Todos os clichês sobre uma capa viram bobagem quando aparece algo brilhante como a primeira página de hoje do impresso O Povo (Fortaleza, CE).
Quem disse que precisa ter manchete? Quem falou em foto dominante? E as pequenas chamadas para outros temas?
Nada disso tem valor, quando há um assunto tão relevante que merece quebrar todas as regras - e por isso mesmo é o tema que primeiro determina a originalidade da capa (sim, não invente fazer o mesmo com assuntos de baixo interesse, por favor).
O Jornal do Brasil (Rio de Janeiro, RJ), em seus melhores tempos, fez uma edição sem manchete em 1973, para informar a morte de Salvador Allende, então presidente do Chile, e o golpe de estado dos militares. Mas naquele tempo era uma burla à censura, que determinou que o assunto não poderia ser manchete dos jornais. A saída foi fazer texto puro, sem manchete - e sem desobedecer a orientação.
Agora não. A capa de O Povo é talento puro. É mais um movimento para mostrar como o impresso é importante.
Parabéns Gil Dicelli e equipe.
Como dizem os franceses quando querem elogiar, "chapeau".
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