Imprima essa Página Mídia Mundo: 2010-01-03

sábado, 9 de janeiro de 2010

O estilo gráfico do National Post


O diário National Post (Toronto, Canadá) criou um padrão gráfico muito interessante, que o destaca da concorrência.

Na ausência de fotos que contem uma história, abusa de recursos como fontes gigantes e cruzamento de textos, como vem fazendo desde o ano passado.

O resultado é muito bom.

Bem no papel, mal na web


Excelente a sequência de foto de Jonathan Campos, mostrando o tombo de um ciclista na capa da Gazeta do Povo (Curitiba, PR).

Faltou o jornal entender que esse tipo de material atrai multidões à página web, para ver mais, saber a história, rir do acaso.

Só que na homepage da página da Gazeta não há sinal das fotos.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Mídia Mundo a mil

Este é o post 1000 do Mídia Mundo.
Mil.
Incrível!
A mídia tem assunto, sempre.
A boa e a ruim.
Para comemorar os primeiros 1000 posts - e essa parceria crescente de quem todos os dias passa por aqui - o Mídia Mundo mudou a arte aí de cima.
Mais clean, mais leve, como deve ser o jornalismo.
Rápido e direto.

Um abraço a todos, parabéns por chegarmos até aqui e obrigado pela parceria!

Eduardo Tessler

PS: o Mídia Mundo está concorrendo no The BOBs, o prêmio da Deutsche Welle aos blogs do mundo. Tem um link ali na direita, para quem se aventurar a votar.
PPS: a nova arte, bem como a anterior, é de autoria do meu filho Victor, 13 anos de criatividade.

75 anos de Elvis


O maior mito da música dos Estados Unidos estaria completando 75 anos hoje.

O Las Vegas Sun (Las Vegas, NV) lembrou.

Uma bonita homenagem, que merece espaço nobre na capa.

Design: como subverter a ordem com muito estilo


A linha que rasga a capa do Victoria Advocate (Victoria, TX) é de uma elegância tão grande que merece aplausos.

A idéia é mostrar como a temperatura caiu ontem. O leitor sentiu na pele, agora leu no jornal. Melhor, viu no jornal.

Show, don't tell.

Uma capa antológica e simples, de quem não tem medo de quebrar regras para facilitar o entendimento.

Design: um exemplo do que fazer


Pode até ter sido por acaso, mas o Diário do Alto Tietê (Suzano, SP) acertou na mexida de template.

Valorizou a melhor foto e deu sua mensagem em apenas uma expressão: "De novo!" Não precisa nada mais, com os carros boiando e a rua transformada em córrego.

Depois da dobra estão as outras imagens, seguindo o template. Mas na grande aposta o fato exigiu a mudança.

Ficou muito bom.

Design: quatro exemplos do que NÃO fazer

O projeto gráfico é algo muito importante em um jornal hoje em dia. Jornal mal desenhado é um convite para que o leitor mude à concorrência. A vida é cercada de objetos bem desenhados, os anúncios são bem desenhados, os jornais precisam ser também.
Mas um projeto gráfico não pode ser mais importante que um projeto editorial.
Ou seja, o projeto gráfico traduz em desenho a mensagem editorial que o jornal quer passar.
E esse costuma ser o grande pecado dos jornais: encomendam a algum designer um projeto gráfico sem dar as linhas editoriais desejadas.
Acaba nascendo um Frankenstein, para desespero dos jornalistas. E os leitores.
Um bom projeto gráfico utiliza templates, maquetes, páginas pré-diagramadas. Mas mesmo essas páginas devem ser alteradas sempre que o fato em si exigir.
Ou seja, deve haver normas, não dogmas.
Os quatro exemplos abaixo - todos de hoje - são de como o grafismo equivocado por atrapalhar o lado editorial.
O caso da Folha da Região (Araçatuba, SP) é emblemático. Ele segue exatamente o template. Um template antigo, simétrico, que se utilizava no milênio passado. Não há foto dominante, todas as fotos são iguais, com o mesmo peso, mesmo que os elementos sejam bem diferentes. Não há, por isso, apostas claras. É uma capa shopping center, quando o jornalismo atual pede o oposto.
O Diário do Grande ABC (Santo André, SP) é quase igual. Há uma ligeira aposta no alto, com o "cineminha" do carro. Mas abaixo da dobra a simetria é radical, com fotos fechadas, quando o tema exige fotos bem abertas. Outro template muito antigo.
O Correio de Uberlândia (Uberlândia, MG) apresenta um template semelhante ao da Folha da Região, com três fotos do mesmo peso. Só que a foto do meio é um primeiro plano, a foto de baixo é plano aberto, a de cima tem personagens ao fundo. Ou seja, um escândalo gráfico.
Por último o Diário da Região (São José do Rio Preto, SP), que claramente utiliza uma maquete, mas altera de acordo com os elementos (o que é coreto). Só que a mexida só piorou o que já era ruim. Há uma tentativa de enxertar duas notícias na área da manchete! Uma ganhou um cerco, a outra uma área com fundo pastel. Um atentado ao grafismo.
Moral da história: é preciso ter um bom editor de arte, que conheça critérios editoriais e tenha muito bom gosto. O bom editor de arte facilita o entendimento da matéria. O grafismo é um aliado valioso do editorial.


