Imprima essa Página Mídia Mundo: 2017-07-23

sexta-feira, 28 de julho de 2017

O fiasco de um ex-jornal


Porto Alegre é conhecida no Brasil pelo índice de leitura entre seus habitantes. É, por exemplo, a cidade com o maior número de exemplares de jornais per capita.

O problema é que a oferta superou a procura e, empurrado pela crise, o jornal O Sul (Porto Alegre, RS) - uma aventura mal sucedida da Rede Pampa de Comunicações - fechou as portas em abril de 2015, depois de quase 14 anos de insistência. Interrompeu a edição de papel, mas curiosamente manteve suas páginas em formato digital, como se tivesse o papel nas ruas. E manteve o flip aberto.

Como esperado, O Sul foi reduzindo seu quadro de jornalistas. Hoje são 13, segundo o Expediente do próprio jornal. Mas a produção segue como se a Redação fosse enorme.

Ontem, o alarme vermelho disparou. Na página 42, uma matéria conta o que acontecerá com o aeroporto de Porto Alegre. Tudo muito bem, exceto o fato de que a mesma matéria, ipsis litteris até o intertítulo, havia sido publicada na véspera no jornal Metro (Porto Alegre, RS), assinada por André Mags.

O fiasco é mais uma pá de cal sobre um jornal que deixou de ser jornal há tempos.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

O vício de publicar o "importante" na manchete

Difícil entender a lógica editorial de alguns jornais regionais brasileiros.

Folha de S. Paulo (SP) e O Estado de S. Paulo (SP) tratam da queda da taxa Selic na manchete, nada mais esperado, pela política editorial dos jornalões paulistanos.

Mas que o mesmo assunto entre na manchete de jornais locais e hiper-locais, como Notícias do Dia (Joinville, SC) e Folha de Londrina (Londrina, PR), parece estranho.

E mesmo os líderes regionais Jornal do Commércio (Recife, PE), A Gazeta (Vitória, ES), A Tarde (Salvador, BA) e Zero Hora (Porto Alegre, RS) tinham elementos mais relevantes ao seu público do que a decisão do Banco Central.

Basta ver que nem no Valor Econômico (SP), jornal especializado em economia, o tema é manchete.

Enquanto o princípio do importante prevalecer sobre o relevante os jornais serão descartáveis.