Imprima essa Página Mídia Mundo: 2010-04-04

sábado, 10 de abril de 2010

Inteligência editorial


O The Hamilton Spectator (Hamilton, Canadá) sabe surpreender quando necessário.

O levantamento sobre qualidade e condições de vida em cada bairro e região revela desenvolvimentos diferentes em cada população.

É o dódigo vermelho que, como um eletrocardiograma, traça o perfil dos canadenses de Hamilton.

Muito criativo.

Hoje é dia de boas imagens

Sábado é dia de festa para os editores de fotografia dos grandes jornais.
Talvez pela qualidade do material, talvez por ser início de fim de semana, os três jornais mais influentes do Brasil rasgaram boas imagens na capa hoje.
O Estado de S. Paulo (SP) finalmente cumpriu o que prometera na mudança gráfica e publicou uma bela foto.
O Globo (Rio de Janeiro, RJ) faz o Rio parecer o Hawaii.
E a Folha de S. Paulo (SP) traz a imagem mais surpreendente do dia, um maravilhoso instantâneo captado pelo repórter-fotográfico Rafael Andrade no centro de donativos para as vítimas do Rio. Pena que o editor da capa quis dividir o impacto dessa foto com o rosto do artista-mirim pintado de coelho. A foto de Niterói merecia espaço ainda maior.
Mas é dia de comemoração para a fotografia brasileira.


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Os cariocas cobram das autoridades

Primeiro foi O Globo (Rio de Janeiro, RJ), quarta-feira.
Agora há a companhia também de Extra (Rio de Janeiro, RJ) e de O Dia (Rio de Janeiro, RJ).
Ninguém mais consegue ficar calado perante a responsabilidade dos governantes - Prefeitura de Niterói em primeiríssimo lugar - pelo desfecho da sequência de tragédias no Rio.
É muita morte para se calar.
Os jornais apenas estão reproduzindo o que a sociedade pede: que se apontem os responsáveis pelo caos anunciado.

Furo e edição de luxo


O The Globe and Mail (Toronto, Canadá), um dos principais jornais da América do Norte, conseguiu um furaço: um documento que explica como a Igreja Católica sempre soube e acompanhou os passos de Bernard Prince, bispo afastado por pedofilia.

A revelação é um soco no estômago da cúpula da Cúria. E como tal, mereceu uma edição de luxo do Globe.

Sem uma grande foto, o grafismo elegante é um enorme fator para valorizar o furo.

Orgulho merece capa e contra


O Mellon Arena, em Pittsburgh, é o orgulho da cidade.

Tanto que mereceu capa e contracapa do Pittsburgh Tribune-Review (Pittsburg, PA).

48 horas de atraso


O tempo demora a passar na redação do Diário Catarinense (Florianópolis, SC).

A capa da edição de hoje, sexta-feira, é exatamente o que o Brasil todo disse...quarta-feira.

O DC entra no grupo dos poetas da tragédia.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O amarelo está de volta

Que amarelo?

O amarelo do pólen, que provoca alergia no povo de Huntsville.

É assunto do dia na cidade.

É assunto de capa, com enorme ousadia, do The Huntsville Times (Huntsville, AL).

O contraponto que funciona


As chuvas do Rio lembraram o drama que São Paulo viveu no início do ano.

O Diário de S. Paulo (SP) foi buscar histórias de sobreviventes daquele dilúvio, como contraponto à tragédia do Rio.

No meio de notícias tristes, algumas lições de vida que valem a aposta do jornal paulistano.

A foto que diz tudo


Só a foto do repórter fotográfico Juan Barbosa já vale a compra de um exemplar do Pioneiro (Caxias do Sul, RS).

A tristeza do torcedor do Caxias diz tudo.

Nem é preciso legenda.

Brilhante.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O tom direto do Pilot


O The Virginian-Pilot (Norfolk, VA) tem ums melhores designs entre os jornais americanos.

A maneira como passa suas mensagens é incrível - e merece ser copiada.

Com o fechamento de uma ponte na cidade, o jornal já prevê filas e filas de carros. E engarrafamento é sinônimo de dores de cabeça.

Por isso a placa.

Chuvas no Rio: O Globo acertou em cheio


Palmas para O Globo (Rio de Janeiro, RJ).

O jornal soube se revoltar contra o absurdo que é a cidade parar por culpa das chuvas.

Nada é mais importante hoje do que se proteger de novas catástrofes.

Cadê o plano de emergência?

Fantástico o posicionamento do jornal. É preciso cobrar das instituições. É preciso ser cidadão e olhar para a frente, com um jornalismo de soluções mais que de problemas.

Chuvas no Rio: bola fora dos cariocas

O Extra (Rio de Janeiro, RJ) bem que tentou, mas não conseguiu ser único, essencial.
O Dia (Rio de Janeiro, RJ) deve ter sofrido com as chuvas: sua capa é uma das menos inspiradas do ano. Totalmente descartável.


Chuvas no Rio: paulistas brigam com números

Os jornalões de São Paulo brigam por números.
Esquecem O Estado de S. Paulo (SP) e Folha de S. Paulo (SP) que em situações como essa a pior aposta é cravar um número de vítimas.



Chuvas no Rio: os que não dizem nada

Há quem procura tanto por palavras precisas e adequadas que acaba não dizendo nada.
Ou quase nada.
Pelo menos nada que o leitor não saiba.

Chuvas no Rio: os poetas

Há quem busque a palavra certa para caracterizar o momento do Rio de Janeiro.
Mas com tanto noticiário em TV e Internet, chegam às bancas sem dizer nada de novo.


Chuvas no Rio: os adeptos da "tragédia"

Há quem procure no dicionário de termos dramáticos como titular a situação do Rio.
E surge a palavra preferida: tragédia.


