Imprima essa Página Mídia Mundo: 2019

domingo, 22 de dezembro de 2019

Os ingleses nem aí para o Mundial do Catar


A equipe do Liverpool venceu ontem o Flamengo por 1 a 0 na final do Mundial de Clubes, no Catar. Páginas e mais páginas de jornais falavam ontem da partida - e hoje também. No Brasil.

Só que basta verificar as capas dos oito jornais ingleses que circulam hoje para se entender que para os britânicos esse foi um jogo sem qualquer importância. Aliás, é um problema: viagem ao Oriente Médio, interromper a agenda do campeonato. Tudo por um título sem relevância para eles. O que interessa é a Champions League. Depois o Campeonato Inglês. Em terceiro a FA Cup. Mas no Brasil parece um título de outra galáxia.

O espaço que os jornais ingleses dedicam à morte de um jogador da equipe campeã da Copa de 66 é infinitamente maior. Só um jornal, esportivo, Sport Star Sunday (Londres, UK) faz carnaval pelo título do Liverpool.







sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Há algo podre no reino da Brasilândia...


O Ministério Público fez a maior devassa nas contas e rastros do senador Flávio Bolsonaro, filho do Presidente da República. Para o MP, não há dúvidas de que há crimes de lavagem de dinheiro, por exemplo.

Pior, o senador seria o "chefe da quadrilha", comandada pelo "sumido" Fabrício Queiroz.

É a maior acusação contra a família Bolsonaro desde o início do governo. Onde está isso nas capas dos jornalões?

O Globo (Rio de Janeiro, RJ) e Folha de S. Paulo (SP) falam em manchete, mas sem muita convicção.

O Estado de S. Paulo (SP) esconde o fato, comemora geração de empregos, além da foto do presidente sorrindo de Papai Noel.

Há algo errado nos jornais brasileiros.


Despedida com dignidade


Francisco Brennand foi um dos mestres das artes de Pernambuco.

Sua morte é tratada com enorme dignidade pelo Jornal do Commércio (Recife, PE).

Aos grandes, uma grande homenagem.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

O segundo sentido


O Dia (Rio de Janeiro, RJ) sempre se destacou pela criatividade, ainda mais pela influência do "irmão" Meia-Hora.

Hoje o diário carioca foi muito feliz ao falar da libertação do ex-governador.

PS: dica do atento amigo Gabriel Flores

sábado, 7 de dezembro de 2019

Santa Catachina?


Não, o estado de Santa Catarina ainda pertence ao Brasil e fala português. Mas o leitor estranhou ao ver a capa do Diário Catarinense (Florianópolis, SC) em chinês. E quase não reparou no aviso discreto no alto: conteúdo patrocinado.

Trata-se de uma campanha do Icasa (Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária) para valorizar o setor avícola e fazer propaganda aos eventuais compradores chineses.

Mas que ficou estranho, ficou.

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Mais uma capa genial no NYTimes


Sabe por que o The New York Times (Nova York, NY) é o melhor jornal do mundo, com mais de 4 milhões de assinantes?

Porque ele não tem medo de ousar.

Não existe a desculpa de que "nosso leitor quer isso", "nosso leitor quer aquilo". O Times conhece seu assinante e conhece ainda mais o não-assinante, aquele que precisa conquistar.

Por isso uma capa simulando o livro do ano dos formandos, buscando as histórias daqueles que "deram certo" é mais um tiro certeiro da "velha senhora".

Um jornal que serve de inspiração.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Outra candidata a melhor foto do ano


É de Raphael Muller a ótima imagem da capa de A Tarde (Salvador, BA) de hoje. Com rara sensibilidade, transmite o drama dos soteropolitanos que enfrentam as chuvas de primavera.

Pena que a redação do jornal não entendeu a força dessa foto. Cometeu 4 deslizes:
1. Aplicou manchete em uma área não neutra, ou seja, com informações relevantes por trás;
2. Aplicou também um texto - esse sim em zona quase neutra - mas com fundo preto, deixando a capa com uma salada de caixas coloridas;
3. Decidiu publicar uma segunda foto sobre o mesmo tema, mas que perdeu completamente a força por vir abaixo da imagem principal;
4. Como se não bastasse, apostou em uma terceira imagem na capa, minúscula, de um carro, para promover as páginas de automóveis.

