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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

A dificuldade da imprensa brasileira em dizer a verdade


O Presidente Bolsonaro mentiu ontem, em sua live semanal. Como tem mentido em várias e várias ocasiões.

Mas as mentiras aparecem na mídia em colunas de opinião, e não como material editorial. Por que jornais, TVs e rádios têm tanta dificuldade em afirmar com todas as letras que o Presidente está faltando com a verdade? Medo?

Ontem o absurdo foi afirmar que um retweet polêmico foi de vídeo de 2015 - ainda que apareça imagens da suposta facada na campanha de 2018.

Nos Estados Unidos a imprensa banca informações checadas. E por isso o The Washington Post (Washington, DC) consegue afirmar que Donald Trump cometeu 16.241 mentiras ou informações equivocadas nos primeiros três anos de mandato - marca que mereceu o "Trofeu Pinóquio" para o Presidente.

O Post segue Trump de perto e não deixa dúvidas. E isso se transforma em admiração da audiência, novas assinaturas digitais.

Mas no Brasil há um temor inexplicável da mídia.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Boas ideias têm prioridade


A bela sacada do dia é do site Metrópoles (Brasília, DF).

Com a infeliz declaração do Presidente da República e do filho zero-três, sobre explodir uma bomba no Congresso, Metrópoles simulou a consequência de uma Bomba H a partir da Praça dos Três Poderes.

Possivelmente o deputado não choraria, mesmo: ele estaria morto.

PS: dica do colega Pedro Haase

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

A capa que irritou Bolsonaro


Nem no feriado de Carnaval o Presidente da República escapa de uma polêmica (ou seria um factóide?).

Bolsonaro caminhou por Praia Grande e reclamou da capa da Folha de S. Paulo (SP), que afirma: Mangueira usa imagens de Jesus para criticar Bolsonaro. A foto mostra a truculência policial para revistar Jesus Cristo.

Pois o Presidente não gostou e reclamou:
"A Folha de S. Paulo, hoje, foi buscar uma imagem no Carnaval do Rio, uma imagem de uma escola de samba desacatando as religiões, né? Cristo levando uma batida de policial. Faz vinculação comigo. Estão buscando uma imagem no Rio para me atingir".

 A Folha apenas praticou jornalismo.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Enfim, a imprensa se rebela


Demorou 14 meses, mas enfim um meio de comunicação pede - explicitamente - o final imediato do mandato do Presidente da República.

A revista IstoÉ (SP), vista por alguns como "QuantoÉ", levanta a bandeira do impeachment de Bolsonaro, o mais polêmico de todos os presidentes da história do Brasil - incluindo os militares.

Folha de S. Paulo (SP) e O Estado de S. Paulo (SP) foram muito duros em editoriais, mas nenhum pede a saída do Presidente. E motivos de desrespeito à Constituição não faltam - muito mais claros que as pedaladas fiscais de 2015/2016.

Depois do desrespeito às mulheres e à repórter Patrícia Campos Mello, os tiros no senador Cid Gomes talvez tenham sido o estopim de algo maior que está por vir. A imprensa, pelo menos, acordou.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Zero Hora está perdendo o DNA gaúcho?


Naquele jogo bem humorado de simulação de manchetes de cada jornal brasileiro, Zero Hora (Porto Alegre, RS) sempre apareceu exagerando no bairrismo. Era algo como "Nenhum gaúcho entre as 250 vítimas de explosão na Índia".

Mas pelo jeito algo mudou no jornal gaúcho. Ou há um fato político comandando seu lado editorial.

O gaúcho com mais alto cargo no governo Bolsonaro foi defenestrado da Casa Civil. De troco, Onyx Lorenzoni ganhou o Ministério da Cidadania (quase um prêmio de consolação), antes ocupado por outro gaúcho linha-dura, Osmar Terra - esse exonerado.

Ou seja, não é preciso muito conhecimento para se deduzir que os gaúchos perderam espaço com o presidente-capitão. E isso deveria ser dito e explicado pelo jornal líder do RS.

Mas a manchete de hoje é exatamente o que não interessa aos sulistas: a notícia de Brasília, no lugar de algo relevante para os gaúchos.

Verdade que a pela manhã a Rádio Gaúcha, do mesmo grupo RBS, entrevistou os dois políticos que perderam poder. E, estranhamente, deram espaço para que os dois interpretassem as demissões como algo positivo para eles. Esqueceram de fazer jornalismo, preferiram dar palanque.

Haverá algum interesse político da empresa ao proteger os dois defenestrados?

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Sexta-feira de boas fotos


A sexta-feira, enfim, começou a ser entendida também no Brasil como o início do fim de semana. E, por isso, um dia de conteúdo mais leve, de prazeres da vida - não apenas mortes e roubalheiras. Algo que já existe no Exterior há algum tempo.

Hoje O Estado de S. Paulo (SP) e Zero Hora (Porto Alegre, RS) apostam em lindas imagens de Felipe Rau e de Marco Favero.

É muito bom saber que os impressos começam a entender o que seus leitores querem receber.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Um impresso que encanta pela arte


O Povo (Fortaleza, CE) é um jornal que pode ter inúmeros problemas em organização ou priorização de pautas, mas em um ponto trata-se do melhor do Brasil de longe: o grafismo.

Que outro impresso daria a manchete alinhada na direita, permitindo um enorme branco na área mais nobre da capa?

E os cortes ousados e surpreendentes na coluna Carnaval, à direita?

Absolutamente genial. Dá gosto comprar um exemplar. Para isso serve o impresso.