Imprima essa Página Mídia Mundo: 2015-03-22

sexta-feira, 27 de março de 2015

Uma foto que não era para as capas


O alemão Andreas Lubitz enfrentou depressões e nessa semana, de repente, teve uma crise e atirou um avião contra uma montanha. Matou 149 pessoas, além dele.
Andreas teve 10 minutos para se arrepender. Não mudou de ideia.
Quis virar notícia. E virou.
Sua foto no FaceBook está hoje nas capas de dezenas de jornais pelo mundo. A mesma. Sorrindo. Fazendo pose.
Andreas entrou na mídia pela porta dos fundos.


quinta-feira, 26 de março de 2015

Furo, como sempre, tem prioridade


Mais uma vez o The New York Times (Nova York, NY) sai na frente do mundo praticando bom jornalismo.

O jornal conseguiu furar a justiça e revelou ontem online (e hoje em generoso espaço na capa) que o piloto da German Wings estava trancado fora da cabine na hora do acidente que matou 150 pessoas. Essa é a diferença de boato e informação.

Hoje o procurador de justiça francês, Brice Robins, confirmou a informação do NYTimes. E o fato virou verdade oficial. Topic trending.

No bom jornalismo, quem sabe fala antes da concorrência.

De olho na cidade


O Comércio da Franca (Franca, SP) está conseguindo fazer aquilo que o leitor espera de seu jornal local: fiscalizar as instituições.

Hoje publica na capa os acusados de desvio de dinheiro público - inclusive o prefeito.

O jornal é o braço ativo de defesa do cidadão.

quarta-feira, 25 de março de 2015

A frieza alemã


A Alemanha, país onde o voo deveria ter chegado, esconde a emoção e ataca o problema com frieza cirúrgica.

Frankfurter Allgemeine (Frankfurt, Alemanha), Die Tageszeitung (Berlim, Alemanha) e Süddeutsche Zeitung (Munique, Alemanha) preferem imagens do quadro de chegadas do aeroporto do que fotos de sofrimento de pessoas.


A emoção espanhola



A Espanha, país de onde partiu o voo da German Wings, apela para a emoção.

Fotos que falam por si, títulos que traduzem a tragédia.

ABC (Madri, Espanha), La Vanguardia (Barcelona, Espanha) e El Correo (Bilbao, Espanha) seguem essa linha.



Duas perguntas para uma capa estranha


Zero Hora (Porto Alegre, RS) é um jornal regional que às vezes cisma em ser nacional.

Hoje duas perguntas inquietam os leitores:

1. Faz sentido um jornal do Sul do Brasil ter sua maior aposta do dia à queda de um avião na Europa?

2. Se a resposta à primeira questão for "sim", não há nada mais novo para dizer do que "avião cai e mata 150"?

Não é para isso que servem os jornais em papel. As mídias mais ágeis deram todos os detalhes sobre essa notícia em diversas plataformas desde a manhã de ontem.

Na prática Zero Hora está pedindo ao leitor R$ 2,50 e em troca oferece uma notícia velha.

Assim não funciona.