Zero Hora (Porto Alegre, RS) se renovou aos 50 anos.
Ainda é cedo para qualquer avaliação mais profunda, mas há pelo menos três boas notícias nessa mexida - e uma ruim.
O desenho mais leve favorece a leitura, com a criação de diversas entradas nos textos (os editores precisam entender que isso não é estética, é conteúdo). Verdade que a escolha das fontes não agrada chimangos e maragatos, mas é um começo; a criação de quatro macroeditorias dinamiza o fluxo de trabalho; assumir o nome ZH é uma maneira de se aproximar do leitor.
Tudo muito bem, desde que a gestão das mudanças seja correta e insistente, ou terá sido apenas um exercício de perfumaria. Jornais que adotaram esse modelo - muitos deles ajudados pela Innovation Media Consulting - hoje ganharam o jogo do crescimento em tempos difíceis. Só para citar exemplos recentes na América Latina,
El Comércio (Quito, Equador),
Últimas Notícias (Caracas, Venezuela) e
Correio* (Salvador, BA).
Mas há vícios da velha escola "jornalão". Para que tantas páginas? Quando é que se vai separar o relevante do apenas importante? Será que os colunistas representam a opinião do que a região de atuação do diário quer saber?
De qualquer forma, o simples desejo de se renovar aos 50 anos é uma ótima notícia.