Imprima essa Página Mídia Mundo: 2019-10-13

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Breaking News: Mais três jornais deixam de circular



A crise do impresso chegou a Santa Catarina.

O maior grupo local, NSC (antiga RBS), anunciou hoje que a partir do dia 26 de outubro seus três jornais deixam de ser diários. Diário Catarinense (Florianópolis, SC), A Notícia (Joinville, SC) e Jornal de Santa Catarina (Blumenau, SC) se transformam em semanários, mantendo a operação digital.

Depois da Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e de A Gazeta (Vitória, ES), agora mais um líder regional abandona o papel, movido pela baixa circulação e pela queda de anunciantes. E desta vez são três produtos locais - mais o popular Hora de Santa Catarina (Florianópolis, SC), que desaparece por completo no impresso, mantendo apenas sua página digital.

Até o fim do ano, possivelmente outras marcas seguirão o mesmo caminho no Brasil.

A foto do ano


Ela se chama Gabriela Biló, repórter-fotográfica de O Estado de S. Paulo (SP), e acaba de produzir a melhor foto do ano.

Gabriela estava no lugar certo na hora certa (um talento dos bons repórteres) e clicou o "tiro" de Jair Bolsonaro em Sérgio Moro, sob o riso de Paulo Guedes.

A foto é brilhante. Tem tudo o que se espera de uma boa imagem: conta uma história.

Com toda certeza, será vencedora de concursos de jornalismo em 2019.

Parabéns, Gabriela!

PS: do FaceBook da colega Cileide Alves

Pequenas diferenças significativas


Em dia de grande tragédia, que abala a cidade, a capa do impresso já vem pré-pronta. Certamente O Povo (Fortaleza, CE) e Diário do Nordeste (Fortaleza, CE) tinham imagens da melhor qualidade para escolher e impactar no dia seguinte da queda do edifício.

Mas aí entra o talento do design. O Povo se preocupa até em entrelaçar o logo com os entulhos, criando uma simbiose perfeita. Rasga a foto e deixa a manchete que pouco acrescenta fora da caixa. Aqui quem manda é a foto.

Mas o Diário aplica o logo (em branco) e a manchete (em inexplicável negro) sobre a foto, roubando do leitor informações necessárias da imagem. Mais: não abre mão de anunciar um absurdo anabolizante no rodapé. Hoje era dia de esquecer tudo o que não fosse a tragédia.

Ponto para O Povo.

domingo, 13 de outubro de 2019

A lenta agonia de A Tarde


O jornal A Tarde (Salvador, BA) está morrendo.

Depois da crise econômica, da queda de circulação, dos desacertos empresariais, agora o editorial do histórico diário baiano está dando sinais de cansaço. Pelo jeito não há mais como reverter o quadro. Chegar vivo ao final do ano terá sido um feito louvável.

A canonização de Irmã Dulce é destaque sem margens para dúvidas em vários jornais brasileiros hoje, como o Estado de Minas (Belo Horizonte, MG) e Jornal do Commércio (Recife, PE). Mas em A Tarde a manchete é outra. Irmã Dulce ocupa apenas o terço superior.

A nova santa é mineira? Pernambucana? Não, Irmã Dulce nasceu, viveu e morreu em Salvador, onde, aliás, está seu santuário. Mas A Tarde distribui a atenção com vários outros temas. Para o jornal soteropolitano, parece normal o que ocorria no Vaticano. O diário assume sua irrelevância e não oferece meios para recuperar o espaço perdido.

Triste fim para um marco no jornalismo brasileiro. Seus dias estão contados.