Imprima essa Página Mídia Mundo: 2012-09-23

sábado, 29 de setembro de 2012

Fotografia jornalística no Século XXI


Incrível como ainda há jornalistas com o antiquado conceito de que fotos de capa precisam tratar de gente "importante", ainda que graficamente sejam lixo.

The New York Times (Nova York, NY), um jornal conservador - conhecido como A Velha Senhora do jornalismo - ensina que uma imagem precisa emocionar, inquietar ou fazer pensar. De preferências ter esses três conceitos juntos.

Quantos jornais no Brasil teriam coragem de publicar uma foto de uma menina pulando corda alegremente como imagem principal?

A fotografia jornalística mudou. Alguns ainda teimam em fechar os olhos.

O design pelo design


No jornalismo o design deve ajudar o leitor a captar a informação. Tudo o que se fizer com outro objetivo (por exemplo, "para ficar bonito") não tem sentido.

Chama a atenção a enorme coluna branca na capa da Gazeta do Povo (Curitiba, PR), que serve para encaixar a legenda da foto alta e também para dividir a coluna de chamadas da esquerda com o bloco informativo da direita.

A ideia é muito boa, talvez a aplicação tenha falhado. A sensação que se tem é que faltou alguma coisa, que há branco exagerado. Na mesma capa a manchete está pressionanda entre duas fotos abertas - e a manchete não se refere a nenhuma delas. Faltou capricho.

Já o jornal The Herald (Jasper, IN) opta por deslocar o logo para baixo, uma saída que muitos jornais já estão utilizando com frequência. Só que a mudança de local do logo precisa necessariamente ter um motivo: não atrapalhar uma foto, destacar uma manchete, permitir um infográfico.

No caso do The Herald, não há qualquer motivo. Só estética de design.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Os beijos paulistanos


Todos os jornais de São Paulo escancaram o beijo na boca que o candidato José Serra levou, de surpresa, ontem.

OK, é inusitado, vale a publicação.

Mas O Estado de S. Paulo (SP) enxergou mais longe: mostra também beijos menos famosos, que os demais candidatos deram - e receberam.

No meio da mesmice editorial, o Estadão foi quem conseguiu ser diferente.

Como não dizer nada em uma lição


A Folha da Manhã (Passos, MG) publica manchetes que concorrem ao prêmio de não dizer nada.

Sempre que algo "continua", o impacto editorial é nenhum.

Bastava dizer que o setor já tem mais de 430 empresas - está na linha fina. Daria uma sensação de crescimento, sem dizer que "continua".

E tome abreviatura


Pergunta que não quer calar:

Por que no Diário de Natal (Natal, RN) Lagoa Nova vira L. Nova, mas Morro Branco não vira M. Branco?

Mais PG


Em Ponta Grossa, os jornais adoram essa sigla que abrevia o nome da cidade.

De novo.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Começou o ataque


Não é de hoje que os jornalões de São Paulo se posicionam dentro de uma lógica neoliberal. A simpatia pelo governo FH, por exemplo, era bem maior do que a demonstrada na gestão Lula.

Pois agora um candidato "outsider" está na frente nas pesquisas para a prefeitura paulistana.

Hoje começou a guerrilha de O Estado de S. Paulo (SP).

Um tiro de canhão tão forte que mal se nota a belíssima foto de Tiago Queiroz, logo abaixo.

A mesma ideia


Estado de Minas (Belo Horizonte, MG) e O Diário do Norte do Paraná (Maringá, PR) tiveram hoje a mesma ideia: utilizar um número como protagonista da capa.

Sempre que o número for relevante, mostrar pela extensão o seu tamanho, funciona.

Hoje funcionou.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Procurando Dilma


Cadê a presidente Dilma nos jornais dos EUA?

Nenhum sinal de sua presença em Nova York nos principais jornais americanos.

Tem Clinton, Yom Kippur e até abóboras, mas nada da presidente do Brasil.




Grande foto em Minas


Excelente imagem de Frederico Haikal, na capa do Hoje em Dia (Belo Horizonte, MG).

Com uma foto assim nem precisa de legenda.

Boa, Lance


O Lance (Rio de Janeiro, RJ) traduz o sentimento da torcida do Flamengo em uma capa antológica.

Nem precisa falar do jogo no Engenhão.

É R10, que virou R49, e o ânimo da nação rubro-negra.

Muito bom.

Ainda com a mesma capa?


De novo, de novo, de novo.

O Diário do Grande ABC (Santo André, SP) vai mais uma vez com a mesma irrelevante capa. Desta vez com o debate na famosa Rio Grande da Serra.

Pobres leitores.

PS: É a última vez que Mídia Mundo publica essas capas absurdas do Diário do Grande ABC. O leitor do MM também cansa de sempre ver a mesma coisa.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Melhor seria uma mistura


Dois jornais concorrentes falam da mesma coisa hoje.

Folha de Caxias (Caxias do Sul, RS) e Pioneiro (Caxias do Sul, RS) reclamam do estado de conservação da Rota do Sol, estrada que liga a Serra ao Litoral no Rio Grande do Sul.

A sacada do Pioneiro é ótima, pelo tamanho da cratera. Mas a Folha faz bem ao colocar o drama na figura de um casal. Gente como a gente.

Só o que não funciona é a manchete da Folha de Caxias: "Raul e Amélia esperam resposta". Não, na verdade eles esperam um mecânico para ajudar a consertar o automóvel.

Grande aposta de A Gazeta


A maneira como se mata no Brasil - em especial no Espírito Santo - é revoltante. A vida não vale nada.

Por isso é digno de aplauso o posicionamento de A Gazeta (Vitória, ES) sobre as vidas perdidas a troco de nada.

Se a imprensa se calar, ninguém vai fazer nada para evitar novas perdas.

Outra vez a mesma capa


Foram dois dias com capas diferentes, mas agora o Diário do Grande ABC (Santo André, SP) volta ao estilo que o deixa com cara de jornal velho todos os dias: a capa pasteurizada.

Foto de um debate - sempre igual - e alguma informação que só o morador daquela cidade entende (hoje é a próspera Ribeirão Pires).

Lastimável. O Diário já foi um bom jornal.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O que era ruim piorou


O Diário do Nordeste (Fortaleza, CE) consegue cometer a proeza de desinformar seus leitores.

Sim. Na pressa para fechar a edição anuncia um debate que começaria à noite. E ponto. Nada mais. Uma foto dos candidatos antes do evento e que se dane o leitor, ele que vá procurar saber o que aconteceu em outro lugar, não no DN.

O jornal já errou outras vezes nessa eleição. Ou seja, o desserviço não é inédito.

Mas o Diário sequer indicou que o leitor poderia seguir a cobertura do debate em sua página na Internet. Nada. Deixou o leitor chupando dedo. Depois a direção reclama que a circulação está caindo.

Um tremendo fiasco.

Os números em manchete


A distância física entre Novo Hamburgo e Brasília é enorme, quase 3 horas de voo.

Mas a ideia editorial hoje foi a mesma no Correio Braziliense (Brasília, DF) e no Jornal NH (Novo Hamburgo, RS).

Números fortes e surpreendentes para chamar a atenção.


Duas visões sobre o mesmo pênalti



Um é puramente factual. O outro vai além e lembra que o Leão ainda está na zona da degola.

A diferença entre o conservador Jornal do Commercio (Recife, PE) e o inovador Diário de Pernambuco (Recife, PE) é a capacidade de olhar para a frente.

O leitor de jornal do ano de 2012 não é o mesmo de 1970. As mídias eletrônicas e digitais mudaram o acesso à informação.

O Diário é um jornal de futuro.