Imprima essa Página Mídia Mundo: 2010-12-05

sábado, 11 de dezembro de 2010

O bom e o quase


O Diário do Norte do Paraná (Maringá, PR) brilhou mais uma vez ao apostar na violência do trânsito em uma capa monotemática que não deixa ninguém indiferente. São 100 mortes no ano. Não economizou espaço.
O Popular (Goiânia, GO) tinha uma foto sensacional, do repórter-fotográfico Ricardo Rafael, mas teve medo de rasgar de verdade. Ao encher de pequenas chamadas em torno da imagem tirou a importância e a atenção da foto.
Ficou quase bom.

Tiroteio em SP virou banalidade para os jornalões


A pequena cidade de Jandira fica na Grande São Paulo.
Ontem o prefeito Braz Paschoalin foi executado com mais de 10 tiros em uma rua pacata.
Guardadas as proporções, é como se Gilberto Kassab fosse assassinado no Anhangabaú na hora do rush.
Mas curiosamente os jornais das famílias Frias e Mesquita desdenham o fato. Folha de S. Paulo (SP), O Estado de S. Paulo (SP), Jornal da Tarde (SP) e Agora (SP) tratam o tema com a mesma relevância de uma contratação do Corinthians ou de uma nova atração cultural na Rua Augusta.
Fosse no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, seria manchete. No nariz de seus jornais, é notícia desprezível.
Não importa se é tema de conversas no Tatuapé ou na Móoca. Para os jornalões - e seus irmãos jornalinhos - não merece grandes apostas.
Acertou em cheio o Diário de S. Paulo (SP), que tratou o assassinato como se deve, relacionando com outras barbáries.
Ou em breve execuções de prefeitos serão banalidades que sequer merecerão registro.


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

NYTimes vai acabar com a editoria de redes socais


Agora é oficial: a partir do início de 2011 o The New York Times (Nova York, NY) vai fechar a posição de editor de redes sociais.
Há um ano e meio a jornalista Jennifer Preston assumiu a função, para reverberar os conteúdos do NYTimes por Twitter, Facebook e onde estiverem as audiências. Era também uma maneira de entender as tribos e estar sempre atual.
Mas a direção do jornal decidiu acabar com a experiência.
"Interagir com as redes sociais não pode ser trabalho de uma única pessoa", ensina Jennifer, "deve ser trabalho de todos os jornalistas".
Uma lição para os jornais brasileiros.

Ninguém acerta no Pará


Uma manifestação de camelôs interrompeu o trânsito em Belém. E os jornais não souberam olhar o fato com olhos criativos.
Por que a polícia permitiu? Como é possível que um pequeno grupo de pessoas perturbe o direito de ir e vir de tanta gente?
Essas são as questões. O fato é antigo.
O Diário do Pará (Belém, PA) teve a chance de se sair bem, com uma foto que mostra o caos. Mas aplicou tão mal outras imagens e letras sobre a foto principal que confundiu o leitor.
Enquanto isso O Liberal (Belém, PA), mais clean, não apostou mais que um terço da capa no caso que revoltou Belém.

Previsão do tempo para iPad?

Um boato tomou conta de alguns sites de tecnologia e até enganou muita gente. O Nuvenus Chuvendus seria um aplicativo para iPad para permitir previsão do tempo apenas apontando o tablet para o céu.

Detalhe: o iPad não tem câmera.

Mas a história provocou a criatividade de alguns SEOs, que tentam vencer um concurso sobre este pseudoaplicativo.

Dica do SEO Guilherme Garcia, que concorre com Nuvenus Chovendus.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Originalidade no Paraná


Está sobrando empregos na região de Maringá.

O jornal O Diário do Norte do Paraná (Maringá, PR) faz uma releitura desse fato com bons toques de originalidade.

Inteligência editorial e visual

A capa do Correio* (Salvador, BA) de hoje não está entre as melhores do ano, mas certamente entre as mais inteligentes.

Há duas grande sacadas, brilhantes:

1) As duas fotos têm o mesmo movimento. Braços ao alto, imagens "normais" que dizem algo. E combinam entre elas como feijão e arroz.

2) A manchete é um achado, possivelmente a mais criativa de dezembro no pais.

Mesmo com o conteúdo habitual de um jornal é possível bolar primeiras páginas inteligentes.

