Imprima essa Página Mídia Mundo: 2013-08-25

sábado, 31 de agosto de 2013

Direto ao ponto


A revista britânica The Economist (Londres, UK) não mede palavras.

A bíblia das revistas de economia do mundo dessa vez escolhe o alvo que o planeta gostaria de atingir: o presidente (ou ditador?) da Síria Bashar El-Assad.

Depois do massacre com armas químicas e das ameaças americanas de invasão, o respeitado meio de comunicação europeu não deixa qualquer dúvida sobre sua posição.

O que mudou no IPTU da Roma Negra?


Curiosa a situação da imprensa baiana.

O prefeito de Salvador ACM Neto encaminhou à Câmara de Vereadores proposta para a cobrança do IPTU 2014.

Segundo o Correio* (Salvador, BA), "muda tudo", mas pouco se entende se para o bem ou para o mal do leitor.

De acordo com A Tarde (Salvador, BA) o imposto poderá subir até 35% - o que parece muito em um país onde a inflação está pouco acima de 5% ao ano.

A propósito, a família Magalhães, do prefeito de Salvador, é acionista do Correio*.

Não basta mudar a embalagem


O Comércio da Franca (Franca, SP) lançou há poucos dias um novo projeto gráfico, até com alteração de logotipia.

O jornal passa hoje uma imagem mais séria, inspirada nos jornalões.

Mas bastou um crime hediondo para o conteúdo destoar totalmente da embalagem.

A manchete de hoje é digna dos populares mais sanguinários, do que há um tempo se chamava imprensa marrom.

Assim não tem como funcionar.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Mais do que o piloto-automático


A primeira pergunta que deve vir à mente de um diretor de redação ou de um editor-chefe, responsáveis pela capa de um jornal, é: "O que eu quero dizer ao leitor amanhã?"

No Correio Braziliense (Brasília, DF) está claro que o sentimento é de revolta com o resultado da votação que manteve o deputado Natan Donadon. Se a estratégia do voto secreto for mantida há altíssimas chances de os acusados do Mensalão manterem seus empregos.

Na Folha de S. Paulo (SP) o interesse nesse mesmo assunto era outro: escancarar os deputados que por um ou outro motivo registraram presença na Câmara e não votaram o Caso Donadon - o que significa índole muito duvidosa. De quebra, a Folha ainda levanta um tema que muito se falou e pouco se disse, agora em um novo ângulo. Prefeitos começam a demitir médicos para aproveitar o patrocínio do Mais Médicos. Isso é um escândalo.

Faltou traduzir a informação


O Diário do Norte do Paraná (Maringá, PR) decidiu, como muitos outros jornais, aproveitar os números demográficos que foram divulgados ontem para apostar na capa.

Tentou ser criativo, informando os novos totais para Maringá, Paraná e Brasil.

A ideia é válida, a realização ficou devendo. O leitor precisa entender o que isso significa. Ter 385.753 pessoas em Maringá é muito? Quanto foi o crescimento? Maringá cresceu mais que o Paraná? O que explica? E o Paraná em relação ao Brasil?

Números soltos mais confundem do que informam. Um simples gráfico mostrando as evoluções da cidade, do estado e do país resolveria o problema e daria algo a mais para se pensar.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Por que o NYTimes é um grande jornal?


Lembra a história do importante, interessante e relevante?

Pois é, The New York Times (Nova York, NY) sabe exatamente a diferença - e não tem medo de assumir isso.

Ontem foi o dia de comemorar 50 anos do famoso discurso "I have a dream", de Martin Luther King. O presidente Obama, primeiro negro a assumir a principal cadeira dos EUA, fez um discurso no mesmo monumento imortalizado por King. Ao lado dele, os ex-presidentes democratas Jimmy Carter e Bill Clinton.

Foi a imagem do dia, As TVs bombarderam as casas dos americanos com os vídeo direto de Washington. Era só o que se via nos sites também.



Se a imagem já é conhecida, para que repeti-la na capa, como fizeram USA Today (McLean, VA) e Los Angeles Times (Los Angeles, CA)? O The Washington Post (Washington, DC) tentou compor mostrando também a multidão, mas não funcionou.

