Um sábado no Canadá

O Canadá é um mar de tranquilidade.
Muito mais solto que os EUA, ali ao lado.
Basta ver a sutileza dessas capas, do The Globe and Mail (Toronto, Canadá) e do The Vancouver Sun (Vancouver, Canadá).
Repare no corte e na cor das fotos do Mail e no tema do Sun - o vinho e os impostos.
Jornalismo simples e de qualidade.

Arte em destaque

Valeu a arte do Weser-Kurier (Bremen, Alemanha).

Mereceu capa.

A final do Europeu

Hoje Inter de Milão e Bayern de Munique decidem a Champions League da Europa.
O fanatismo italiano contra a serenidade alemã estão também nas capas de La Gazzetta dello Sport (Milão, Itália) e do Die Welt (Berlim, Alemanha).
Amanhã só um estaré em festa.

A grande pauta que ninguém gosta de publicar

O jornal A Gazeta (Vitória, ES) traz hoje uma reportagem que deveria ser obrigatória em todos os jornais brasileiros: o aumento desordenado de automóveis nas ruas.

Só que poucos têm coragem de publicar essa matéria. Ela questiona um dos maiores anunciantes da mídia, a indústria automobilística.

Se nas grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre o trânsito já é um pesadelo, como não questionar as ações do governo em incentivar venda de carros novos?

Quer aumentar a frota? Pois aumente a infra-estrutura também. Melhore as ruas, crie estacionamentos, construa viadutos. Sem isso, o inferno só aumenta.

Parabéns à Gazeta, que teve coragem de levantar a lebre. 219 novos carros por dia na pacata Vitória é um absurdo.

Nova Folha de SP, domingo nas bancas

A Folha de S. Paulo (SP) vem domingo às bancas com algumas novidades, além do projeto gráfico.
Novos cadernos, nova paginação, nova estratégia editorial. Novos colunistas, aliás, 120 colunistas!
O mote da campanha é que a Folha é o jornal do futuro. Que se lê. Se clica. Se baixa.
Se a realidade a partir de domingo for a que está sendo vendida pela atriz Fernanda Torres nesse comercial, vem aí um super jornal.
Mas o DNA da Folha, de jornal do presente e não do futuro, pode comprometer esse plano.
Domingo se verá.

Agora é hora de cobrar

O Correio Braziliense (Brasília, DF) fez uma ótima cobertura sobre o escândalo das assessoras fantasmas do senador Efraim Moraes.

Hoje descobriu mais uma pitada de decisões imorais do parlamentar.

O jornal precisa agora cobrar posições do Senado. Até a cassação. Assim ganhará respaldo dos leitores.

Hasta la victoria, siempre!

Lost, faltam dois dias

Já começou a contagem regressiva para o final de uma das séries de Tv de maior sucesso de todos os tempos.

Domingo é o último capítulo, da ultima temporada.

O Metro (Philadelphia, PA) saiu na frente, já que não tem ediçoes no fim de semana.

Até domingo outras capas virão.

O logo ficou mais fino - Update

O jornal O Liberal (Belém, PA) chegou hoje às bancas com um novo logo. Mais fino, sem bold, mas mantendo o DNA gráfico de branco sobre azul e caixa alta.
O conceito do resto da capa está mantido.
Na semana em que a Folha de S. Paulo (SP) promete um jornal diferente a partir de domingo, as mudanças aparecem no Pará.
Mas a mexida de O Liberal foi muito tímida. Basta observar as capas de ontem e de hoje.

Update: como bem observado, possivelmente a fonte estava com problemas na geração do PDF. O Liberal, então, segue com o mesmo logo.

Infografia de qualidade

A tourada espanhola está no Svenska Dagbladet (Estocolmo, Suécia).

A planejada obra da auto-estrada está no The Herald-Times (Bloomington, IN).

Cada vez mais a infografia é destaque na imprensa de qualidade.

E tem quem ache que isso não é jornalismo.

A mesma foto

Está na capa do The Globe and Mail (Toronto, Canadá) e do Die Welt (Berlim, Alemanha).

Uma imagem de alta qualidade sempre vai merecer destaque nos melhores jornais do mundo.

O corte da foto acompanha a imagem

Se a foto é de um objeto fino e alto, como uma chaminé. por que abrir a imagem em duas ou três colunas? Seria jogar espaço editorial no lixo.

Fez muito bem o Pittsburgh Tribune-Review (Pittsburgh, PA).

A boa surpresa de Natal

O mantra de um jornal é que suas páginas inquietem, emocionem e façam pensar.

O Diário de Natal (Natal, RN) alcançou esse objetivo com a capa de hoje.

Impossível passar indiferente pela manchete.

Outra mídia, outro tipo de anúncio

A invasão de iPhones, iPads e outros tablets e telefones inteligentes provoca o mercado publicitário a inovar também.

No Brasil pouco se avançou nessa campo, mas no mundo há quem já esteja com a antena ligada, criando maravilhas.

O Zippo - mais charmoso isqueiro do mundo - por exemplo.

O aplicativo para iPhone virou hit.

Dica do colega Javier Ramirez

O prefeito adorou. Já os leitores...

É impressionante como jornais pequenos acreditam que todo e qualquer movimento da instituições deve virar notícia.

A quem interessa a foto posada do prefeito e seu novo secretariado que saiu na capa do jornal A Razão (Santa Maria, RS)?

O prefeito deve ter adorado. A assessoria de imprensa do prefeito mais ainda. A família do prefeito e do secretarido também. Já os leitores...

