Imprima essa Página Mídia Mundo: 2014-07-13

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Como não dizer nada em outra lição


Na cruzada contra o jornalismo inútil, Mídia Mundo busca manchetes que não dizem nada - e perdem oportunidades.

Ontem foi no Paraná, hoje é a Folha da Região (Araçatuba, SP) que dedica manchete a um release e não entende que a função do jornal é ir além.

OK, caiu o movimento no aeroporto. A linha fina já conta que houve cancelamento de um voo até Guarulhos. Isso tudo é informação.

Mas... o que Araçatuba perdeu com isso? Como as pessoas que antes utilizavam os voos estão fazendo? Caiu o movimento para os taxistas? Caiu a taxa de ocupação de hoteis? Como está se virando o café do aeroporto? Houve demissões no aeroporto pela redução do fluxo? É possível recuperar aquela linha até Guarulhos?

Ir além da notícia. Esse é o desafio diário dos jornais. Ou a mídia impressa vai caminhar para a sepultura.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Como não dizer nada em uma lição


A manchete do Diário de Guarapuava (Guarapuava, PR) é uma aula sobre informações que não chegam a lugar algum - e poderiam ser relevantes.

O número de eleitores na cidade cresceu 4,7%. Isso é fato - apesar de falta na informação o dado de comparação. Cresceu em relação a que? É preciso ler a matéria para saber que trata-se de uma comparação com 2010.

Bem, 4,7% é muito, é normal ou é pouco? Como o jornal não deu um passo além do release do TRE fica difícil saber.

Aí basta uma busca no Google - que encontra informações do próprio jornal. Em matéria de 30 de agosto de 2013, o DG dizia que a população de Guarapuava vinha crescendo a índices acelerados. Com os dados estimados de 2013 e o Censo IBGE de 2010 conclui-se que a população cresceu 4,96% em três anos. Ou seja, mais que o número de eleitores em quatro anos.

Então, os 4,7% é muito, é normal ou é pouco?

Parece ser normal. E se é normal não é manchete.

Como o jornal apenas republicou o release do TRE, sem acrescentar valor à informação, comeu mosca. E deixou de criar justificativas para que se compre um exemplar.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Quatro visões de um mesmo tema



Houve um troca-troca ontem no governo britânico. Vale conferir como cada um dos quatro principais jornais de Londres cobriram na capa.

The Times (Londres, UK) fez uma montagem de quem passou por Downing Street, 10. The Daily Telegraph (Londres, UK) destacou as pernas de Esther McVey. The Independent (Londres, UK) mostrou a careta do ministro afastado, enquanto The Guardian (Londres, UK) o momento da saída do mesmo ministro.

Cada jornal tem seu nicho de leitura.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Um plágio vergonhoso


A página da esquerda é a capa do Caderno da Copa do Jornal do Comércio (Porto Alegre, RS), um jornal de economia e negócios que circula 5 dias por semana. A página foi publicada na sexta-feira, dia 11, com data de edição conjunta sexta 11, sábado 12 e domingo 13.

A da direita é a capa do Correio do Povo (Porto Alegre, RS), centenário jornal gaúcho, hoje pertencente ao Grupo Record, publicada domingo, dia 13.

Sem qualquer dúvida, a página do JC foi publicada antes da capa do CP. Na mesma cidade, as mesmas fotos, com o único cuidado de inverter as imagens.

No jornalismo tudo se copia. Só não precisava ser tão explícito.

PS: Do Facebook de Marisa Ribeiro

segunda-feira, 14 de julho de 2014

A síndrome de jornalismo inútil


O Brasil vive a ressaca da Copa. Foram 32 dias de futebol, pontuados por uma goleada sofrida na semana passada e um recibo de mau futebol no sábado.

Por isso - e pela televisão aberta transmitindo TODOS os jogos do Mundial - é que os jornais devem encontrar o diferente, para fugir do piloto-automático que hoje indicava a manchete: Alemanha campeã.

Foi difícil encontrar quem conseguiu escapar do óbvio. Ainda bem que Lance (SP) soube enxergar uma saída. Na capa do esportivo a decisão da Copa é apenas um detalhe menor. Sem fotos, chem comemoração, sem papel picado.

Também o Olé (Buenos Aires, Argentina) buscou o diferente, a esperança na derrota. O "obrigado" é o sentimento da torcida a quem chegou sem muita esperança e acabou na final. E quase levou a Copa.

Sem ser diferente não há razão de ser.