Imprima essa Página Mídia Mundo: 2009-12-13

sábado, 19 de dezembro de 2009

Festa sim, mas sem euforia

O Barcelona venceu o Mundial de Clubes hoje, batendo o Estudiantes (Argentina) na final, por 2 a 1 no tempo suplementar.
Muita festa no campo, mas nem tanto nos sites espanhois.
O As (Madri) chegou a dar mais destaque à vitória do Real Madrid pelo campeonato espanhol do que à conquista do Barça. O El País (Madri) seguiu os mesmos passos).
La Vanguardia (Barcelona), Mundo Deportivo (Barcelona) e Marca (Madri) comemoraram o título, o sexto do Barcelona em 2009, campeão em todas as competições que disputou.
Verdade que o título do Mundial de Clubes é almejado com muito mais empenho na América do Sul do que na Europa. Aqui é o coroamento de uma equipe.
Na Espanha, por exemplo, a ordem de importância dos títulos é:
1) Champions League, a Liga dos Campeões da Europa;
2) Liga Espanhola, o campeonato nacional;
3) Mundial de Clubes;






Sem palavras


Não é preciso mais que essa capa para se entender o sentimento dos suecos pelo fim de uma tradição.
A marca Saab, de carros de luxo, vai morrer. O anúncio oficial foi dado ontem.
O Dagens Nyheter (Estocolmo, Suécia) dá uma aula de bom jornalismo. Limpo, claro, direto. Nas páginas internas, os motivos, as análises e a repercussão.
Um dia de luto na Suécia.

A melhor maneira de apresentar um tema


O jornal The Gazette (Montreal, Canadá) traz hoje uma bela reportagem sobre as manias de se fazer listas, de categorizar a vida, segundo a colunista Peggy Curran.
A grande ideia do jornal foi colocar listas dentro de cada letras da palavra "Lists". Lista do que fazer nas festas, de comidas, de fim de ano, enfim.
A verdade é que as listas são fenômenos comportamentais do mundo contemporâneo. A revista Monocle (Londres, UK) ficou famosa pelas listas.

Faz frio até no logo


Foi o Google quem popularizou essa idéia. Trazer para o logotipo alguma informação, de preferência com bom humor.
O Kleine Zeitung (Graz, Áustria) não quis deixar dúvidas sobre a sensação de se estar a 15,5 graus negativos.
A foto é um achado, o logo coberto de gelo também.

Mostre, não conte

O Daily Press (Hapton Roads, VA) está de parabéns pela fantástica capa de hoje, onde abusa de cultura visual sem precisar tirar coelhos da cartola.
O governador da Virginia, Timothy Kaine, lançou o orçamento para 2010 do Estado, com profundas mudanças e cortes.
O The Virginia Pilot (Norfolk, VA), famoso pelo excelente design, não conseguiu ir muito além do anúncio de Kaine. Mas o pequeno Daily Press soube expressar o significado do novo orçamento: cortes, cortes, corte e um aumento de 1% para compensar os cortes.
Show, don't tell.


A mesma árvore, outro enfoque

Uma gigantesca árvore caiu no meio da Avenida Brasil, uma das principais artérias de Belo Horizonte, durante a tempestade de granizo.
A cidade parou. Era impossível chegar ou sair.
Hoje os jornais mineiros falam do mesmo fato com enfiques bem diferentes.
O mais contido é O Tempo (Belo Horizonte, MG), que apenas registra o fato, sem maiores emoções.
O Estado de Minas (Belo Horizonte, MG) soube usar bem a imagem da árvore, mas pouco avança em relação à notícia em si.
Já o Hoje em Dia (Belo Horizonte, MG) editorializa toda sua capa com a expressão que esteve na boca de quem enfrentou o caos do trânsito da capital mineira: BH inviável.
Ou seja, mais além da queda da árvore, um interessante raio-x da situação de Belo Horizonte do ponto de vista do cidadão.
Dessa forma o jornal reflete exatamente o que o seu leitor sente na pele.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O ano de 2009 contado em imagens

O blog The Big Picture (Boston, MA) está a cada dia melhor.
Agora o blog do The Boston Globe, editado por Alan Taylor, está repassando o ano em 120 imagens. Um colírio.
As imagens abaixo são das eleições no Irã e do Carnaval em São Paulo.
The Big Picture só utiliza imagens disponíveis na Internet, de agências e outras fontes de informação.
Fantástico.




quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Como é fácil seguir a agenda oficial

Bastou o governo divulgar índices de PIB para que a maioria dos jornais sem imaginação do Brasil publicarem estatísticas, números.
PIB não mata a fome. PIB não emprega ninguém. Mas osjornais adoram falar de PIB, de Taxa Selic e outras informações que pouco mudam a vida do leitor.
Os índices são indicativos. O bom jornal usa o índice para fazer uma grande reportagem.
O jornal preguiçoso apenas publica o que o governo quer.
Todos esses abaixo, por exemplo.