Enfim, ótimo exemplo em que a intervenção da redação prejudica a imagem. Mas que a foto é ótima, não há dúvidas.

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

O moderno e o clichê



The New York Times (Nova York, NY) está a cada dia mais moderno. O tempo serve para que a "velha senhora" do jornalismo entenda as necessidades informativas de seus milhões de leitores (cerca de 4 milhões de assinantes).

Já os concorrentes apelam para o clichê. Aquele jornalismo que não leva a lugar nenhum, apenas repete fórmulas.

Bastava responder a pergunta: o que importa do depoimento do embaixador Sondland, no processo que pode levar ao impeachment de Donald Trump? Seu rosto? Não, o conteúdo de sua fala.

Enquanto The Washington Post (Washington, DC), Los Angeles Times (Los Angeles, CA), Miami Herald (Miami, FL), Chicago Tribune (Chicago, IL) e USA Today (McLean, VA) dão enorme destaque às caras e bocas do diplomata, NYTimes aposta nas revelações. Branco sobre preto. O conteúdo que os americanos querem conhecer.

Mais uma aula de bom jornalismo do Times.



sábado, 9 de novembro de 2019

A mesma foto nos jornalões


Os fotógrafos de O Estado de S. Paulo (SP) e Folha de S. Paulo (SP) estavam lado a lado, como fazem tantas vezes, e clicaram juntos?

Não, a imagem das capas dos matutinos paulistanos é do repórter-fotográfico Ueslei Marcelino, da Agência Reuters.

Quando se usa material de terceiros há esse risco.

Coincidência a aposta dos dois pela mesma foto, ontem.

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Qual é o jornal mais feio?


Desde que a Internet passou a estar na vida de 10 entre 10 brasileiros, o impresso virou produto nobre, objeto de desejo. E, portanto, precisa ter ótima qualidade...e um desenho que chame a leitura.

Dois jornais brasileiros ainda não entenderam o momento. Hoje Diário dos Campos (Ponta Grossa, PR) e Diário de Taubaté (Taubaté, SP) disputam o nada honroso título de impresso mais mal desenhado do País.

Os dois são muito feios. E não conseguem hierarquizar informações.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

O Globo se posiciona contra a política anti-jornalismo do Presidente


Agora é a vez de O Globo (Rio de Janeiro, RJ).

Os veículos de comunicação do Brasil já não suportam tantos xingamentos de baixíssimo nível de quem deveria ser o guardião da democracia nacional. O Presidente da República, que já ordenou que as instituições deixem de comprar jornais - e tenta retirar editais e balanços do modelo de negócio dos impressos - está se comportando como um déspota, que não aceita críticas ao ser (des)governo.

Pior para ele.

Hoje o matutino carioca, com extrema elegância, ataca o PR com luvas de pelica em editorial. Como uma ação sempre gera reação, é hora de esperar o que vem por aí pelos lados de Brasília.

Palmas a O Globo, que não ficou quieto.

domingo, 3 de novembro de 2019

Folha transforma limão em limonada


O Presidente da República, em um ato extremo de desrespeito à imprensa, ordenou o cancelamento das assinaturas da Folha de S. Paulo (SP) - a pediu para os anunciantes deixarem de ser clientes do jornal paulistano. Algo inédito no Brasil democrático.

Hoje a Folha respondeu em capa falsa.

Ótima reação. 

sábado, 2 de novembro de 2019

Folha esqueceu uma matéria


Aconteceu na edição de ontem da Folha de S. Paulo (SP). Há o espaço previsto para a matéria sobre o Brexit. Mas não a matéria.

Curioso. Esquecimento? Erro? É assim mesmo?

Na edição de hoje não há explicações.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Escolha sua capa


O Extra (Rio de Janeiro, RJ) quer agradar toda torcida: hoje sai com duas capas, dependendo da vontade do leitor.

Criatividade para conquistar leitores.

Estadão abriu o voto


Se alguém ainda tinha dúvidas sobre o posicionamento político de O Estado de S. Paulo (SP), depois da manchete de hoje o voto está escancarado.

