Imprima essa Página Mídia Mundo: 2010-04-25

sábado, 1 de maio de 2010

Imagens que formam uma capa

Às vezes uma boa imagem - ou uma sequência - transformam uma página normal em uma capa de grande apelo. Ainda que o tema não seja tão palpitante.
O Diário de Pernambuco (Recife, PE) e o Trouw (Amsterdã, Holanda) mostram isso nesse sábado.
Impossível passar despercebido pela banca de jornais.

O fato na foto


O mundo inteiro recebeu fotos do Golfo do México com a enorme mancha de óleo, um desastre ambiental.

Está nas capas de Sul a Norte.

Raros foram os que traduziram o problema para a vida real. O The Birmingham News (Birmingham, AL) mostra os dedos sujos de óleo de Jordan Ellis, na costa da Louisiana.

Uma maneira inteligente de mostrar como o acidente que preocupa os EUA deve preocupar também seus habitantes.

A recuperação de A Notícia


Na mesma semana em que apostou em uma notícia velha, A Notícia (Joinville, SC) agora busca outra vez temas polêmicos, que traduzem sua preocupação com o cidadão.

O caso do livro encomendado pela prefeitura de Joinville a uma empresa de Florianópolis, ao custo final de R$ 114 por unidade, virou cavalo-de-batalha do jornal.

É uma boa causa. Levanta, pelo menos, algumas dúvidas: Não seria mais correto encomendar o livro a uma editora de Joinville? Os valores não estão um pouco inchados? A prefeitura precisava deste livro?

Com um pouco de curiosidade, matemática e bons repórteres A Notícia terá uma semana recheada de boas matérias sobre o livro.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Final feliz em Vitória


O jornal A Tribuna (Vitória, ES) contou ontem o caso do pastor que buscava a filha, desaparecida havia duas semanas.

O desespero do líder religioso comoveu a cidade. Tanto que Flaviany, 15 anos, leu a reportagem de A Tribuna e decidiu voltar ao abraço do pai.

Jornal emociona, jornal faz pensar. Jornal pode até promover o reencontro de pai e filha.

Ponto para A Tribuna, no silêncio total da concorrência. Sua liderança no Espírito Santo não é por acaso.

Sobre a escolha da foto


O Pioneiro (Caxias do Sul, RS) aposta em uma história que faz todo o sentido para a região, o adeus do meia Lauro, do Juventude, com mais de 500 partidas pelo clube. Lauro é símbolo da equipe, foi campeão gaúcho, da Copa do Brasil.

Uma grande história, que até deve ser melhor contada nos próximos dias. As memórias, as mágoas, o sucesso e o fracasso do jogador.

Na capa de hoje Pioneiro coloca o momento da entrevista coletiva em que se anuncia o rompimento de contrato entre jogador e clube. É a foto óbvia, tradicional. Não está errada, apenas não causa impacto.

Se o jornal tivesse optado por uma imagem do jogador de costas, saindo de campo ou descendo a escadaria do vestiário, seria outra capa.

Sintonizado com o leitor


Leitor moderno tem Internet e está no FaceBook.

Por isso quando a Justiça de Nevada aceitou uma página do FaceBook, em que uma mulher aparecia em uma foto ao lado de um Jaguar zero quilômetro, como prova-testemunhal em um processo, o Las Vegas Sun (Las Vegas, NV) entendeu que era assunto de capa.

O resultado, com enorme felicidade, está na capa de hoje.

Como nos velhos tempos


O Correio Braziliense (Brasília, DF) voltou a ter a pegada dos bons tempos, depois de algumas edições muito tímidas.

O posicionamento a respeito da investigação sobrer os assassinatos que mexeram com a cidade no ano passado é exemplar.

Um bom jornal sabe que isenção total é algo que não existe. E se é assim, que bom se toma partido e deixa claro qual sua posição.

Sem medo, de uma forma muito direta.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O protótipo de Época no iPad


Já está no YouTube.
A equipe da Editora Globo, liderada pelo designer Saulo Ribas, desenvolveu o primeiro protótipo de uma publicação brasileira especificamente para o iPad.
Vale a pena ver como será ler Época em um futuro muito próximo.