Boas ideais da terra do Tio Sam

Bastou ousadia e imaginação.
As capas do Sun Sentinel (Fort Lauderdale, FL) e do The Plain Dealer (Cleveland, OH) sabem chamar a atenção com bom gosto.
As matérias são de primeira, a arte também.



Exagerou...


Se para cada alegria coletiva o The Journal (Newcastle, UK) abrir champanhe, vai faltar bebida na cidade.

Noite, chuva e Fisco em São Paulo

Os concorrentes Folha de S. Paulo (SP) e O Estado de S. Paulo (SP) resolveram colocar como foto principal de capa a chuva à noite.
A manchete, hoje, também é sobre o mesmo tema.
Há dias em que os dois jornalões de São Paulo ficam tão parecidos que fica difícil acreditar que não houve troca de informações.



A neve e o humor britânico

Nevou de surpresa em Londres.
Não é normal cair neve nessa época do ano, mas tambem não é normal chover tanto no Brasil. Logo...
Os jornais ingleses precisaram encarar a neve de frente, cada um do seu jeito. Alguns com a mesma foto.
O The Independent (Londres, UK) brincou: "Isso não é chuva, alce"!
E o The Daily Telegraph (Londres, UK), com a mesma foto (Getty Images), foi por outro lado do humor: "Lapônia? Não, Londres".
Nenhum perdeu a piada.




quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A foto que vale muito e a que não vale nada

Qual a diferença básica entre as fotos principais de A Tribuna (Santos, SP) e do Mogi News (Mogi das Cruzes, SP)?
Simples, informação.
Quem olha a capa de AT logo entende que o trânsito estava uma loucura em Santos.
Mas quem vê a foto do MN só enxerga senhores engravatados e uma dama, sem qualquer ação, apenas placas comemorativas.
A quem interessa isso?
A foto de A Tribuna interessa ao leitor.
A foto do Mogi News só interessa às famílias daquelas cinco pessoas.



Infográfico fácil e explicativo


O pequeno The News-Press (Fort Myers, FL) só precisou de uma rápida idéia para deixar claro o destino do dinheiro que esteve nas mãos do político.
Simples e fácil.

Ele decolou!

Não há espaço para a explosão de alegria do cidadão de Everett e do estado de Washington pelo vôo do Boeing 787.
Dá pra sentir a emoção nas páginas do Herald Everett (Everett, WA) e do The Seattle Times (Seattle, WA).
Jornal também serve para traduzir sentimento.



A brincadeira é velha, mas ainda vale


Um baiano conseguiu registrar em cartório uma certidão de casamento do presidente Lula com a ministra Dilma Rousseff.
Um deslize típico de muitos cartórios brasileiros que, por descuido ou propina, validam qualquer papel e fazem uma mentira virar verdade.
O Correio* (Salvador, BA) topou publicar a história - até encheu de rodeios e um pouco mais de ficção - mas esqueceu-se de ir um pouco além do fato.
Por que acontece isso? Como evitar ser fraudado por documentos inverídicos?
A matéria vale e merece suíte. Tomara que provoque uma discussão nacional sobre o arcaico sistema dos cartórios.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

E há quem esconda a foto


Será que essa bela imagem minimalista de Kid Junior, no Diário do Nordeste (Fortaleza, CE) não merecia mais espaço?

A grande foto não pede licença

Um diretor que deixa uma grande foto fora da capa deveria ser destituído.
Felizmente há três bons exemplos que salvam a categoria hoje.
O National Post (Toronto, Canadá) rasga essa maravilhosa foto que não deixa qualquer dúvida: que frio!
A Tarde (Salvador, BA) conseguiu um brilhante flagrante de briga entre flanelinha e motorista, obra do foto-repórter Luciano da Matta. Faltou um pouco de edição fotográfica, mas a imagem fala por si.
E no Arizona Daily Star (Tucson, AZ) a sequência de um gato subindo em um cactus é excelente. Vale a aposta da capa, sem qualquer dúvida.