Esse bairrismo equivocado, essa visão limitada da função social de um jornal, já matou muitas publicações. Pelo jeito A Razão está no mesmo caminho.

Preto no branco

Poucas vezes isso foi tão verdadeiro como no The Roanoke Times (Roanoke, VA) de hoje.

Milagre mexicano

Os jornais do México apresentam desenhos confusos, apesar de haver ótimos designers mexicanos. Principalmente no Interior.

O Diário de Morelos (Cuernavaca, México) na capa de hoje faz uma "ousadia extrema". Usa a imagem de uma garrafa de cerveja para falar da limitação de horário de venda de bebidas alcoólicas.

O resto do jornal segue na confusão gráfica habitual. Mas a cervejinha foi uma raro avanço.

A aposta certeira pela imagem

A cidade de Florianópolis foi surpreendida por uma chuvarada.

Em apenas quatro horas choveu o previsto para os 31 dias de maio.

Um dilúvio assim merece uma edição de qualidade.

O Diário Catarinense (Florianópolis, SC) optou pela grande imagem, que resume o caos urbano. Nada de excepcional, mas conseguiu passar o desespero do cidadão de Florianópolis.

Já o Notícias do Dia (Florianópolis, SC), mesmo tendo boas imagens, não quis ousar. Preferiu ser conservador e publicou três fotinhos pequenas, onde mal se vê a chuva e seus efeitos. Certamente o jornal não pretendeu mudar o planejamento, com a bonita imagem da mãe com a filha, nascida na rua. Mas quando há um fato "parem as máquinas", como o dilúvio de ontem, qualquer planejamento precisa ser revisto.

Errou o ND. Acertou o DC.

Os jornais vivem de grandes histórias

Uma boa história segura a qualidade de um jornal.

O Nordeste hoje apresenta duas boas histórias, com claras apostas dos jornais.

A Tarde (Salvador, BA) revisita as áreas alagadas pelas chuvas que alagaram a Bahia há quase dois meses e descobre que moradores estão voltando para áreas de risco. A culpa parece ser da prefeitura.

Já o Diário da Borborema (Campina Grande, PB) conta a história do pedreiro José, que por não ter mais que R$ 18 no bolso acabou assassinado.

As boas histórias, bem contadas, merecem sempre lugar de destaque nos jornais.

Pesquisa não pode ser manchete

Até o dia das eleições, em outubro, muitas pesquisas vão circular entre partidos e jornais. Em cada uma delas o resultado será diferente.

Dar manchete de pesquisa, hoje, só serve para ajudar este ou aquele candidato.

Pesquisa não é fato, é intenção. O Liberal (Belém, PA) e O Estado do Maranhão (São Luís, MA) não deveriam ter dado a pesquisa em manchete. A menos que tenham outros objetivos, não apenas jornalísticos.

O passado e o futuro em 30 anos

A erupção do Vulcão Saint Helen, há exatos 30 anos, deixou marcas profundas no estado de Washington.

Jornais como The Columbian (Vancouver, WA) e The Spokesman-Review (Spokane, WA) tratam do tema relembrando a tragédia, com testemunhos e pesquisa de campo.

Mas é The Seattle Times (Seattle, WA) quem consegue olhar para a frente e formular a pergunta-chave desse problema: há riscos de acontecer outra vez?

Todos dizem o mesmo. E nada é novo

O acordo nuclear com o Irã, apesar da festa do presidente Lula e do governo brasileiro, foi visto quase com desconfiança pela Europa e pelos Estados Unidos.

Ninguém leva a sério as promessas de Ahmadinejad.

Mas esse é o fato. Falta o porquê.

Os jornais brasileiros, entre o ufanismo de jogar confetes em um ato protagonizado pelo presidente Lula e a preguiça em buscar motivos, apenas reproduz aquilo que já se sabe.

Tanto que as manchetes de quatro dos principais jornais do Brasil são praticamente iguais.

Folha de S. Paulo (SP), O Globo (Rio de Janeiro, RJ), O Estado de S. Paulo (SP) e Zero Hora (Porto Alegre, RS) seguem o mesmo script.

O resultado é um jornalismo velho e limitado.

Uma capa é uma foto - II

Aliás, o Time (Nova York, EUA) também acha.

Uma capa é uma foto

Se o jornal tem a foto, deve abri-la.

O The Globe and Mail (Toronto, Canadá) tinha.

Abriu.

Brilhou.

Agenda própria e agenda pública

O município gaúcho de Santa Maria está comemorando 152 anos.

Até aí, nada de novo. No dia 17 de maio Santa Maria sempre faz aniversário.

O jornal A Razão (Santa Maria, RS) usou o piloto-automático e apenas registrou a festa, destacando a educação - o que também não é novo para a cidade que orgulha-se de ter uma universidade federal.

Já o Diário de Santa Maria (Santa Maria, RS) usou a agenda própria e percorreu a cidade de Sul a Norte, para contar as histórias que o cidadão não conhece de sua Santa Maria.

A criatividade marca a diferença entre jornais de vida longa e os que estão com os dias contados.

Um blog indispensável

O espanhol Mario Tascón é daqueles jornalistas que sempre estão à procura de novidades.

O blog 233grados.com é um exemplo da irreverência de Tascón.

Em um dos recentes posts, a revelação de que para o The New York Times a estratégia da hora é investir en redes sociais. Muito mais que em conteúdo pago na web.