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

De olho no Senado


O Correio Braziliense (Brasília, DF), que escorregou feio na cobertura dos escândalos do governador Arruda, está recuperando o terreno perdido.

É o único jornal brasileiro a cobrar moralidade do Senado.

Faz uma crítica aberta à decisão de se utilizar em 2010 verba que sobrou de 2009 para passagens aéreas.

Ponto para o CB.

Lição prática de como matar uma foto


A Gazeta do Povo (Curitiba, PR) já tem companhia na arte de matar fotos com aplicações de textos ou outras imagens sobre as informações visuais.

O Jornal da Paraíba (João Pessoa, PB) traz hoje uma lamentável edição visual no alto de sua capa.

Sobre a foto principal, de uma suposta quadrilha, há não, nem duas, mas três intervenções. Três! Um assassinato premeditado da foto!

A legenda está sobre mãos e arma do agente mascarado. Um quadro ponto-a-ponto esmaga cabeça e ombro de um dos presos. E uma péssima foto de autoridades engravatadas joga a derradeira pá de cal sobre a imagem principal do JP.

Um horror.

Uma aula de como NÃO deve ser tratada uma imagem em jornais.

Se a arte não ajuda, a capa não funciona


O jornal Zero Hora (Porto Alegre, RS) traz um fantástico relato de 10 sobreviventes à tragédia da ponte que caiu em Agudo, no Rio Grande do Sul.

Isso é jornalismo puro, moderno, histórias de gente. Essas histórias diferenciam um jornal dos demais meios. O jornal precisa saber contar histórias, identificar o leitor com elas.

Só que o jornal gaúcho esqueceu de combinar com o departamento de arte. E a capa acabou conservadora, como um dia qualquer. Vazia.

Ora, se há 10 histórias de gente, o que é que deve aparecer na capa?

Rostos. Pessoas. Gente. Os personagens das histórias.

Zero Hora perdeu uma grande chance de brilhar.

Jogo de palavras


O The Southtown Star (Tinley Park, IL) sabe usar as palavras para construir bons apelos de capa.

A brincadeira do Good Buy com o Goodbye é brilhante.

O Estadão vai mudar. Que bom!

O jornal O Estado de S. Paulo (SP) anunciou na capa, no início do ano, que está em processo de mudança editorial e gráfica.

Que bom.

O mais tradicional jornal brasileiro precisa de um choque, uma ação enérgica, ou seguirá ladeira abaixo na escalada de leitores.

Depois de levar um retumbante furo da Folha de S. Paulo (SP) na terça-feira, o Estadão quis devolver a exclusiva. E cometeu o maior erro que um jornal pode cometer.

A manchete de hoje é uma suíte cozinhada da própria manchete da concorrente Folha, aquela manchete de terça-feira. E nem de longe tem o mesmo peso da descoberta do relatório da FAB.

