Imprima essa Página Mídia Mundo: 2012-11-04

sábado, 10 de novembro de 2012

Jornal-Manifesto


Jornais devem defender o leitor, a sociedade, os valores do cidadão. Deve liderar campanhas, fazer a voz do leitor ser escutada.

Por isso é de se aplaudir a iniciativa de A Gazeta (Vitória, ES) ao defender o que os capixabas julgam ser direito do Estado: os royalties.

Se há um prejuízo alegado de R$ 1 bilhão apenas em 2013, vale a pena defender bandeiras e criar uma identificação entre jornal e leitor.

A fidelização é imediata.

Escorregão de sábado em dois bons jornais


Dois bons jornais dormiram no ponto.

O Popular (Goiânia, GO) levanta uma ótima questão - o financiamento de campanha dos vereadores - mas não investiga. Se há dúvidas sobre a origem do dinheiro em 25 campanhas o jornal precisa ir atrás de respostas. É o compromisso com o leitor.

O Diário do Norte do Paraná (Maringá, PR) dedica meia capa a um acidente que engarrafou uma estrada por quatro horas. Mas que já era passado quando anoitecia ontem na região, o que dizer de hoje. A saída, para não perder o gancho, deveria ser uma análise de como os maringaneses estão reféns de uma artéria apenas para se movimentar. Deu acidente, para o mundo. Da maneira como foi ás bancas, ODNP já chegou com cheiro de velho.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Tudo igual e diferente



Os leitores do Paraná acham que estão de ressaca.

Foram às bancas e encontraram os concorrentes Diário dos Campos (Ponta Grossa, PR) e Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR) com a mesmíssima manchete, exceto no principal: a informação relevante.

RS$ 26 ou 28 milhões?

Se nem os jornais sabem, imagine os leitores.

No Espírito Santo o problema não é o cálculo, mas a forma de apresentar.

Quantos empregos no novo shopping?

Segundo o líder A Tribuna (Vitória, ES) serão 1.000. De acordo com o popular Notícia Agora (Vitória, ES) 2.300.

A diferença, nesse caso, está no que foi calculado. Em AT valem apenas os empregos fixos, depois da abertura da expansão. Para NA valem também os empregos para a construção.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O digital salvando o papel


Veio do La Dernière Heure (Bruxelas, Bélgica) a saída mais criativa para seguir as eleições americanas sem perder o deadline da edição papel.

O código QR.

Muito bom!

PS: via Twitter de @Giner

Em defesa do cidadão


A Gazeta (Vitória, ES) está fiscalizando a atuação da prefeitura em relação aos serviços básicos da cidade.

Há dois dias o jornal anunciou que faltava preparação para as chuvas.

Ontem choveu e a cidade virou um pandemônio.

Na mosca!

Simples, fácil e extremamente informativo


Não é preciso enfeitar gráficos com ilustrações, cores irreais, fontes fora do padrão.

The New York Times (Nova York, NY) ensina que a informação visual simples e direta é o objetivo número 1 de um jornal.

Que sirva de exemplo.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Cadê a notícia?



Ter a maior ou a menor taxa entre os estados brasileiros pode render uma manchete.

Mas será que sendo a terceira pior - Jornal da Paraíba (João Pessoa, PB) - ou ainda a sétima - Folha de Londrina (Londrina, PR) - vale manchete?

E quando esses estados liderarem a relação, onde colocar a manchete? Em um pôster?

Se você não sabe, não conte - Update



Leia o Update ao final do post:

O que ameaça o fim dos jornais não é o avanço das mídias digitais, mas o mau uso que os editores fazem de seus exemplares.

Como dar ao leitor uma notícia pela metade?

Imagine-se assinante de qualquer um dos quatro jornais desse post. Você acorda e quer saber quem venceu as eleições americanas.

Ou você encontra no seu exemplar, ou busca no rádio, na TV ou na Internet.


Só o que não vale é o jornal que você paga dar uma informação pela metade.

Folha de S. Paulo (SP), O Estado de S. Paulo (SP), Zero Hora (Porto Alegre, RS) e Correio Braziliense (Brasília, DF) se prepararam para publicar em manchete o resultado das urnas. Como o processo foi mais lento do que o esperado, a manchete saiu capenga, incompleta, o famoso "engana-leitor".

