Imprima essa Página Mídia Mundo: 2010-11-28

sábado, 4 de dezembro de 2010

A elegância gráfica do Canadá


Basta ter talento e imaginação para elaborar capas criativas e inteligentes.
Os designers canadenses estão melhores do que nunca.
Veja a espiral do Guelph Mercury (Guelph, Canadá) e o Big Bang do National Post (Toronto, Canadá).
Excelente.

Tudo por um iPad


Poucos jornais entenderam a importância da chegada do iPad ao Brasil.
É uma revolução nos costumes. Em breve o gadget será tão popular como um aparelho de celular.
Palmas para Correio Braziliense (Brasília, DF) e O Tempo (Belo Horizonte, MG), que souberam enxergar com clareza essa mudança de hábitos, a iPadmania.

Pioneiro desdenha o crime do ano outra vez


Parece que a redação do Pioneiro (Caxias do Sul, RS) não quer ver o que até os anjos da Igreja São Pelegrino - marco da cidade - já sabem: tem gato na tuba da impressionante história do assassinato da estudante Caren Brum Paim.

Hoje, de novo, a história está escondida em um canto perdido na capa do jornal.

Nada de investigação, nada de narrar as últimas horas de Caren, nada de traçar um perfil do suposto assassino.

A típica cobertura feijão-com-arroz, quando o fato mereceria caviar.

O Pioneiro perdeu a grande chance do ano.

A foto que ganhou a capa

Dessa vez foi difícil de resistir.

A imagem do ensaio acrobático de La Fura dels Baus é tão provocante que nem a conservadora Folha de S. Paulo (SP) conseguiu deixar de rasgá-la na capa.

Sinal dos tempos. E do poder da fotografia.

A década segundo Time Magazine


A primeira década do terceiro milênio (2001-2010) está chegando ao fim.

O Time Magazine (Nova York, NY) fez um apanhado dos principais fatos, que explicam a evolução política e social do planeta.

Já na capa, um infográfico que resume a obra.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Para quem já tem o iPad


A revista portuguesa Visão (Lisboa, Portugal) acaba de lançar seu aplicativo para iPad.

Líder em circulação à beira do Tejo, o modelo de iPad de Visão já vem com todas as atualizações do acordo ortográfico.

Ou seja, também é para brasileiro ler.

O brilhante trabalho é do português "com alma brasileira" Pedro Monteiro. Quem já comprou seu iPad, vale conferir.


O medo do Pioneiro

Qual o assunto que está nas rodas de vinho de Caxias do Sul: o investimento da prefeitura no entorno do Estádio Centenário ou o assassinato da jovem estudante Caren Brum Paim?

Não é preciso estar na Serra Gaúcha para saber que a promessa da prefeitura é o oficial, o despercebido, enquanto a trágica morte da Miss está em 10 de cada 10 conversas pelos lares de Caxias.

Mas o Pioneiro (Caxias do Sul, RS), jornal da RBS na cidade, teve medo e preferiu a manchete oficial, aquela que agrada o prefeito e sua família.

Hoje era dia de fazer uma capa monotemática com Caren. E nas páginas internas tentar desvendar o crime.

E, claro, sair da camisa de força de uma capa mal planejada, que só permite o verbo "morre" no espaço destinado ao assassinato.

A grande foto do dia


Está na capa do The Windsor Star (Windsor, Canadá).

Às vezes um ângulo novo sobre um fato corriqueiro rende uma ótima imagem.

Berliner com design de standard e alma de tabloide


O Correio* (Salvador, BA) é um dos fenômenos do jornalismo brasileiro.

Pouco mais de dois anos depois da mudança do projeto editorial, gráfico e de formato cresceu mais de 500% a circulação e virou líder da Bahia, em um projeto que nasceu com o carimbo da Innovation Media Consulting.

Mas às vezes o jornal se perde em si mesmo.

A capa de hoje tem seis imagens. SEIS, quando pelo seu tamanho não suportaria mais de três. É uma confusão de chamadas, como se seu formato ainda fosse o standard, sepultado na metade de 2008.

Pior, joga a manchete para um assassinato entre o tráfico, como um tabloide tradicional - aliás, o preço de R$ 0,50 também é popular.

Se a circulação aumenta com essa estratégia maluca, os anunciantes de qualidade se vão. E o leitor fica perdido.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Nem tanto ao ceu, nem tanto à terra


O desbamento do telhado de uma creche em Cariacica revoltou os capixabas. Duas crianças morreram e ninguém assumiu a responsabilidade.
O que deve fazer um jornal nessa ocasião?
Buscar os culpados desse homicídio que, possivelmente, é mais que culposo, é doloso. Quem permitiu o funcionamento da creche naquelas condições sabia do perigo. Isso é dolo.
A Tribuna (Vitória, ES) e Notícia Agora (Vitória, ES) foram pelo noticioso. O fato puro e duro. Sem se preocupar, na capa, em ir além.
A Gazeta (Vitória, ES) tentou ir além, mas acabou passando recibo. A pergunta "De quem é a culpa?" é exatamente a mesma que o leitor se faz. Mas o jornal não serve para fomentar mais dúvidas, sim para respondê-las.
Se A Tribuna e Notícia Agora foram tímidos na busca da consequência, A Gazeta foi discreta em responder suas próprias inquietações.

A boa história do Extra


Deu no Extra (Rio, RJ). De novo.

No meio de tanto noticiário oficial, o popular da Infoglobo soube buscar histórias de mães de traficantes.

Leitura obrigatória.

Genial.