Atrás da melhor história


O novo Boeing 787, concorrente do AirBus A-380, é esperado com enorme expectativa nos EUA. Afinal, é um gigante que vai cruzar os area em breve.
O The Seattle Times (Seattle, WA) descobriu o piloto que vai fazer o primeiro vôo-teste com o Dreamliner. Aí soube usar a história com muita inteligência.
No jornal ou no site a história de Mike Carriker está muito bem contada.
Bons jornais investem em boas histórias.

Escorregando no idioma


Jornal não pode errar no português.
O Jornal da Cidade (Bauru, SP) hoje cometeu um deslize infeliz. Segundo a manchete, o cidadão de Bauru paga 500 mil impostos por ano. Isso significa 1370 impostos por dia para cada um!
Se o JC tivesse respeitado o português e colocado a preposição "em" no lugar de "de", o sentido seria outro, provavelmente o desejado (aliás, o texto de apoio está dessa forma).
Lamentavelmente um jornal não tem o direito de errar.
Muito menos na manchete.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Outro caso de mais do mesmo

Os três principais jornais da Itália não conseguiram avançar nem um milímetro no surpreendente caso da agressão ao primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
A foto está bem, não poderia ser outra: o rosto de Berlusconi ensanguentado.
Mas as manchetes não poderiam sem mais óbvias.
Nem La Repubblica (Roma, Itália), nem La Stampa (Turim, Itália), muito menos Corriere della Sera (Milão, Itália).
A santíssima trindade do jornalismo italiano ficou na cobertura por piloto-automático.





Cineminha mal feito


O The Brownsville Herald (Brownsville, TX) tentou montar um cineminha para mostrar a implosão de um prédio da cidade.
Tudo muito bem, tudo muito bom, exceto a ordem dos fatores, que alterou completamente o produto.
A foto principal - quinta na linha de leitura lógica - é na verdade a primeira da série. Acontece no início da explosão.
Por algum motivo se de destaque à imagem menos impressionante.
Assim o cinema não funciona. É do tempo do filme mudo.

Duas ideias iguais, mas só uma funciona

O Diário de Pernambuco (Recife, PE) e o El Mercurio (Santiago, Chile) tiveram a mesma ideia: para destacar mais as informações em forma de texto, nada de imagens na primeira metade da capa, antes da dobra.
Texto, texto e texto.
No jornal brasileiro funcionou bastante bem. A manchete forte é um convite à leitura dos pequenos bullets points.
Mas no tradicional diário chileno a invenção deixou a desejar. Ficou pesado, confuso e inadequado. O antetítulo já é informação do resultado das urnas. A manchete é enorme. E depois há mais nove linhas de informação.
É o típico caso do diretor que não quis deixar nada de fora, em nome de "informar melhor".
Errou feio.
Quem quer fazer um jornal para todos acaba fazendo para ninguém. Sem apostas claras o jornal perde o valor.

O segundo capítulo tão bom quanto o primeiro


Está no Detroit Free Press (Detroit, MI).
História de gente que se recuperou depois da crise mundial que arrasou Detroit e o Michigan.
Ontem foi o primeiro - ótimo - capítulo.
Boas histórias são necessárias para o bom jornalismo.

Milão fica em Campinas


Não há outra explicação para a capa do Diário do Povo (Campinas, SP), a não ser a secreta mudança do mapa. A partir de agora Milão fica em Campinas.
Ou como explicar tamanho interesse pelo jogo do Milan?
Não é final de campeonato, não houve nenhum fato espetacular, e ocupa a maior parte da capa.
Depois os leitores vão embora e o ninguém sabe o motivo.

domingo, 13 de dezembro de 2009

As listas sempre agradam


O San Jose Mercury News (San Jose, CA), carro-chefe do Vale do Silício, inova mais uma vez.
Agora publica a lista das novas 10 pessoas mais influentes da região - e desconhecidas.
Listas fazem, sim, enorme sucesso. É leitura rápida, fácil e informativa.
A revista Monocle (Londres, UK) é sucesso de público em toda a Europa exatamente por suas listas.
É preciso se modernizar.