O Estadão assim passou recibo do furo, em vez de buscar algum assunto verdadeiramente exclusivo.

Errou feio o Estadão. De novo.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Parem as máquinas! Aí vem o iSlate



É mais que um iPhone, é mais que um tablet, é mais que um Kindle.

Quando a Apple resolve inovar, ela arrasa.

O iSlate será lançado no fim do mês, dia 27, e não há qualquer dúvida de que será uma mania.

Quer acompanhar os passos de Steve Jobs com o revolucionário iSlate?
Siga pelo blog Innovations in Newspapers, de Juan Antonio Giner, que estará em São Francisco no dia do lançamento.

Enjoy it!

Poucos entenderam a grande notícia do dia


Nenhum fenômeno de consumo foi tão rápido e surpreendente no mundo como o iPhone.
Agora o Google está lançando o concorrente, que tem tudo para se transformar na coqueluche dos geeks.
Mas poucos entenderam a importância disso. Só mesmo jornais ligados com o seu público, de olho em tendências, como o San Francisco Chronicle (São Francisco, CA), ou na terra das inovações tecnológicas, como o San Jose Mercury News (San Jose, CA), se deram conta.
Amanhã vai estar em todos os jornais. Mas amanhã vai ser tarde.


Outra vez números confusos


É cada vez mais difícil confiar nos números dos jornais.
Se na tragédia de Angra houve enorme confusão nos dados dos jornais paulistanos, agora é a vez de uma baderna geral na contagem de vítimas do acidente com a ponte no Rio Grande do Sul.
Quantos desaparecidos?
Segundo a Folha de S. Paulo (SP), são 10.
De acordo com A Razão (Santa Maria, RS), jornal da região da tragédia, são 9.
O Jornal NH (Novo Hamburgo, RS) fala em pelo menos 5.
O site Zerohora.com, de Porto Alegre, às 11h de hoje confirma apenas 5 também.




Como sempre, grande capa do i


Onde é que se pode ver uma grávida na capa se não no i (Lisboa, Portugal), o mais surpreendente jornal da Europa?

O assunto é sério, a capa é ótima.

Se o BBB é chato, pior é o destaque dos jornais


As cidades de Belém e Blumenau provavelmente têm coisas mais interessantes do que um programa de TV onde mocinhas bonitas e mocinhos musculosos são trancados por três meses em uma casa.
Então por que é que os jornais O Liberal (Belém, PA), Diário do Pará (Belém, PA) e Jornal de Santa Catarina (Blumenau, SC) gastam tanto espaço nas capas de hoje para promover o programa?
Realmente fica difícil de entender.
Que o jornal destaque um integrante, por ser nascido no Estado, ainda vá lá, pode valer pela curiosidade, mas o espaço nobre dedicado ao show hoje não faz sentido.


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

É hora de desmarcarar gente como Boris Casoy


Sem dúvidas, "isso é uma vergonha".
O jornalismo mudou e tem gente que ainda não se deu conta.
Boris Casoy, por exemplo.
Quem sabe a Band aproveita a gafe mais famosa da véspera de ano novo para renovar a equipe?
O grande jornalista Ricardo Kotscho escreveu em seu Balaio a análise definita:

"No dia seguinte, admitindo que disse “uma frase infeliz”, o âncora pediu desculpas aos garis e aos telespectadores. “Frase infeliz?”. Ora, quem o conhece sabe que Boris disse exatamente o que pensa. Em vez de pedir desculpas, deveria ter pedido o boné e saído de fininho".

Veja a crônica completa do Kotscho e assista ao erro do âncora.


A Folha faz jornalismo, o Estadão escorrega


A Folha de S. Paulo (SP) mostra hoje porque é o jornal número 1 do Brasil.
A Folha pratica jornalismo, investe em boas histórias, tem fontes confiáveis.
A história da escolha do caça sueco pela FAB é um furaço. E envolve muita gente.
Basta comparar as capas da Folha com a do concorrente O Estado de S. Paulo (SP) para entender o tamanho do estrago.
O Estadão publica um balanço de exportações. Release, estatística. Informação chata que não interessa a ninguém.
Sem comentários.


