Imprima essa Página Mídia Mundo: 2020-10-25

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Tomar posição é qualidade, não defeito


Há um mito no jornalismo de que a "imparcialidade" precisa guiar as decisões editoriais. Esse critério é tão antigo que até mesmo as tradicionais publicações do planeta já não o seguem - embora muitos brasileiros que não querem tomar posição aproveitam essa "desculpa" para não descer do muro.

É muito diferente tomar uma posição de mentir. Assumir um lado significa que editorialmente a marca considera isto melhor do que aquilo, este mais indicado do que aquele outro. Mesmo em eleições. Mas é inaceitável mentir ou esconder informações em benefício de A ou B.

The Economist (Londres, UK), a mais respeitada revista de economia e política do mundo, foi às bancas hoje com uma imagem de uma surrada bandeira americana sobre a Casa Branca e a manchete que não deixa dúvidas: Por que tem que ser Joe Biden.

Lamentavelmente no Brasil os meios de comunicação têm medo de assumir tão abertamente um lado, como The Economist fez. Isso é sinal de grandeza, de transparência para com sua numerosa audiência.



 

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Mais neutralidade burra no Sul

Outra segunda-feira, outra vez a neutralidade burra nos impressos gaúchos.

O Internacional disputou uma "final antecipada" contra o Flamengo. Os dois líderes em um jogo eletrizante, decidido aos 50 minutos do segundo tempo.

Grêmio - apenas no meio da tabela - foi com os reservas enfrentar o Athlético do Paraná, equipe da zona de rebaixamento.

O que fazem os impressos gaúchos? Espaços iguais. Ou seja, não conseguem admitir que as partidas não têm o o mesmo peso, a mesma importância. Mesmo que ambas valham os mesmos 3 pontos, uma define a liderança do Brasileirão. A outra absolutamente nada - com uma equipe descaracterizada.

Zero Hora (Porto Alegre, RS), Correio do Povo (Porto Alegre, RS), Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS) e até o Jornal NH (Novo Hamburgo, RS) oferecerem os famigerados "espaços iguais" às duas equipes. Negam-se a pensar como um jornalista deve pensar: priorizações, escolhas, hieraquias.

PS: no post Neutralidade Burra, da semana passada, que mostrava exatamente a mesma coisa 7 dias atrás, recebi um comentário alegando que isso ocorre para agradar o assinante, que do contrário cancelaria sua assinatura. Pois devo dizer que esse tipo de justificativa não faz o menor sentido. Os assinantes estão fugindo pela baixa qualidade dos impressos, que insistem em praticar erros como essa pseudo-neutralidade. É preciso ter coragem para decidir, enfim, o que é mais importante. E descer do muro.



 


domingo, 25 de outubro de 2020

Um caderno para crianças que vale a pena ler


O The New York Times for Kids é um suplemento que o The New York Times (Nova York, NY) publica especialmente para crianças. Mas diferentemente da grande maioria dos produtos para jovens, o NYT for Kids é sensacional. Bem feito, original, bem desenhado, bem pensado.

A edição da semana é sobre como alguém se transforma em presidente. Dá vontade de ler. Tem passatempos, tem desenhos super bem acabados, jogos, gráficos.

Enfim, quando se faz algo com talento e imaginação - e não de qualquer jeito - um produto pode dar certo.