A foto de sexta-feira

Simplesmente sensacional a foto de Fábio Nunes, na capa de A Tribuna (Vitória, ES).

Mesmo sendo arma de choque, o ato de apontar para a cabeça do cidadão que ameaçava colocar fogo no pneu lembra os piores momentos da Guerra do Vietnã.

Tão boa que Mídia Mundo edita para que se possa ver melhor.

A imagem de Nunes já está entre as melhores do ano.

A lógica vendida como novidade

Vamos pensar em voz alta:

Lula ganhou duas eleições e ainda elegeu a sucessora, uma senhora sem carisma, que nunca havia enfrentado qualquer eleição, com relações conturbadas com a imprensa, que rapidamente traiu seus princípios e fez acordo com todos os partidos que sempre foi contra - e de quebra viu o povo ir às ruas protestar contra qualquer coisa.

Lula passou pelo Mensalão com poucos arranhões, mas escapou da vala comum de José Dirceu e José Genoíno. E segue sendo reconhecido como o "pai do Bolsa-Família".

Alguma surpresa em Lula ter maior aceitação do que Dilma na pesquisa do Ibope, como aparece na capa de O Estado de S. Paulo (SP)?

Aposta errada

O Correio Braziliense (Brasília, DF) apostou forte na vinda do papa, esquentando a informação do ministro Gilberto Carvalho (o povo vai cuidar da segurança do Papa).

É uma tremenda bobagem do ministro. E outra do jornal apostar na capa.

O CB merecia algo mais forte em sua primeira página.

Iniciativa cidadã

Ótimo exemplo do Jornal de Santa Catarina (Blumenau, SC).

O jornal simula uma ordem de serviço, assinada pelo povo do Vale do Itajaí, autorizando o início das obras de duplicação da BR-470.

Uma forma inteligente e bem humorada de gerar subsídios para que a população cobre das instituições.

Os dois lados de Frei Galvão

O que é mais inusitado? Uma estátua quase caída, pendurada por um guindaste, ou a mesma estátua sobre um caminhão?

Pergunta difícil. O Estado de S. Paulo (SP) foi por um lado, Folha de S. Paulo (SP) pelo outro.

Do lado do leitor, a foto da Folha chama mais a atenção.

Bom jornalismo tem memória

O jornalismo precisa de memória. Se algum fato merece registro e surpreende, nada melhor do que segui-lo, ver o que acontece com o tempo.

Foi o que fizeram A Tarde (Salvador, BA) e Correio Braziliense (Brasília, DF).

Sumiram os sem-teto durante a Copa das Confederações? O que aconteceu depois? Ótima matéria do jornal baiano, que descobre que pelo menos 130 pessoas já deixaram o lar de acolhimento.

O Parlamento se surpreendeu com as manifestações? O que aconteceu depois? O diário da Capital Federal avalia as consequências das ruas, um mês depois.

Boa memória significa bom jornalismo. 

Boas fotos no Espírito Santo

Fotografia não serve para decorar, mas para informar.

Os dois principais jornais capixabas conseguiram fazer com que a imagem de capa conte histórias.

A foto de Gabriel Lordêllo, na capa de A Gazeta (Vitória, ES), quase faz o leitor sentir o gosto do spray de pimenta.

A imagem de Adriano Horta, na primeira página de A Tribuna (Vitória, ES) mostra o momento exato em que o vidro do ônibus se rompe.

Belos exemplos de boa fotografia no jornalismo.

Meio cheio, meio vazio

Em O Popular (Goiânia, GO), por algum motivo, a informação de que o governo Marcondes Perillo é reprovado por 31,7% dos goianos é menos importante do que dizer que ele é aprovado por 30,4% dos entrevistados.

Ou seja, no jornal menos é mais.

Ou tem gato na tuba?

O copo pela metade está meio cheio ou meio vazio?