Chuvas no Rio: a turma do "mais de 100"

A cobertura das chuvas no Rio de Janeiro revelou a face menos criativa da imprensa brasileira.
O método piloto-automático ensina: dê o número de mortos na manchete.
E para não errar, use o "mais de".
Muitos seguiram essa regra e oferecem pouco valor agregado.


terça-feira, 6 de abril de 2010

As ideias infelizes também estão no ar


O que será que os editores de A Tarde (Salvador, BA) pensaram ao colocar as duas fotos de torcedores e policiais em corte pequeno, ao final da capa? Será que imaginaram que alguém conseguirá ver o que eles pretendem mostrar?

As fotos são boas, mas dessa forma não funcionam. Se a aposta do diário baiano é pela imagem do assalto, OK, nenhum problema. Basta rasgar aquelas duas outras imagens em uma página interna e destacar na capa apenas um detalhes, para chamar a atenção.

Diz o bom jornalismo gráfico e visual: imagens cheias precisam de cortes abertos. Salvador não cabe dentro de Juazeiro do Norte.

As boas ideias estão por aí


Hoje O Diário do Norte do Paraná (Maringá, PR) dá uma aula de como fazer uma capa quando não se tem uma manchete forte.

Excelente saída, leitura obrigatória.

O Brasil está dormindo para o iPad

Nada menos que 300 mil unidades vendidas no primeiro dia.
O mais incrível gadget já lançado no mundo está nas ruas.
É notícia em jornais do mundo inteiro, da Holanda e da Alemanha, por exemplo.
Certamente algum brasileiro já cruzou a fronteira com o seu escondido na bagagem.
Será que nenhum jornal do Brasil vai encontrar o primeiro iPad nas terras de Lula?
Que grande história dando mole.



Tragédia no Rio e nas redações

Dias especias exigem edições especiais.
O Rio de Janeiro afundou na chuva. As escolas fecharam. O tribunal fechou. Ninguém consegue se mexer. Os carros estão parados. As ruas alagadas. Mais de 2o pessoas já morreram. Não há o que fazer. E a chuva teima em cair.
Com esse cenário, os jornais só têm uma opção: jogar TODAS as fichas nesse assunto. Ninguém quer saber de Dilma Rousseff atacando cordeiros, como na capa de O Globo (Rio de Janeiro, RJ). Nem do dinheiro para aposentados em 2014, como em O Dia (Rio de Janeiro, RJ). Ou ainda nas 5 mil vagas para motoristas, como diz o Extra (Rio de Janeiro, RJ).
Hoje o dia é monotemático.
Mas os jornais não são. Faltou coragem para acompanhar o clima das ruas.
E amanhã? É dia de histórias e mais histórias.
Será que alguém vai ter coragem?




segunda-feira, 5 de abril de 2010

Duas capas de primeira qualidade

A criatividade dos designers americanos é impressionante.
Dois bons exemplos estão nas capas de The Plain Dealer (Cleveland, OH) e Las Vegas Sun (Las Vegasn NV).
O infográfico do TPD é sensacional. Imagine que você come um mouse, uma bola de beisebol, um baralho de cartas, essas coisas, todos os dias. O jornal apenas trocou porções de comida por objetos do cotidiano com o mesmo tamanho, na cruzada contra a obesidade.
Já o LVS abusou do traço talentoso de Chris Morris para desconstruir o senador John Ensign.
Fantástico.

Eleições à boliviana


Os bolivianos têm uma maneira singular de apresentar resultado de eleições.

Los Tiempos (Cochabamba, Bolívia) tentou ser original.

Ficou um pouco confuso, mas diferente.

Jornal foi furado pelos anúncios fúneberes


Quem foi Alvaro de Zubiría Jiménez?

Nada menos que 15 anúncios de sua morte ocupam a metade da capa de El Universal (Cartagena, Colômbia).

Mas nas páginas do jornal, nenhuum sinal da morte do ex-prefeito e ex-governador, que morreu na madrugada de domingo em Cartagena.

É o típico caso em que a publicidade é muito mais informativa que o conteúdo editorial.










ZH tenta se recuperar


Um dos momentos mais tristes de uma redação é quando o diretor traz uma página da concorrência, com algum assunto que ficou de fora - e brilhou em outro lugar - e ao cobrar do editor responsável escuta um "a gente não tinha, mas vamos recuperar hoje".

Recuperar, em jornalismo, é a derrota suprema. Aceita-se o erro, o furo, e então se faz agora o que deveria ter sido feito antes.

Isso funciona em cidades em que o jornalismo é fraco, onde a concorrência é frágil. Tapa-se o furo e procura-se oferecer uma cobertura extensiva, como se nada tivesse acontecido.

Zero Hora (Porto Alegre, RS) pratica isso hoje. Depois de ser furado pelo Ministério Público, procura trazer novidades sobre o caso e vendê-las como furo. Para "recuperar".

Sorte de Zero Hora que a concorrência local nem isso faz.

domingo, 4 de abril de 2010

O Globo está forçando a barra


O Globo (Rio de Janeiro, RJ) apresenta como manchete as falhas dos Correios no Brasil.

Até aí, tudo bem.

Acontece que os Correios têm um dos maiores índices de credibilidade e confiabilidade do país.

O jornal carioca enviou 25 cartas e contabilizou o tempo de entrega. E isso virou amostragem científica!

Não pode ser assim, isso é leviano demais. O universo de 25 cartas não segura uma manchete de domingo em um dos maiores jornais brasileiros.

Ou há interesse editorial - ou comercial, o que é pior - por trás, ou é um erro muito grave.