O Estadão apoia a reforma da previdência. E, pelo jeito, outras coisas mais do atual governo.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Censura contra a censura na Austrália



Os jornais da Austrália foram às bancas hoje com um capa (auto) censurada. Trata-se de um protesto contra atos de intimidação e censura do governo, contra o Canal ABC e a um jornalista da News Corp.

O parlamento australiano aprovou mais de 60 leis que protegem o sigilo da informação, nos últimos 20 anos. A imprensa resolveu reclamar.

Se essa moda pegar em um país ao Sul do Equador...

PS: alerta atento do colega Alexandre Aguiar, via Jeison Rodrigues.


quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Breaking News: Mais três jornais deixam de circular



A crise do impresso chegou a Santa Catarina.

O maior grupo local, NSC (antiga RBS), anunciou hoje que a partir do dia 26 de outubro seus três jornais deixam de ser diários. Diário Catarinense (Florianópolis, SC), A Notícia (Joinville, SC) e Jornal de Santa Catarina (Blumenau, SC) se transformam em semanários, mantendo a operação digital.

Depois da Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e de A Gazeta (Vitória, ES), agora mais um líder regional abandona o papel, movido pela baixa circulação e pela queda de anunciantes. E desta vez são três produtos locais - mais o popular Hora de Santa Catarina (Florianópolis, SC), que desaparece por completo no impresso, mantendo apenas sua página digital.

Até o fim do ano, possivelmente outras marcas seguirão o mesmo caminho no Brasil.

A foto do ano


Ela se chama Gabriela Biló, repórter-fotográfica de O Estado de S. Paulo (SP), e acaba de produzir a melhor foto do ano.

Gabriela estava no lugar certo na hora certa (um talento dos bons repórteres) e clicou o "tiro" de Jair Bolsonaro em Sérgio Moro, sob o riso de Paulo Guedes.

A foto é brilhante. Tem tudo o que se espera de uma boa imagem: conta uma história.

Com toda certeza, será vencedora de concursos de jornalismo em 2019.

Parabéns, Gabriela!

PS: do FaceBook da colega Cileide Alves

Pequenas diferenças significativas


Em dia de grande tragédia, que abala a cidade, a capa do impresso já vem pré-pronta. Certamente O Povo (Fortaleza, CE) e Diário do Nordeste (Fortaleza, CE) tinham imagens da melhor qualidade para escolher e impactar no dia seguinte da queda do edifício.

Mas aí entra o talento do design. O Povo se preocupa até em entrelaçar o logo com os entulhos, criando uma simbiose perfeita. Rasga a foto e deixa a manchete que pouco acrescenta fora da caixa. Aqui quem manda é a foto.

Mas o Diário aplica o logo (em branco) e a manchete (em inexplicável negro) sobre a foto, roubando do leitor informações necessárias da imagem. Mais: não abre mão de anunciar um absurdo anabolizante no rodapé. Hoje era dia de esquecer tudo o que não fosse a tragédia.

Ponto para O Povo.

domingo, 13 de outubro de 2019

A lenta agonia de A Tarde


O jornal A Tarde (Salvador, BA) está morrendo.

Depois da crise econômica, da queda de circulação, dos desacertos empresariais, agora o editorial do histórico diário baiano está dando sinais de cansaço. Pelo jeito não há mais como reverter o quadro. Chegar vivo ao final do ano terá sido um feito louvável.

A canonização de Irmã Dulce é destaque sem margens para dúvidas em vários jornais brasileiros hoje, como o Estado de Minas (Belo Horizonte, MG) e Jornal do Commércio (Recife, PE). Mas em A Tarde a manchete é outra. Irmã Dulce ocupa apenas o terço superior.

A nova santa é mineira? Pernambucana? Não, Irmã Dulce nasceu, viveu e morreu em Salvador, onde, aliás, está seu santuário. Mas A Tarde distribui a atenção com vários outros temas. Para o jornal soteropolitano, parece normal o que ocorria no Vaticano. O diário assume sua irrelevância e não oferece meios para recuperar o espaço perdido.

Triste fim para um marco no jornalismo brasileiro. Seus dias estão contados.