Imprima essa Página Mídia Mundo: 2012

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Mídia terá um grande 2013


Não, o Mídia Mundo ainda não enlouqueceu.

Apesar de jornais fechando em 2012, empresas de comunicação operando no vermelho e uma perspectiva de crescimento de PIB mais moderado no ano que vem, quem trabalhar bem, respeitando princípios de ética e com o foco na audiência, terá um ótimo 2013.

Alguns conselhos para que o ano seja excelente:

* O coração de uma empresa jornalística é a redação. Se é preciso reduzir custos e enxugar a folha, o último lugar onde se deve buscar demissões é a redação. Redação é o diferencial, é o que motiva a compra de um exemplar.

* Redação é uma usina criativa. Cada vez mais as informações chegam ao mesmo tempo para todas as empresas de comunicação. Uma redação inteligente transforma a notícia em conteúdo indispensável. Uma redação limitada apenas republica a notícia commodity.

* Depender de anúncios oficiais - prefeitura, estado e união - é a morte anunciada de uma empresa de comunicação. Além do absurdo apoio editorial que isso acarreta, essa forma de viver depende de quem estiver no poder. A eleição pode determinar o fim. Verba oficial é bem-vinda, mas deve ser complemento, nunca subsistência.

* O acionista de uma empresa de comunicações deve tratar de seu business como outro qualquer: o objetivo número 1 é ganhar dinheiro. Não existe caridade, não existe usar o poder paralelo da mídia. Mídia é negócio. O acionista deve estar longe da operação, cobrando resultados de seus executivos. Acionista que gosta de estar presente, corrigindo vírgulas ou pedindo matérias sobre seus amigos, é o primeiro passo à morte da empresa.

* O departamento comercial precisa valorizar o produto. Se os contatos já começam uma negociação oferecendo descontos gigantescos - tentando fechar a venda para atingir metas - como pagar a conta? Essa prática enfadonha vem matando as empresas. Ela só serve para garantir bônus aos contatos  e ao gerente. É como dar placebo para um paciente que necessita penicilina. E ainda comemora a venda.

Bem, esse aperitivo é apenas uma amostra das provocações do Seminário Mídia Mundo, que em 2012 visitou várias empresas de comunicação no Brasil e no Exterior. Uma atividade que motiva, rediscute princípios, busca a criatividade escondida nos profissionais. Em diversos formatos, sob medida para jornais, TVs, sites, rádios. E, como cereja do bolo, um estudo de viabilidade para integrar as operações multimídia.

Feliz Natal, um ótimo ano novo e não esqueça: em 2013, chame o Mídia Mundo.

PS: as ilustrações de hoje vêm de uma busca pela palavra "jornal" no Google. Todas estão na primeira tela. Pertencem ao Brinque Book (www.brinquebook.com.br), ao blog Como eu Sou Girassol (http://comosougirassol.wordpress.com/2012/11/26/coluna-no-jornal/) e à Folha de S. Paulo, via biblioteca do Colégio Bandeirantes (http://biblioteca.colband.net.br/2011/02/25/como-sao-produzidos-os-jornais/).

PS2: o Mídia Mundo volta em janeiro.






sábado, 22 de dezembro de 2012

O fim do mundo não chegou


Depois de tanto alarme falso sobre o fim do mundo no Calendário Maia, o Courrier Picard (Amiens, França), da periferia de Paris, anunciou para seus leitores:

"Nosso jornal segue saindo todos os dias"

Um pouco de humor não faz mal a ninguém.

A solução gráfica canadense


Os jornais canadenses estão inovando em soluções gráficas de capa. Virou tendência nacional.
Hoje nada menos que três diários do Canadá fazem a mesma opção para definir a capa: texto.
The Globe and Mail (Toronto, Canadá), National Post (Toronto, Canadá) e The Hamilton Spectator (Hamilton, Canadá) abrem mão de grandes fotos e trabalham forte a criatividade sobre formato de texto.
Uma ótima saída.




sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Enquanto isso, na Marginal...


É Dilma de novo em O Estado de S. Paulo (SP).

Mesmo com o fim do mundo, com chuva, com sol, com calor, com frio, com o Corinthians, com a violência, com o que for: é sempre Dilma no conservador diário paulistano.

A oportunidade chegou

O fim do mundo anunciado chegou - talvez não com o epílogo esperado pelos apocalípticos.

Com tanta previsibilidade, que planejou a edição de hoje se deu bem.

