Imprima essa Página Mídia Mundo: 2021-06-13

sábado, 19 de junho de 2021

Falta de planejamento explícita

O jornalismo do Século XXI vive de planejamento. O tempo de "esperar" pela notícia acabou, com a Revolução Digital.

Por isso é triste constatar que às 15h30 de sábado, 19 de junho de 2021, quando o Brasil ultrapassou a marca de meio milhão de mortos por Covid 19, apenas a Folha de S. Paulo (SP) tenha feito algo diferente, que chame a atenção para essa triste informação.

O Estado de S. Paulo (SP) até tentou, mas não conseguiu. O Globo (Rio de Janeiro, RJ) e G1 (Rio de Janeiro, RJ) só publicaram a notícia.

Zero Hora (Porto Alegre, RS), Correio Braziliense (Brasília, DF) e Estado de Minas (Belo Horizonte, MG), líderes regionais, ignoram o fato. Seguem com notícias requentadas e esquecem que o ritmo do digital é bem diferente do impresso.

Uma bomba como essa, mais previsível do que as vitórias do Brasil na Copa América, deveria estar perfeitamente planejada há, pelo menos, 10 dias. Mas o jornalismo brasileiro segue em mar agitado, já se aproximando do precipício.


 

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Seleção não merece capa


Erraram alguns jornais tradicionais. Erraram feio. 

A Copa América foi tão criticada, tem tanta gente contrária, que os leitores não merecem receber segunda-feira uma foto gigante de um jogador brasileiro comemorando gol contra a "poderosa" Venezuela - aquela dos 12 casos de Covid.

O Globo (Rio de Janeiro, RJ), O Tempo (Belo Horizonte, MG), A Tribuna (Vitória, ES) e Correio do Povo (Porto Alegre, RS) fizeram a edição "preguiçosa", em que o editor orienta a colocar a foto mais fácil de se obter. Futebol. Seleção.

Só que isso não faz sentido. Menos ainda quando o "Domingão do Faustão", com apresentador improvisado, deu maior audiência que o jogo do Brasil.

Não é para isso que serve um impresso. Capas absolutamente descartáveis.

PS: Correio do Povo se superou. A foto do jogo divide espaço com o passeio de moto (de sábado) de Bolsonaro. Lamentável.



 

domingo, 13 de junho de 2021

O Correio* volta a ser Correio*


Lá pelos idos de 2007, logo após a morte do senador Antonio Carlos Magalhães, a família proprietária do então Correio da Bahia (Salvador, BA) estava preocupada: o que fazer com aquele jornal que somava prejuízos absurdos e que só servia para distribuir mensagens políticas do fundador recém-falecido?

Tive o prazer de ser contatado pelo então senador Antonio Carlos Junior, filho de ACM e pai de ACM Neto, para ajudá-los a repensar o produto. 

Um ano depois, com a colaboração de ótimos executivos e jornalistas do grupo e alguns colegas brasileiros e estrangeiros, colocamos nas bancas o Correio*, algo totalmente diferente, novo, que veio para romper todos os dogmas da Bahia - a começar pelo formato tabloide. O resultado foi um sucesso, a conquista da liderança entre os impressos no Nordeste e a relevância ganha em terras baianas.

Mas o tempo passou, novas estratégias apareceram, algumas mudanças não muito felizes, e o jornal foi perdendo aquele perfil. Passou a ser mais um, e não "aquele um".

A boa notícia é que agora, pouco a pouco, o Correio* está recuperando a irreverência daquele 2008, do projeto gráfico do espanhol Guillermo Nagore a partir do Modelo Editorial que concebemos.

A capa da edição do fim de semana está sensacional. A equipe voltou a entender a função de um impresso em tempos digitais.