Como ser diferente na Inglaterra


O primeiro-ministro inglês Gordon Brown cometeu uma das maiores gafes da história do Reino Unido.
Depois de conversar com uma aposentada, em uma visita de campanha, Brown esqueceu-se de retirar o microfone de lapela que um canal de TV havia colocado em seu paletó. E acabou falando o que não devia, como chamar o encontro como "um desastre".
Os jornais ingleses tiveram três reações. The Times (Londres, UK) e The Guardian (Londres, UK) crucificaram Brown e até saíram bem parecidos.
The Daily Telegraph (Londres, UK) quis dar tudo e pouco acrescenta ao que as imagens mostram.
Dessa vez foi o The Independent (Londres, UK) quem conseguiu ir mais longe. Fez o perfil da mulher que falou com Brown, Gillian Duffy, e anunciou: últimas pesquisas, trabalhistas perdem um voto.


A surpresa do Estadão


No inevitável exercício das redações de tentar adivinhar qual será a manchete dos principais jornais do país no dia seguinte, uma das maiores barbadas é o aumento da taxa Selic, que O Estado de S. Paulo (SP) inevitavelmente publica nos dias posteriores às reuniões do Copom.
Pois hoje o Estadão surpreendeu. A manchete é o envolvimento de Sarney no escândalo de Arruda, ainda que a notícia da alta dos juros esteja como sub.
Quem seguiu a cartilha de dar em manchete o que o jornalismo mais conservador acredita ser "o mais importante" foi a Folha de S. Paulo (SP), acompanhada por alguns jornais regionais espalhados pelo Brasil.
Mais uma vez os jornais se consideram "donos da informação" e ignoram que seu leitor soube da alta da Taxa Selic ontem, antes do anoitecer.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Um tiro com endereço certo


O Estado de S. Paulo (SP) está diferente hoje.

Conhecido por ser comedido em acusações, suspeitas e revelações, o conservador jornal paulistano hoje aposta em manchete em um suposto envio ilegal de dinheiro da Igreja Universal do Reino de Deus ao exterior.

A matéria é uma bomba, mesmo que a fonte seja doleiros protegidos por delação premiada.

Vai ter reação. A Folha de S. Paulo (SP) já sofreu todo tipo de acusações da IURD e respondeu em tribunal. A Globo também, com artilharia pesada da Record.

Essa briga promete. O tiro do Estadão acertou na testa da Universal.

Um pouco confuso, mas informativo


O jornal Público (Lisboa, Portugal) quer chamar a atenção para o risco de Portugal entrar no mesmo túnel sem saída da Grécia.

Em um gráfico faz a comparação das taxas de juros.

O problema é que pelo excesso de detalhes nas curvas do gráfico, a informação ficou um pouco confusa.

De qualquer maneira é um jeito de informar indo direto ao ponto.

Notícia com teia de aranha


A manchete de A Notícia (Joinville, SC) é tão velha que já apresenta poeira e teia de aranha.

A frase do Ministro da Saúde foi dita segunda-feira. Naquele mesmo dia apareceu em todos os telejornais e sites de notícias. Ontem estava na capa de muitos jornais brasileiros. Hoje é quarta-feira. O jornal catarinense publica hoje, com fogos de artifício, como se fosse novidade.

Pior, não é a primeira vez que o jornal da RBS em Joinville faz isso.

Decisões editoriais como essa justificam o fim precoce dos jornais, a queda nas vendas, a decisão de um leitor cancelar assinatura e decidir por informar-se apenas por outros veículos.

Que pena. A Notícia um dia foi um bom jornal.

Hoje deixou de ser.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Uma boa história digital


O jornal Expresso (Lisboa, Portugal) está investindo em boas histórias contadas com todas as ferramentas disponíveis, como o online.
O trabalho Filhos Separados do Pai é um ótimo exemplo de como é possível unir texto, vídeo e o que há de melhor nas mídias digitais para passar uma mensagem com sabedoria.