Sete exemplos de como ser criativo com a oportunidade certa.





Invenções equivocadas no design


Há sempre um palpiteiro de plantão colocando mais e mais informações nas páginas, mesmo quando não deve - ou de forma equivocada.

Em O Liberal (Belém, PA), para agradar quem queria mais uma submanchete, criaram um título alto, com uma palavra em vermelho, que só serve para tirar força da manchete. Um claro erro de design.

No Diário de Santa Maria (Santa Maria, RS) aplicaram dois banners horizontais com fundo bege, ambos em cinco colunas, sem qualquer sentido. Só serviu para prejudicar a capa.

Desenho é informação. Desenho mal feito é perda de impacto.

O intruso


O que significa aquele 0 no meio da manchete do Diário Catarinense (Florianópolis, SC)?

Erro de digitação?

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A foto que irrita o leitor


A quem interessa uma foto do prefeito e dos vereadores diplomados?

Fácil: a eles, somente a eles - e suas famílias. Ah, sim, aos assessores de imprensa também.

Se o Notícias do Dia (Florianópolis, SC) quer ser um jornal relevante na capital catarinense, precisa primeiro entender o que é informação necessária para seu leitor.

A capa de hoje é uma tremenda bola fora.

Senso de oportunidade


O Extra (Rio de Janeiro, RJ) nem esperou pelo dia 21. O fim do mundo é hoje, segundo o popular carioca.

As más notícias que ocupam a capa dão o tom trágico e bem humorado necessário.

Muito bom!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Faltou criatividade na repercussão


O Corinthians ganhou o Mundial domingo. Ontem foi a chegada apoteótica em São Paulo. O Timão tem a maior torcida de São Paulo. O Lance (SP) é um jornal de esportes, principalmente futebol.

Como explicar que a principal aposta do dia é a contratação do veterano Lúcio, pelo rival São Paulo?

A tarefa de um jornal é fazer o grande fato sobreviver por muitos e muitos dias. É dia de Corinthians. O resto é o resto.

Errou a mão o Lance. Faltou criatividade.

Repercussões criativas


Uma notícia de peso, que faz o mundo inteiro só falar daquilo, precisa de tratamento especial.

O tiroteio na escola de Connecticut, por exemplo. Trata-se de uma informação tão forte que a repercussão deve ser enorme. E aí entra a criatividade do jornalista, em fazer a notícia sobreviver uma semana.

No The Washington Post (Washington, DC) a foto do dia é a recompra de armas pelo governo, na tentativa de desarmar a população. A foto impacta.

No Connecticut Post (Bridgeport, CT) a linda foto dos alunos voltando à escola pela primeira vez depois do massacre.

É preciso ser criativo sempre. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Beira o inacreditável


Tente entender a manchete do Diário de Taubaté (Taubaté, SP).

1. Fala de São Paulo capital, cidade a 150km de distância;
2. Diz que a grande maioria dos paulistanos dará presentes de Natal;
3. Na linha fina ainda diz que o gasto será semelhante ao de 2011;

Aí vem a pergunta: Por que isso é manchete?

A manchete de um jornal é sua informação mais importante, a isca para trazer o leitor, para atiçar a curiosidade que quem coloca o olho na capa, para vender um exemplar.

Alguém, em sã consciência, para R$ 1 para ler isso?

Não adianta ter feito um recente lifting no projeto gráfico. O modelo editorial do Diário de Taubaté é que é seu verdadeiro problema. Falta jornalismo de qualidade. 

Escolha sua imagem

Qual é a foto que conta tudo no day after das cerimônias fúnebres da tragédia de Connecticut?
Cada jornal pensou em uma estratégia.
Os locais Record-Journal (Meriden, CN) e Republican American (Waterbury, CN), bem como o The Philadelphia Inquirer (Philadelphia, PV), optaram por fotos bem fechadas, destacando rostos sofridos e familiares chorando.
The New York Times (Nova York, NY) fez a foto ao longe, da fila de carros entrando no cemitério. Los Angeles Times (Los Angeles, CA) também foi com o automóvel, enquanto The Washington Post (Washington, DC) preferiu balões brancos em primeiro plano.
O que é melhor?
Cada foto tem sua mensagem. Cada imagem tem um público. Cada jornal sabe o que fazer.






segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Uma maneira original de contar histórias

Quem disse que para se contar uma história é preciso escrevê-la ou narrá-la?