Basta ter paixão pelo jornalismo, cultura visual e inteligência editorial.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A edição inteligente e o piloto-automático


O fato: há um aumento impressionante no número de automóveis circulando pelas cidades.
A consequência: o trânsito vira um caos cotidiano.
Hoje dois jornais trataram o tema como a grande aposta do dia.
O Correio Braziliense (Brasília, DF) tratou de ver a notícia pelos olhos do leitor. São 200 mil carros a mais nas ruas em apenas dois anos. As vias do DF não suportam mais. A cidade sofre todos os dias.
Já o Pioneiro (Caxias do Sul, RS) enxergou o fato apenas como uma notícia de economia. Escutou os donos de revendas, que comemoram a explosão automobilística, mas esqueceu do cidadão, que com 1,5 mil carros a mais todos os meses enfrenta engarrafamentos nas principais ruas em uma cidade que há poucos anos era tranquila.
O Correio pensou na edição. Pioneiro preferiu o piloto-automático.

Ideia boa, execução ruim


O Popular (Goiânia, GO), tentando se recuperar da edição tímida depois da vitória do Goiás no primeiro jogo da decisão, tenta inovar.

A ideia é muito boa: a torcida fala e incentiva a equipe.

Só que há dois pecados mortais na atrapalhada edição de hoje:

1. A manchete - Se hoje "é dia de torcer", o que era quarta passada? Faltou imaginação.

2. Os bonecos estão muito ruins, provavelmente feitos na corrida, sem preocupação com enquadramento ou pose.

Uma capa como essa deve ser pensada e produzida, como a que o Diário de S. Paulo (SP) fez no dia das eleições.

Pena. Agora é hora de pensar cedo na capa de amanhã. Com o título ou sem ele.

A Folha tarda. E falha


A observação atenta é do jornalista gaúcho Poti Campos:

"Impressionante o atraso da manchete da Folha de S.Paulo (SP). Se tivesse circulado ontem, às 18h, o jornal já estaria muito atrasado".

Tem razão o colega Poti. É a síndrome de jornalão. A Folha quer ser mais do que é. E nesse movimento pode acabar perder seu maior bem, os leitores.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Clone brasileiro: a mesma manchete


A mania de se cobrir notícia pura e dura, sem avançar para a consequência, faz com que os jornais se pareçam muito.
Hoje as manchetes de O Diário de Mogi (Mogi das Cruzes, SP) e de Mogi News (Mogi das Cruzes, SP) são idênticas.

Clone espanhol: a mesma foto


O encontro dos líderes da política espanhola está em todas as capas da Espanha.
Muito olhar para a burocracia, pouco olhar para o cidadão.
Os dois discutem o caos aereo do país.
Mas o problema não está nos palácios e sim nos aeroportos.
É lá que o cidadão perde voos.
Onde estão os aeroportos?


Cadê a Fonte Nova?


Ótima imagem do repórter-fotográfico Vaner Casaes, na capa de A Tarde (Salvador, BA).

Finalmente se enxerga o terreno onde está sendo reerguido o maior estádio da Bahia.

Os 100 dias da implosão da velha Fonte Nova serve de gancho para que o baiano acompanhe a obra.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Flu campeão: na Libertadores


Pelo menos cinco jornais brasileiros entenderam que é preciso ser mais que um reprodutor de informação.
É preciso emocionar, interpretar as reações, agregar valor.
O Correio* (Salvador, BA) entendeu iso. A Gazeta (Vitória, ES) também. Os dois mexeram com a emoção do torcedor.
Jornal da Tarde (SP), Lance (SP) e Diário de S. Paulo (SP) trabalharam a dor, a decepção do Corinthians. Para o paulistano, nada mais forte do que o choro da derrota. E não interessa quem foi o campeão.
Todos estes estão na Libertadores.

Flu campeão: os cariocas comemoram


Se o campeão é da cidade, toda a alegria é pouca.
Mas ninguém conseguiu surpreender, ser criativo.
Lance (Rio) nem deu manchete, apenas imagens que contam tudo.
O Globo (Rio) e Extra (Rio) até tentaram.
O Dia (Rio) foi conservador ao extremo.

Flu campeão: os rebaixados


O que foi mais previsível que o título do Fluminense?
As capas antiquadas e conservadoras de, pelo menos, 20 jornais brasileiros.
Tão ruins que conseguem esquecer do grande fato local.
Em O Estado de S. Paulo (SP) e Folha de S. Paulo (SP) o empate que sepultou o Corinthians (equipe de mais da metade de seus leitores) não tem destaque, mas o Flu sim.
Em O Popular (Goiânia, GO) e A Tarde (Salvador, BA) o título do Flu tem o mesmo peso da salvação do Atlético e da queda do Vitória.
Enfim, são 20 capas para se esquecer.
Os jornais rebaixados para a segunda divisão estão aqui.