É o fim do jornalismo de papel. Uma lástima. A prova de total irrelevância do meio jornal. Um exemplar desnecessário, bêbado, perdido no mundo.

A Folha até ficou conhecida por dar resultado de primeiro tempo das partidas de futebol - um desserviço deselegante.

Um conselho: se a edição precisa fechar e você não tem a informação para dar, encontre outra manchete, de outro tema. A informação incompleta é um suicídio anunciado.


UPDATE: Pelo menos 3 dos 4 jornais acima citados editaram um terceiro clichê informando o resultado das urnas nos EUA.
Abaixo as 3 capas, que ficaram prontas depois das 2h da madrugada, em um ágil trabalho de quem ficou no plantão.







Um pouco de criatividade


Para a sobrevivência do bom jornalismo, há gente que ainda se dedica a pensar nessa profissão.

Las Vegas Sun (Las Vegas, NV), Ara (Barcelona, Espanha) e The Times (Londres, UK) conseguiram planejar - com simplicidade - a vitória de Obama.

E escaparam da Galeria Mais do Mesmo.




Galeria Mais do Mesmo


Nem adianta procurar.

O day after das eleições americanas é visto com extremo conservadorismo pelos jornais americanos.

Os principais jornais do país estão iguais, com pequenas variações.

Um desfile de "mais do mesmo".
















terça-feira, 6 de novembro de 2012

Noticiário fúnebre


Por que tanta violência nas manchetes dos jornais brasileiros?

Será que é um conteúdo que "vende", como a circulação gosta de dizer?

A violência está nas ruas das grandes cidades. É uma ameaça constante. Se permanecer nas manchetes dos jornais será um convite para o leitor sequer ir até a banca comprar um exemplar.

Um pouco de paz, pelo menos nas capas.








Novo projeto gráfico não muda a essência


O Jornal de Brasília (Brasília, DF) modernizou o projeto gráfico há uma semana.

Mexeu no logo, nas fontes, na navegação, na arquitetura das páginas. Mas mudou quase nada de seu modelo editorial, a essência do seu jornalismo. E aí é onde mora o perigo.

Um projeto gráfico desconectado do modelo editorial serve para iludir o leitor por, no máximo, uma semana. Depois o leitor se dá conta de que, na verdade, nada mudou, apenas a estética. E isso é muito pouco.

O problema do Jornal de Brasília é relevância. O jornal não é visto, não é comentado, não repercute. E assim não basta ser bonito. Ou diferente, como diz a propaganda. É preciso ser diferente nos pontos que agregam valor, que conquistam o leitor. Se é apenas no grafismo o jornal é desnecessário.

De qualquer maneira é um primeiro movimento para o Jornal de Brasília se mexer.

É preciso ser mais direto


De repente virou moda em alguns jornais brasileiros dar em manchete alguma informação "enigmática".

O que o leitor quer saber é a resposta à questão que A Notícia (Joinville, SC) levanta.

Joinville quer Obama? Joinville que Romney? Joinville pode sair favorecida com democratas ou com republicanos?

É preciso ser mais direto. Não há mais tempo a perder.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A foto, a edição e o fotógrafo


A foto do dia é do repórter fotográfico Celio Messias, que captou o desespero do torcedor palmeirense.

Mas quem soube valorizar a imagem?

Apenas O Estado de S. Paulo (SP). Só o Estadão limpou a área e apostou nessa foto, sem interferências de jogadores ou outras informações desnecessárias. Bem aberta, na metade de cima da capa.

Os populares Diário de S. Paulo (SP) e Agora (SP) confundem o leitor com uma salada de fotos desconectadas. Diário do Comércio (SP) também. Sem apostar em uma imagem não se transmite informação alguma.

E há uma curiosidade nessa foto: cada jornal credita de uma forma diferente. O Estado de S. Paulo apenas informa o nome do fotógrafo. Diário de S. Paulo atribui à Gazeta Press. Agora fala em O Globo. Diário do Comércio em Folhapress.

Afinal, para quem Celio Messias trabalha?