A "velha senhora" do jornalismo ensina seu storytelling sem mencionar uma só palavra. São as imagens que mandam no vídeo do The New York Times (Nova York, NY), sublinhadas por uma suave música.

O mundo das comunicações, mais do que nunca, vive de boas ideias. Essa do NYT é matadora. Genial.


Procura-se o Japão


As capas dos quatro grandes jornais ingleses não deixam espaço para dúvidas. Os assuntos do dia em Londres são o prêmio de personalidade esportiva do ano ao ciclista Bradley Wiggins e ainda a tragédia de Connecticut.

E a derrota do Chelsea para o Corinthians no Japão?

Nem sinal em The Times (Londres, UK), The Guardian (Londres, UK), The Independent (Londres, UK) e The Daily Telegraph (Londres, UK).

Não que o noticiário sobre o clube londrino não interesse aos leitores, nem porque o Chelsea perdeu. É a competição que não empolga.

Na Inglaterra, como no resto da Europa, se consideram importantes Champions League, Campeonato Nacional e Copa.

Na América do Sul o Mundial do Japão vem na frente.

Questão de ponto de vista.





sábado, 15 de dezembro de 2012

Como matar uma grande foto


Escolha um editor de arte ruim, um editor de capa incompetente ou escute o conselho absurdo do dono do jornal "Quanto mais informações, melhor".

Pronto, sua capa será tão inexpressiva como a do Daily Local News (West Chester, PA).

A foto é excelente. A intervenção sobre ela péssima.

PS: via Twitter, @giner

Trofeu Tô Nem Aí


Na cidade dos jogos, o clima parece ser outro.

O Las Vegas Sun (Las Vegas, NV) esqueceu-se da tragédia de Connecticut.

O lindo mosaico da capa é uma homenagem ao rodeio da cidade, que termina hoje.

Tô nem aí.

A grande pergunta


O jornal NH (Novo Hamburgo, RS) apostou tudo na grande tragédia dos EUA e acabou acertando na pergunta.

Por quê? Why?

É muito melhor para um jornal buscar o porquê do que ficar repetindo as informações gastas de tanto aparecerem na TV e na Internet.

O passo a mais do jornal gaúcho foi dado, bem acompanhado por uma foto que diz tudo.




sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Dilma na Rússia, entrevista na França


Não, na Rússia ninguém está interessado em saber os passos de Dilma por lá, se foi ao Bolshoi ou ao museu.

Na capa do Pravda (Moscou, Rússia) e do Isvetzia (Moscou, Rússia) apenas noticiário local.

Já na França uma exclusiva da presidenta ganha o espaço nobre da capa no Le Monde (Paris, França).

Diz ela: "Eu não tolero mais a corrupção".

Será verdade ou é discurso para francês ver?




O furo pede passagem


O Estado de S. Paulo (SP) publica a ameaça de Paulo Vieira jogar tudo no ventilador.

Pelo jeito tem chumbo grosso chegando.

O furo tem prioridade.

O jeito simples de dizer a mesma coisa


A informação é a mesma: o cantor lírico italiano Andrea Bocelli pode gostaria de cantar em Florianópolis.

O Diário Catarinense (Florianópolis, SC) usa três linhas e ataca de "se dispõe".

Hora de Santa Catarina (Florianópolis, SC), do mesmo Grupo RBS, vai no simples: "quer cantar".

Mais simples, mais direto, mais próximo ao leitor.

E tem gente que não entende por que caem as vendas dos jornais generalistas e crescem as dos populares.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Relevante é diferente de importante


Atenção editores conservadores: aprendam com o The New York Times (Nova York, NY).

A foto principal do dia não tem matéria. E é polêmica. Duas mulheres recém casadas tomam um metrô de volta para casa. Casaram no dia 12/12/12.

A foto de Fred R. Conrad é ótima - a reação do oriental sentado no mesmo banco de metrô é sensacional..

A foto não é de políticos. Nem de celebridades. É de gente comum, pessoas que fazem Nova York ser a cidade mais interessante do mundo.

O fato é importante?
Não do ponto de vista do jornalismo antigo, cansado, gasto, chato, ranzinza.
Sim do lado de quem vê que nada mais relevante que a sociedade e suas novidades.

Os clones no Ceará


Hoje o jornalismo de clones acontece no Ceará.

O Povo (Fortaleza, CE) e Diário do Nordeste (Fortaleza, CE) saíram com a manchete praticamente igual.

É o clone nordestino.