Mais um ótimo trabalho do The Times

O The Times (Londres, UK) consegue sempre unir a grande ideia, o assunto do dia e a imagem.

Hoje descobre esse instantâneo na rua, uma foto quase surreal, para justificar a matéria da troca de alvo dos conservadores, que agora consideram Nick Clegg o adversário a ser batido, não mais Gordon Brown.

Assim se faz um bom jornalismo.

Use a imagem, não o texto


Uma mulher foi atropelada nos arredores de Belém e o acidente parou uma estrada.
A informação que interessa ao paraenses que ficaram presos por 3 horas é o engarrafamento.
Como evitar o próximo? Onde está o gargalo? O que será feito a partir de agora?
O Liberal (Belém, PA) tratou o caso pelo fato - a morte - e não pela consequência.
Já o Diário do Pará (Belém, PA) rasgou enorme foto da estrada parada, deixando claro que o problema superou em muito o atropelamento e afetou milhares de paraenses.
Seria uma edição de luxo caso a síndrome de "dar tudo" não tivesse se manifestado na hora de conceber a capa. Para que aquela foto do acidente ridiculamente aplicada sobre a imagem principal?
O Liberal errou. O Diário quase acertou.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Para quem tem alguma dúvida sobre o iPad

Que tal ler Alice no País das Maravilhas desse jeito?
E ainda há quem pense que o iPad não vai pegar...

Dica do colega Juan Antonio Giner.

Sinal dos tempos


Certa vez o editor de economia de um grande jornal brasileiro foi sumariamente demitivo por um motivo estranho: ele publicou uma - maravilhosa - matéria sobre o lixo das autoridades em Brasília.

O diretor do jornal argumentou que lixo não era matéria naquele jornal.

Hoje o Aftenposten (Oslo, Noruega) publica foto de uma cesta de lixo na capa.

Alguém ficou ofendido com isso?
Sinal dos tempos.

O chavão preferido do jornalismo esportivo

Em dias de finais dos campeonatos estaduais de futebol, nada supera a "mao na taça".
Está em O Estado de S. Paulo (SP), Diário de S. Paulo (SP), Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS) e O Tempo (Belo Horizonte, MG).





domingo, 25 de abril de 2010

O outro lado do craque


A Folha de S. Paulo (SP) está certíssima.

Em dia de decisão do Campeonato Paulista, onde uma equipe leva enorme favoritismo sobre a outra, é preciso ser diferente.

Focar onde? No craque, no diferente. E tratá-lo de uma maneira bem diferente também.

Neymar, em formato modelo, está na capa da Folha.

O desafio de inovar sempre

O 25 de abril é a data maior da moderna Portugal. A Revolução dos Cravos, de 1974, deve ser sempre lembrada e comemorada.
O problema é que os jornais já não têm grandes ideias todos os anos para passar pela efeméride.
Hoje o Público (Lisboa, Portugal) consegue ser diferente ao localizar as casas que a revolução ocupou e fazer um perfil de Grândola, a vila que virou símbolo do movimento e até hoje é cantada em música.
Já o Diário de Notícias da Madeira (Funchal, Portugal) tenta reabrir o debate sobre o novo país, que ainda precisa ser construído tantos anos depois. Na Madeira, o 25 de abril não teve o mesmo impacto de Lisboa. Mas a ilha ainda sofre com a centralização de poder no continente.

Jornal tem que ter memória

Uma das maiores virtudes de um jornal é seu arquivo. A quantidade de boas informações bem guardadas em páginas, micro-filmes e computadores é impressionante, um manancial de ótimas matérias.
O Correio Braziliense (Brasília, DF) hoje encontrou a rainha da censura dos anos 60 e 70, dona Solange Hernandes, que resolveu falar. Uma matéria imperdível para aliviar uma semana infeliz do CB.
Enquanto isso A Tribuna (Santos, SP) recupera a semana sangrenta de maio de 2006, quando nada menos que 564 pessoas morreram em guerra de facções do crime organizado na região. E chega a uma triste conclusão: ninguém foi punido.
Duas ótimas reportagens de quem tem memória jornalística.