Imprima essa Página Mídia Mundo: Design: quatro exemplos do que NÃO fazer

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Design: quatro exemplos do que NÃO fazer

O projeto gráfico é algo muito importante em um jornal hoje em dia. Jornal mal desenhado é um convite para que o leitor mude à concorrência. A vida é cercada de objetos bem desenhados, os anúncios são bem desenhados, os jornais precisam ser também.
Mas um projeto gráfico não pode ser mais importante que um projeto editorial.
Ou seja, o projeto gráfico traduz em desenho a mensagem editorial que o jornal quer passar.
E esse costuma ser o grande pecado dos jornais: encomendam a algum designer um projeto gráfico sem dar as linhas editoriais desejadas.
Acaba nascendo um Frankenstein, para desespero dos jornalistas. E os leitores.
Um bom projeto gráfico utiliza templates, maquetes, páginas pré-diagramadas. Mas mesmo essas páginas devem ser alteradas sempre que o fato em si exigir.
Ou seja, deve haver normas, não dogmas.
Os quatro exemplos abaixo - todos de hoje - são de como o grafismo equivocado por atrapalhar o lado editorial.
O caso da Folha da Região (Araçatuba, SP) é emblemático. Ele segue exatamente o template. Um template antigo, simétrico, que se utilizava no milênio passado. Não há foto dominante, todas as fotos são iguais, com o mesmo peso, mesmo que os elementos sejam bem diferentes. Não há, por isso, apostas claras. É uma capa shopping center, quando o jornalismo atual pede o oposto.
O Diário do Grande ABC (Santo André, SP) é quase igual. Há uma ligeira aposta no alto, com o "cineminha" do carro. Mas abaixo da dobra a simetria é radical, com fotos fechadas, quando o tema exige fotos bem abertas. Outro template muito antigo.
O Correio de Uberlândia (Uberlândia, MG) apresenta um template semelhante ao da Folha da Região, com três fotos do mesmo peso. Só que a foto do meio é um primeiro plano, a foto de baixo é plano aberto, a de cima tem personagens ao fundo. Ou seja, um escândalo gráfico.
Por último o Diário da Região (São José do Rio Preto, SP), que claramente utiliza uma maquete, mas altera de acordo com os elementos (o que é coreto). Só que a mexida só piorou o que já era ruim. Há uma tentativa de enxertar duas notícias na área da manchete! Uma ganhou um cerco, a outra uma área com fundo pastel. Um atentado ao grafismo.
Moral da história: é preciso ter um bom editor de arte, que conheça critérios editoriais e tenha muito bom gosto. O bom editor de arte facilita o entendimento da matéria. O grafismo é um aliado valioso do editorial.


2 comentários:

  1. Olá Eduardo.
    Acompanho sempre seu trabalho.
    Poderia nos brindar com 4 exemplos do que "é melhor fazer"?

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  2. Marco,
    Obrigado pela leitura.
    Olha, tenho publicado aqui praticamente todos os dias algum bom exemplo, de como se deve fazer. Nesse mesmo dia publiquei um post do Diário do Alto Tietê, que mexeu no template para valorizar a informação.
    Aqui você tem pelo menos 3 problemas:
    1) O template é ruim: não valoriza nenhuma imagem, nenhuma informação. É um típico template que se utilizava nos anos 80. Você não tem apostas claras, então aposta em várias coisas. Só que isso não funciona mais.
    2) Não há nada dominante. Ou seja, você não consegue fazer com que os olhos do leitor se fixem em algum elemento. Então, se você tem na banca, ao lado de qualquer um desses jornais acima, algum concorrente que investe na boa imagem, você sai perdendo.
    3) Há informações demais para uma capa. É a diferença de uma supermercado para uma loja. Quando você pega a propaganda de um supermercado encontra de frutas e verduras a carne, arroz, massa e desodorante. De tudo um pouco. Já a vitrine de uma loja de moda, por exemplo, aposta em poucos e bons produtos. Tudo para chamar a atenção e conquistar o cliente. Jornal é muito parecido com isso.
    OK?

    Super abraço!

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