Imprima essa Página Mídia Mundo: 2012-12-02

sábado, 8 de dezembro de 2012

Overdose de Niemeyer



Oscar Niemeyer morreu quarta-feira.

Quinta os jornais brilharam na cobertura.

Sexta Correio Braziliense (Brasília, DF) e Jornal de Brasília (Brasília, DF) foram muito bem de novo, já que o corpo do criador da cidade passara algumas horas por ali.

Mas hoje é sábado.

Não seria um exagero manter as capas monotemáticas, sem um fato novo que justifique?

O leitor também se cansa de ver as mesmas informações dia após dia.

Não que não se possa seguir na cobertura extensa do tema, afinal Niemeyer é o maior personagem da história de Brasília - talvez mais significativo que Juscelino Kubitschek.

Mas para isso é preciso buscar fatos novos, surpresas que façam o leitor entender que há algo diferente naquelas páginas. Repetir fórmulas não funciona.

A foto que confunde


Ganha um banho de mar em João Pessoa o primeiro que disser qual a matéria que se relaciona com a foto principal na capa do Jornal da Paraíba (João Pessoa, PB).

Será que o imposto anunciado em manchete tem a ver com pernas?

Algum eleito tomando sol?

Ou é a vítima do Caso Asfora?

Não, a foto não tem nada a ver com nada. Trata-se de um corpo achado no mato. Mas o desenho da capa fez de tudo para confundir o leitor.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O último adeus


O Correio Braziliense (Brasília, DF) faz uma justa homenagem a quem desenhou a cidade com graça e elegância.

Oscar Niemeyer está espalhado por todo o jornal, não apenas por uma ou outra seção, nesta edição especialíssima do CB.

O único problema é que o site do Correio é fechado para não assinantes. Não é possível ler o jornal e conferir o trabalho da equipe.

Quem perde é o leitor.

O fim do FTD


Mais um jornal fecha as portas. O Financial Times Deutschland (Hamburgo, Alemanha), circula hoje pela última vez.

E a capa saideira é recheada de mensagens, bem como a foto que encerra o site (abaixo).

As letras que formam o logotipo já estão caindo. E a manchete diz: "Enfim no preto", já que por 12 anos o jornal operou no vermelho.

Mais um erro de gestão jornalística que chega ao fim não por irrelevância ou falta de circulação: são 100 mil exemplares todas as sextas.

Que pena.

PS: dica do colega Michael Silva



quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O adeus a Oscar Niemeyer


Difícil dizer quem saiu-se melhor na homenagem a Oscar Niemeyer.
Fácil é afirmar quem não foi bem: os jornalões.
Também é possível dizer que ninguém chegou à perfeição. A ousadia foi até onde o deadline permitiu.
Mas valeu o exercício de tentar surpreender.

Update: agora com o Extra (Rio de Janeiro, RJ), talvez a melhor do dia (obrigado, Raphael Zarko)



Pérola de Niemeyer


Está na Gazeta do Povo (Curitiba, PR):

"Ícone da arquitetura morre aos quase 105 anos".

Quase, quase.

O que significa isso?


O Brasil é destaque na corrupção, diz o Diário da Manhã (Goiânia, GO).

Isso é bom ou ruim?

Ser destaque significa estar em boa ou má posição na escala?

Pior, na linha fina informa-se que o Brasil está na posição 69 de um total de 176 países avaliados.

Ou seja, que destaque é esse?


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O recado apocalíptico


A editora-chefe da Newsweek (Nova York, NY), Tina Brown, falou besteira.

Em palestra em São Paulo, Brown disse que "o impresso está fadado a morrer".

A bobagem apocalíptica de Tina ocorre por pura incompetência dela e de seu grupo. A Newsweek vai deixar de circular em papel a partir de 2013.

Só que a líder Time seguirá em papel. Assim como a Business Week. O The New York Times. The Economist. E todos os que fazem um jornalismo bem feito, com uma gestão profissional.

