Imprima essa Página Mídia Mundo: 2010-07-11

sábado, 17 de julho de 2010

Boa ideia de A Tribuna


A Tribuna (Vitória, ES), líder no mercado capixaba, manou um ator para as ruas com um cartaz: quero um emprego.

Em cinco horas, 10 propostas de trabalho.

Essas matérias são perigosas, quando mal feitas. Podem contar algo que não diga a verdade.

Mas a reportagem de A Tribuna é muito boa, pois revela um lado desconhecido de Vitória: a solidariedade.

A foto que fala

O trânsito caótico parou Belém ontem. Só se fala disso no Mercado Ver-o-Peso.
Mas quem quis saber mais pelo Diário do Pará (Belém, PA) ficou decepcionado. Pouca coisa nova e uma foto descartável.
Já quem optou por O Liberal (Belém, PA) viu em uma foto rasgada o tamanho do problema.
Essa imagem conta toda a história.

Capa gráfica para um tema duro


Quando a matéria é pesada, com fotos que pouco acrescentam - ou que chocam - a saída pela capa gráfica é ideal.

Assim fez o Die Presse (Viena, Áustria) para fala de Aids.

O Globo vai bem, O Dia vai mal

O caso do goleiro Bruno ainda é notícia - mas já cansou. As picuinhas levantadas por O Dia (Rio de Janeiro, RJ) já não têm o impacto do caso do menino Wesley. O Dia não raiou.
O Globo (Rio de Janeiro, RJ) teve mais sorte que juízo. O menino morto com a bala de fuzil perdida dentro da sala de aula foi personagem de uma série de reportagens do jornal, há pouco tempo. E revelou daquela vez que o maior problema da comunidade eram os tiros.
Acertou Wesley, lamentavelmente. Acertou também O Globo, mas essa história merecia mais.

Lição de jornalismo puro do Extra


O jornalismo é a arte que inquieta, emociona e faz pensar. Ou não tem sentido.

O crime que indignou o Rio de Janeiro ontem é notícia velha. A revolta contra os responsáveis não.

Extra (Rio de Janeiro, RJ) posicionou-se com veemência contra a Polícia Carioca, que errou feio na operação contra o tráfico e que provocou a morte do menino Wesley, 11 anos.

Nenhuma foto de sangue. Extra teve elegância para falar de um fato dramático.

Uma aula do jornal carioca.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A grande aposta de A Tarde


Não é comum ver A Tarde (Salvador, BA) com uma capa quase monotemática. Significa que a aposta é alta.

O tradicional jornal baiano percorreu as 26 regiões do Estado para descobrir os maiores problemas e as esperanças de um povo com as eleições.

Uma série muito importante - talvez um pouco longa para um jornal - que estará na ordem do dia dos candidatos, com absoluta certeza.

Gol de placa de A Tarde.

A foto que mostra o desconhecido


OK, é verdade, a foto de capa de Zero Hora (Porto Alegre, RS) não tem gente, apenas uma cerca de arame farpado.

Mas com a precisão da imagem de Liane Castilho, mostrando os detalhes da formação do gelo em todas as direções, precisa gente?

A imagem de capa deve revelar o desconhecido, o inusitado.

Hoje ZH conseguiu.

Confusão gráfica


O Diário do Grande ABC (Santo André, SP) está precisando urgentemente de uma reforma gráfica.

E além disso de uma direção de arte.

A escolha de fotos com cenas abertas, sem priorizar primeiros planos nas imagens pequenas, é um convite ao leitor comprar o jornal concorrente que estiver ao lado.

Muito confuso.

O fato e o factóide

O título desse post poderia ser Com as Mãos sujas de Óleo. Estaria correto, mas a verdade é um pouco maior.
As mãos sujas de óleo é a única semelhança entre o criador de ostras Luis Gomez e o presidente Lula.
Gomez está triste na capa do The New York Times (Nova York, NY), em uma maravilhosa foto em P&B de Nicole Bengiveno.
Lula está feliz na capa de O Globo (Rio de Janeiro, RJ), em uma imagem posada de Fabio Rossi.
Levantar os 10 - digo, os nove - dedos com o petróleo nacional é a foto esperada, pensada antes, programada pela Imprensa do Planalto. Um factóide.
Bons jornais não caem em factóides.
Ver o desespero de um criador de ostras que, por incompetência das instituições americanas, perdeu o bem que significa sua vida, seu trabalho, é fruto da inteligência criativa de um grande jornal.
Por isso The NYTimes é, possivelmente, o melhor jornal do mundo.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Desafio ao JB


Faltam apenas 47 edições para o Jornal do Brasil (Rio de Janeiro, RJ) deixar de circular em papel.

A lenta agonia termina em 01 de setembro.

Se já tem data marcada, por que não aproveitar essas derradeiras edições para ousar, fazer capas que chamem a atenção, gastar tempo em ideias?

Fica o desafio à equipe do JB. Tomara que o time do jornal carioca aceite.

Um gráfico simples que diz muito


A informação é simples e revoltante: o administrrador da pequena vila de Bell, na Grande Los Angeles, recebe quase 800 mil dólares anuais (cerca de R$ 1,4 milhão), tornando-se um dos maiores salários da esfera pública do país.

O que faz o Los Angeles Times (Los Angeles, CA)? Vai direto ao ponto, sem invenções ou pirotecnias. Um gráfico simples, de linha, que faz o leitor entender imediatamente o que se está falando.

Muitas vezes o simples é muito melhor que rebuscado.