Nem O Popular acreditou no Goiás

A equipe do Goiás teve ontem o maior resultado de sua história: venceu o Independiente, da Argentina, por 2 a 0 na primeira partida final da Sul-Americana.

Festa nas ruas de Goiânia, é um grande passo para o título inédito.

Mas parece que o jornal local, O Popular (Goiânia, GO) não acreditava na façanha. Na edição de hoje inventou uma manchete burocrática acima do futebol e encheu de pequenas chamadas a parte baixa da capa.

Pecou pelo excesso de planejamento e pela pouca habilidade em virar uma edição, que exigia quase uma capa monotemática.

A oportunidade foi ontem. O Popular não soube aproveitar.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Como enganar o leitor em uma lição


Jader Barbalho é um daqueles políticos para quem os fins justificam os meios. Não importa a ética ou a truculência.
Jader conseguiu impor estilo também ao seu jornal, o Diário do Pará (Belém, PA).
Ontem Jader renunciou ao mandato na Câmara Federal para escapar do julgamento no STF, que poderia cassá-lo e torná-lo inelegível para sempre. Outra vez. Jader foi eleito senador, mas o TSE não homologou sua candidatura.
Seu Diário do Pará conta uma versão para paraense ver. Pouco confiável. Agressiva às instituições. Como se o mundo conspirasse contra o patrão.
Por sorte há mais diários entre as bancas do Mercado Ver-O-Peso de Belém.
O Liberal (Belém, PA) e Amazônia (Belém, PA) contam a história como ela deveria ser contada.
Para a sorte do leitor.

A boa ideia...um dia depois - Updated


O jornal O Povo (Fortaleza, CE) foi o primeiro a se dar conta. Como a fuga dos bandidos do Rio pode tocar na vida dos cearenses? Era preciso chamar a atenção de todos para que as divisas do estado estivessem fechadas para os fugitivos. E assim foi a ótima capa de ontem.
Local, acima de tudo.
Hoje três jornais brasileiros tiveram a mesma ideia, talvez inspirados no diário cearense.
Diário de S. Paulo (SP), Correio* (Salvador, BA) e O Norte (João Pessoa, PB).
A opção é correta. Só veio com 24 horas de atraso.

PS: quem primeiro publicou esse alerta foi A Tribuna (Vitória, ES), no dia 26/11. Ou seja, até mesmo O Povo chegou tarde.
Dica do colega Rafael Porto.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

iPadmania



Comeram mosca os jornais que não entenderam a importância do anúncio da Apple: finalmente o iPad estará à venda no Brasil a partir de quinta-feira.

O tablet que está revolucionando o mundo vai ser recepcionado por multidões. Só vai se falar dele. E os jornalões seguem falando da Favela do Alemão.

Acertou o Diário de S. Paulo (SP) que editou sua capa como se tudo estivesse dentro de um iPad (em tamanho real).

Qual será o primeiro jornal brasileiro a produzir conteúdo especificamente para iPad?

Rupert Murdoch já anunciou o primeiro do mundo.

Local, local, local


Acertou em cheio O Povo (Fortaleza, CE) ao apostar tudo na preocupação do Estado em não receber a visita ingrata dos traficantes fugitivos do Rio.

É a maneira inteligente de trazer um tema nacional para o âmbito local.

Se muitos fugiram, que ancorem em outra praia.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Rio, como se faz

O Extra (Rio, RJ) soube surpreender.

No meio da ocupação do Morro do Alemão descobriu semelhança física entre o policial que prendeu o traficante Zeu e Tim Lopes.

Ótimo sacada. Há sempre algo novo para se buscar no jornalismo.

Rio, como não se faz


Os jornalões paulistas fizeram exatamente aquilo que não se deve fazer depois de um fato que ficou 24 horas nas telas de TV de todo o Brasil: dizer que aquele fato aconteceu.
E alguém tinha dúvidas? Alguém precisou ler Folha de S. Paulo (SP) e O Estado de S. Paulo (SP) para descobrir que a Polícia ocupou o Morro do Alemão?
Folha e Estadão ensinam como não se deve fazer um jornal no Século XXI, quando a velocidade da informação superou qualquer barreira.

domingo, 28 de novembro de 2010

No Rio estão as histórias. Em SP só os fatos


Se o assunto do dia está nas ruas Rio de Janeiro, é preciso buscar o diferencial, viver a invasão, contar as milhares de histórias que cercam os morros e a polícia, revelar o que acontece na glamourosa Zona Sul, em Copacabana, no Leblon e em Ipanema.
Fora isso, o resto é breaking news, temas que a TV e a Internet cumprem muito melhor o papel, deixando os jornais desnecessários.
Troque de assunto, ou crie sobre o fato público.
Hoje O Dia (Rio, RJ) ensina que sempre há o que contar, enquanto os paulistas Folha de S. Paulo (SP), O Estado de S. Paulo (SP), Diário de S. Paulo (SP) e Agora (SP) escorregam pelo noticiário considerado quente e já chegam mornos às bancas.
Hoje O Dia é necessário. Os paulistas são descartáveis.

A foto fake não funciona

Surpreende a aposta do Diário Catarinense (Florianópolis, SC) em colocar uma foto absolutamente inverossímil na capa do domingo.

Ou alguém acredita que uma moça bonita possa andar de biquini e prancha de surfe em torno do Mercado Público de Florianópolis sem chamar a atenção dos homens e dos punguistas?

Se fizesse a mesma produção em qualquer uma das 42 praias da cidade o DC teria muito mais sucesso.

E o leitor creditaria na proposta.

Assim como está não funciona.