Tina é só mais uma a decretar o fim do jornalismo de papel para esconder seus problemas.

Que pena que ainda trazem gente assim para dar palestras no Brasil.

A geração perdida


Ótima matéria de capa de A Gazeta (Vitória, ES).

Se o jornal não se preocupar com o futuro das gerações, a consequência será uma sociedade recheada de problemas.

Acertou em cheio o jornal capixaba, tanto na manchete como na escolha da foto.

Uma pauta para ser copiada pelos demais jornais.

Uma foto de prêmio


Olhe bem a foto de capa de A Tarde (Salvador, BA).

Não, não a das obras no Pelourinho, que editorialmente foi escolhida como a principal do dia.

A grande foto, com a sensibilidade do repórter-fotográfico Raul Spinassé, está abaixo, o cravo branco em uma anônima mão. Dia de Santa Bárbara, dia de fé na Bahia.

A hierarquização das imagens é uma escolha editorial de quem define a capa. Como Mídia Mundo já mostrou diversas vezes, o jornalismo contemporâneo opta pelo "relevante" em primeiro lugar.

"Relevante" é a união do "importante" com o "interessante". São critérios subjetivos, onde a força da imagem deve ser levada em conta.

A Tarde escolheu apenas o lado "importante". Perdeu a chance de produzir uma capa maravilhosa.

Presente de grego


Para comemorar o aniversário da cidade, o Diário de Taubaté (Taubaté, SP) fez uma capa temática, com pontos turísticos conhecidos pelos leitores.

Mas o resultado é muito ruim, prejudicado ainda pela aplicação de uma manchete em preto, bold e sombreada (por que?) que assustou a primeira estátua, passou por cima do relógio do edifício, beirou a torre da igreja e terminou no ouvido do Cristo.

Um horror!

Se esse é o presente do jornal à cidade, melhor deixar a data passar em branco.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Com a família real não se brinca


Hoje era dia de os criativos jornal britânicos colocarem foto da barriga da princesa Kate. Com uma manchete do tipo "Todos os olhos do país para essa barriga".

Mas não.

Os jornais preferiram o conservadorismo.

Com a família real melhor não brincar.










Clone na manchete


Agora a clonagem foi parar - de novo - no Paraná.

Mesmíssima manchete em Diário dos Campos (Ponta Grossa, PR) e Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR).

Sem mudar uma vírgula sequer.

O desenho que confunde


Não, o delegado preso não é essa exuberante loira que participou do Miss Bumbum.

A confusão gráfica do jornal Amazônia (Belém, PA) - sempre com uma mulher vestindo pouca roupa na capa - atrapalha a boa compreensão do tema.

O desenho mal feito é um drama para os jornais. E para os leitores.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A volta do clone


Sábado foi em São Paulo, agora em Porto Alegre.

A mesma foto, do mesmo estádio Olímpico, que ontem recebeu seu último jogo oficial.

Só que a imagem à esquerda foi publicada na edição de sábado do Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS). A do Metro (Porto Alegre, RS), saiu hoje, 48 horas depois.

Será a reencarnação de um clone? Até o sol entra na lente na mesma posição. Impressionante.

A arte ajuda e atrapalha



A arte pode ajudar ou atrapalhar o bom jornalismo.

Em A Cidade (Ribeirão Preto, SP) a invasão de bonequinhos acabou sendo uma ótima solução para ocupar todos os espaços da capa, deixando clara a sensação do que vai ser o centro da cidade.

La Gaceta (Madri, Espanha) apela para a foto "fake"do bolso vazio. Uma artimanha sem graça que só serve para roubar espaço editorial do leitor.

Para mostrar o frio


The Guardian (Londres, UK) inova para falar da onda de frio que tomou conta do Reino Unido.

Em vez de grandes montanhas nevadas, carros com os vidros brancos ou pessoas atrapalhadas com guarda-chuvas, um simpático esquilo vermelho correndo sobre pedras nevadas.

É o detalhe que ninguém viu.

O curioso virando relevante.