O moderno e o conservador

Quem foi até uma banca de jornais de Fortaleza hoje conseguiu ter uma aula grátis sobre jornalismo moderno e jornalismo conservador.
O fato, conhecido pelo Ceará de Juazeiro a Sobral, é que o caseiro Rômulo Coelho admitiu ontem pela manhã o assassinato de um casal de empresários em uma casa de praia. As TVs e os websites deram um show de cobertura.
Para os jornais de hoje, esperava-se algo novo.
O que o Diário do Nordeste (Fortaleza, CE) trouxe? Exatamente o velho, o caduco, o que não interessa mais. Nem um centímetro extra de informação.
O Povo (Fortaleza, CE) demonstrou para que serve um jornal. Conseguiu uma entrevista com Rômulo e rasgou, sem medo: "Matei os dois. E daí?"
Hoje O Povo é um jornal útil. DN nem tanto.


quarta-feira, 14 de julho de 2010

A fumaça, o cachecol e o gorro

O Sul está sentindo o maior frio do ano. A queda brusca nas temperaturas obrigou o gaúcho, o catarinense e o paranaense a tirar as roupas de inverno dos armários.
Como fazer com que isso fique claro, nas fotos?
Zero Hora (Porto Alegre, RS) colocou até a fumacinha na boca do jovem. Correio do Povo (Porto Alegre, RS) escolheu a moça com tanta proteção que o leitor sente o frio só de olhar. Já O Sul (Porto Alegre, RS) buscou alguém que só deixou os olhos de fora.
Os três cumprem o que querem mostrar, mas se repetem. Todos tiveram a mesma ideia. Empate triplo.




terça-feira, 13 de julho de 2010

Como chocar e surpreender


De novo O Diário do Norte do Paraná (Maringá, PR) surpreende com uma capa inesperada.

As 60 cruzes, representando os mortos o trânsito, não deixam nenhum leitor indiferente.

Simples e inteligente.

Toda força ao local


Nada é mais importante em Minnesota do que o Capitólio, sede do governo.

Agora a cúpula entra em reforma.

O Pioneer Press (St. Paul, MN) não economizou capa para desenhar e explicar a obra.

Procura-se manchete


A edição de hoje do Jornal Cidade (Rio Claro, SP) traz uma novidade: não há manchete.

Possivelmente o editor quis colocar mais informações no espaço reservado à informação principal do que a boa diagramação permitiria.

Reduz corpo, condensa, espreme e deu no que deu.

É bom a direção do Jornal Cidade se dar conta que a cidade de São Paulo não cabe dentro de Rio Claro.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Ressaca holandesa

Basta ver as capas de De Volkskrant (Amsterdã, Holanda), Het Parool (Amsterdã, Holanda) e Trouw (Amsterdã, Holanda) para se imaginar como está a Holanda depois da derrota no final e mais um título que escapou.


Deixe a Espanha festejar

Hoje a festa é espanhola.
Merecida.

domingo, 11 de julho de 2010

Na hora da festa, é só emoção

Os sites dois maiores jornais esportivos da Espanha estão parecidos neste exato momento, na comemoração do título inédito.
Campeões é o que aparece em Marca (Madri, Espanha) e em Ás (Madri, Espanha).
Nesse caso, nada substitui a palavra mágica, que pode ser pronunciada pela primeira vez por lá.


A melhor sacada para o dia

Está em alguns blogs e na capa do Diário de S. Paulo (SP), ainda que pequeno, quase escondido.
Leila Diniz, que além de bonita, irreverente e atriz era também poetisa, escreveu nos anos 60 sobre a guerra de Espanha e Holanda.
Depois Milton Nascimento musicou, em "Um Cafuné na Cabeça, Malandro, Eu quero até de Macaco".
Não há dia melhor para lembrar da poesia de Leila.

O Mar

Brigam Espanha e Holanda
Pelos direitos do mar
O mar é das gaivotas
Que nele sabem voar

O mar é das gaivotas
E de quem sabe navegar.

Brigam Espanha e Holanda
Pelos direitos do mar
Brigam Espanha e Holanda
Porque não sabem que o mar
É de quem o sabe amar.





Espanha acredita, Holanda pega leve

Se depender dos jornais (e do polvo Paul, é claro), a Espanha já é campeã do mundo.
Marca (Madri, Espanha) e Ás (Madri, Espanha) apostam firme. Trouw (Amsterdã, Holanda) contém as emoções.

Alemanha, capital Fortaleza


Não existe nenhuma justificativa para a aposta editorial de O Povo (Fortaleza, CE) neste domingo.

Uma capa monotemática sobre um jogo ocorrido sábado, uma desnecessária decisão de terceiro lugar.

Mais ainda, uma partida em que não existe qualquer atração maior para o Ceará: não envolve suas equipes, não havia cearenses em campo.

Nem os jornais alemães deram tanto espaço assim. Muito menos os uruguaios.

Errou feio O Povo.

Primeira final da Espanha, mas a Catalunha tem outras prioridades

A Catalunha é uma região quase autônoma da Espanha. Por isso a tentativa de mudança nos estatutos federais levou 1,1 milhão de cidadãos às ruas de Barcelona. Não às mudanças.
Curioso é que isso acontece na véspera da primeira final de Copa do Mundo da Espanha, exatamente quando a maioria dos jogadores atua pelo Barcelona - Puyol, Xavi, Iniesta & cia.
Mas o cuidado com o estatuto é tamanho que hoje não tem futebol nas capas dos jornais da Catalunia. Nem La Vanguardia (Barcelona, Espanha), nem El Punt (Barcelona, Espanha).