália a chuva castiga como nunca.

Basta ver a capa do The Daily Telegraph (Sydney, Austrália) para se entender o tamanho do problema.

Show, don't tell.

Sem coragem um jornal não brilha

O Jornal de Brasília (Brasília, DF) tinha todos os elementos para fazer uma capa histórica: as duas fotos da BR-060, com apenas três dias de diferença, dão ideia precisa do que ocorre com aquela coleção de crateras.

Mas aí baixou o espírito do conservadorismo jornalístico que sacramentou uma manchete inútil. Afinal se o IGPM (que mede a inflação) bateu em 10% nos últimos 12 meses, é de se esperar que os livros e outros produtos subam esse mesmo percentual, não?

E as fotos ficaram para baixo, em segundo plano.

Sem coragem um jornal morre esquecido, fica desnecessário, fútil.

Sem coragem nem é preciso circular. O leitor não se engana.