Já o NYTimes mostrou aquilo que ninguém viu: a conversa de Obama com a única neta do reverendo King, Yolanda Renee King.

É para isso que servem os jornais, para contar o que ninguém sabe, para mostrar o que ninguém viu, para explicar o que ninguém entendeu.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Faltou gestão


Jornal vive da receita publicitária. Todo dinheiro que chega a um jornal deve ser comemorado. Mas há limites, onde o bom senso de quem tem a gestão precisa intervir.

Não é possível que no dia da maior nevasca da história de um jornal como Pioneiro (Caxias do Sul, RS) o comercial aceite um anúncio fúnebre que domine metade da capa! O efeito da imagem nesse post até não é tão sentido, uma vez que aparecem capa e contracapa juntas, mas imagine o leitor querendo ver a neve e enxergando um senhor, falecido, de terno e gravata - e um pedacinho de neve ao lado. Faltou pensar no leitor, no verdadeiro motivo da existência do jornal. É preciso derrubar anúncios, colocá-los em outra página, não na capa.

No Jornal de Santa Catarina (Blumenau, SC) o anúncio fúnebre também ocupa meia capa. Um texto longuíssimo de ode ao falecido que mancha a capa de um dos jornais que outrora foi um dos mais ousados do Brasil. Hoje está devendo. E muito.

A política de gestão editorial e comercial dos jornais da RBS deveria ser imediatamente revisada.

Sua majestade, a neve


A queda de neve em grande volume é algo tão raro no Brasil que Zero Hora (Porto Alegre, RS) e Diário Catarinense (Florianópolis, SC) acertaram ao dedicar bastante espaço ao fato insólito.

ZH deu atenção total e ficou ótimo. DC ainda dividiu com outros temas e ficou devendo.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Importante, interessante e relevante


No jornalismo contemporâneo muito se fala sobre o importante, o interessante e o relevante.

O problema é que a maioria dos editores não entende a sutil diferença.

O ministro das Relações Exteriores caiu ontem, depois da confusão na fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil.

É importante?

Sim, trata-se de um caso de diplomacia e provocou a ira da presidente Dilma. E, afinal, é uma troca de ministros.

É o mais importante do dia, para ganhar manchetes?

Depende do perfil do jornal. Para os jornalões O Estado de S. Paulo (SP), Folha de S. Paulo (SP) e O Globo (Rio de Janeiro, RJ) a escolha da manchete se justifica, uma vez que são jornais que circulam na classe política, em Brasília, e assumem a postura "The New York Times Style" de falar do importante da mesma maneira como se falava nos Anos 70. Talvez também para o Correio Braziliense (Brasília, DF). Talvez.

Mas o fato deve ser manchete nos jornais locais também? Só se for para assustar o leitor, para vender menos exemplares. Todos os demais jornais desse post são locais, vivem do conteúdo de suas cidades ou regiões. Será que não há nada mais relevante para os mineiros leitores do Estado de Minas (Belo Horizonte, MG)? Ou para os gaúchos de Zero Hora (Porto Alegre, RS), onde a chuva não para há dias, os rios transbordam e até neve caiu em 25 cidades à noite?

O que há de tão interessante no jogo político que ganhou manchete do Jornal do Commercio (Recife, PE), de O Liberal (Belém, PA), do Diário Catarinense (Florianópolis, SC) e do Correio* (Salvador, BA), jornais que vivem de revelar aos leitores temas locais?

Difícil entender. Provavelmente ainda sobrevivam resquícios de "jornalão" nesses jornais locais. Certamente não ficou claro a eles o que é importante, o que é interessante e o que é relevante.

Esse último, o segredo de todo bom jornal.

















segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Algo mais que a manchete


A Cidade (Ribeirão Preto, SP) tem acertado sistematicamente em suas escolhas editoriais.

Hoje é muito feliz ao mostrar o efeito que o álcool faz em quem passa dos limites.

Manchete certeira.

PS: dica do colega Jorge Cardoso

Boas fotos dia e noite


Os jornais do Grupo Sinos acertaram nas imagens da chuva no Sul.

A foto de Paulo Pires no Diário de Canoas (Canoas, RS) mostra água de dia. Já a imagem de Ivan de Andrade, no Jornal VS (São Leopoldo, RS), o aguaceiro noturno.