A campanha e a história


A chegada de uma montadora muda a vida de uma cidade.
Em Elkhart, Indiana, pode ser a solução para os problemas econômicos.
Nunca é demais fazer campanha para evitar surpresas de última hora, quando será anuncado o local onde será instalada a montadora do Think, da Noruega.
O The Elkhart Truth (Elkhart, IN) sabe disso e abraçou a causa.
Já o Detroit Free Press (Detroit, MI) descobriu uma história genial: um marido casado três vezes simultaneamente. E conta com graça a história da mulher que nunca soube das peripécias do marido globetrotter.


Uma manchete deve ser apenas uma manchete


A manchete serve pra atrair o leitor.

Deve dar alguma informação bem escrita, inteligente, surpreendente.

Mas acima de tudo deve ser rápida, direta, quase como um tiro.

O jornal Comércio da Franca (Franca, SP) usa o espaço da manchete para contar a história completa!

Enorme, enorme.

Ou o jornal de Franca reduz o tamanho de suas manchetes, ou a migração para os demais diários paulista será automática.

Jornal velho para gente ultrapassada


Há pelo menos dois jornais brasileiros que ainda não entenderam que a informação corre em uma velocidade maior que a da produção de um exemplar.
O ciclo de 24 horas acabou para as notícias.
Existe TV. Existe Internet. Existem plataformas digitais que seguem o cidadão por todos os lugares.
O maior edifício do mundo, a Torre Burj Khalifa, foi inaugurado ontem em Dubai, nos Emirados Árabes.
Inauguração de edifício é algo mais que previsível, afinal não se levantam 828 metros de um dia para o outro.
O Chicago Tribune (Chicago, IL) antecipou-se e fez um belo perfil do arquiteto que bolou a obra, na edição de sábado. Isso é jornalismo.
Vários jornais do mundo comemoraram o feito ONTEM, dia da abertura. É o anúncio do fato.
Mas para A Notícia (Joinville, SC) e Gazeta do Povo (Curitiba, PR) o assunto merece capa HOJE. Isso não tem explicação.
Pelo jeito, são dois jornais completamente desconectados do seu leitor.
Século XXI, estamos no Século XXI.


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Tem a imagem? Então abra-a


O Correio Braziliense (Brasília, DF) foi o único jornal brasileiro que conseguiu explicar a tragédia das águas por imagens.

Ao rasgar a foto aérea da região, prestou um ótimo serviço aos leitores.

Show, don't tell.

Só se fala na Grande Torre


Está na capa de jornais do mundo inteiro - menos dos Estados Unidos.
A Super Torre que espeta o céu de Dubai, a mais alta construção do planeta.
É o orgulho no Gulf News (Dubai, Emirados Árabes), a curiosidade no Politiken (Copenhague, Dinamarca) e segue em destaque na Espanha, Líbano, República Checa, Bulgária, Áustria, Alemanha e Coréia do Sul.










Trânsito, trânsito, trânsito


De Norte a Sul o problema é o mesmo. As estradas parecem pequenas para tamanho fluxo de veículos nos feriados.
Grandes fotos, páginas e mais páginas sobre esse drama.
Mas não estaria na hora de propor soluções?
Ou será que a função social da imprensa é esperar pelas mortes nas estradas?
De problemas o leitor está cheio.





domingo, 3 de janeiro de 2010

O que é isso, Extra?


Vidas reveladas?

São mortos na tragédia das águas e o jornal Extra (Rio de Janeiro, RJ) ainda quer fazer poesia sobre a desgraça?

O que é isso, Extra?

Primeira pisada na bola de 2010.

Três boas ideias por aí


O ano começou com algumas boas ideias do exterior.
O Herald and News (Klamath Falls, OR) fez um painel de visão do passado e do futuro. A simetria da capa é impressionante, um grande trabalho da arte.
O diário Público (Madri, Espanha) fala de profecias de 2010 na opinião de 30 especialistas.
Enquanto o The Fayetteville Observer (Fayetteville, NC) trabalha o panorama econômico da região com inteligência gráfica.
Boas colaborações do exterior.