Imprima essa Página Mídia Mundo: 2011-03-13

sábado, 19 de março de 2011

Falta conexão com o leitor

Qual o assunto das rodas de amigos no Rio Grande do Sul hoje? A liberação do garoto de 19 anos que confessou 12 assassinatos e desde ontem está nas ruas, pronto para mais um crime. Só se fala disso.
Mas os jornais locais, com a mania de querer ser grande, fecham os olhos ao que interessa ao leitor.
Zero Hora (Porto Alegre, RS) insiste com a Líbia. Correio do Povo (Porto Alegre, RS) também.
A Líbia? E quem quer saber da Líbia?
Por sorte os dois jornais sustentam a circulação com assinaturas. Se precisassem de venda avulsa seria um dia trágico.


Será que nem no fim de semana existe...

...algo mais interessante no Paraná ou no Pará do que o ultimato - repetido à exaustão ontem por mídias mais rápidas como TV e Internet - à Líbia?
Hoje é sábado, início do fim de semana, e a Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e O Liberal (Belém, PA) insistem com assuntos completamente desconectados da realidade local.
Errar é humano. Insistir no erro não.


sexta-feira, 18 de março de 2011

Bingo!

Dois jornais acertam em cheio em criatividade e relevância hoje.
O Correio Braziliense (Brasília, DF) esquece o que se passa no Japão e na Líbia e trata de um assunto que todos estão vendo, mas ninguém responde: afinal, o que Obama vem fazer no Brasil? A arte de capa é outra grande sacada.
Enquanto isso o Diário de S. Paulo (SP) descobre que a polícia vai utilizar a partir de amanhã, no show da cantora colombiana Shakira, um spray colante em quem sair da linha. O que fez o jornal paulistano? Testou o produto e contou ao leitor o que, afinal, é isso.
Dois ótimos acertos.


A diferença entre interessante e relevante


O segredo de um bom jornal está em saber ser relevante, uma evolução do importante e do interessante.

Mas hoje o sempre inovador Correio* (Salvador, BA) apelou para o interessante, sem qualquer relevância.

Na China, um milionário decidiu destruir seu Lamborghini de US$ 1 milhão em praça pública, como protesto pelos defeitos do automóvel.

Quis chamar a atenção e conseguiu 5 segundos de fama em alguns canais de TV do mundo inteiro.

O Correio* entrou nessa e deu a notícia bizarra e sem qualquer relevância como foto principal de capa.

No mínimo se superestimou o protesto na China.

Nada de novo no Pelourinho ou na Barra?

Será que segue não existindo...

...nada melhor para gaúchos e pernambucanos do que o exterior?
Ontem foi o Japão, hoje é a Líbia, em uma informação martelada por todos os telejornais na noite de ontem.
De novo Zero Hora (Porto Alegre, RS), Correio do Povo (Porto Alegre, RS) e Jornal do Commercio (Recife, PE) caíram nessa desinformação. E agora com a companhia de outro jornal local que se imagina nacional: a Gazeta do Povo (Curitiba, PR).
O jornalismo, mais do que nunca, precisa olhar para as esquinas da cidade, não para a tela da televisão.


quinta-feira, 17 de março de 2011

Será que não existe... (II)

...algo mais relevante para gaúchos e pernambucanos, com novidades que não estejam sendo repetidas a cada minuto pela TV, do que a tragédia do Japão?
Zero Hora (Porto Alegre, RS), Correio do Povo (Porto Alegre, RS) e Jornal do Commercio (Recife, PE) ainda vivem a síndrome dos jornalões. Querem parecer importantes, com manchetes internacionais (que já duram uma semana) em vez de olhar para a cidade, o bairro, a praça, os problemas urbanos.
E surpreendentemente o regional Pioneiro (Caxias do Sul, RS), que costuma focar na vida urbana e campeira da região, não resistiu ao apelo japonês e hoje parece um jornal de Sendai.


Será que não existe... (I)


...algo mais importante do que concurso de miss no Pará?

A importância editorial que o Diário do Pará (Belém, PA) deu à competição revela que nada é mais relevante para o jornal do que a disputa pelo título de mais bela.

Por sorte existe concorrência por lá.

quarta-feira, 16 de março de 2011

O Interior paulista ainda pensa pequeno

O Interior de São Paulo é uma das regiões mais ricas do país. Mas os jornais seguem se comportando como na década de 70. Não evoluíram como a sociedade.
Hoje o Jornal Cidade (Rio Claro, SP) quis colocar tantas informações na manchete que precisou reduzir o corpo. Resultado: o leitor não consegue enxergá-la.
Enquanto isso o Jornal da Cidade (Bauru, SP) perdeu uma oportunidade de ser útil, ao repetir fórmulas antigas. Se houve derramamento de cédulas falsas, o leitor quer ver um infográfico na capa orientando para os detalhes que diferenciam uma cédula verdadeira de uma falsa.
Os jornais ainda pensam pequeno, são muito conservadores.


terça-feira, 15 de março de 2011

Ideia boa, arte sem capricho


O Diário da Região (São José do Rio Preto, SP) quis repetir uma ideia de capa que muitos jornais já fizeram: o prato de comida como você nunca viu.

A matéria é sobre o preço da comida - que está custando menos.

O problema é a arte, sem nenhum capricho. A informação relevante é o preço, não a quantidade (mas só se destaca o número de gramas). As fatias estão mal compostas. As fotos - principalmente a da batata - são péssimas.

Ou seja, a arte estragou uma boa ideia.

Agora é tarde.

O escorregão do Correio*


Por que o Correio* (Salvador, BA) em pouco mais de dois anos após o novo modelo editorial e gráfico se tornou líder na Bahia, ultrapassando o tradicional A Tarde?

Porque soube valorizar assuntos locais, se identificar com o leitor, respeitar o slogan "o que a Bahia quer saber".

A capa de hoje é uma subversão a este princípio. Que o Japão está em colapso é notícia de sexta-feira passada. Que houve tsunami e terremoto, idem.

Em termos de imagens, nada supera a televisão.

Jornal serve para aprofundar os temas. Faltou trazer algo novo. Quer falar do Japão? OK, mas diga algo que os baianos ainda não sabem. Ache personagens, boas histórias.

Hoje o Correio* escorregou.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Explicar, explicar e explicar


Os sites precisam de muita agilidade e criatividade na cobertura da tragédia do Japão.

E precisam explicar, responder, prestar serviço.

O site La Información.com (Madri, Espanha) é perfeito na arte de responder dúvidas.

Vale conferir.

Dica do colega Chiqui Esteban

Os belgas sabem tudo de cultura visual

Não basta dar a notícia. É preciso mostrar algo que não está bem visto nas outras mídias. Para isso serve o jornal.
Os belgas entenderam a missão.
De Standaard (Bruxelas, Bélgica) e De Morgen (Bruxelas, Bélgica) ensinam como ser relevante graficamente em conteúdos que todos são bombardeados de informação, como a tragédia do Japão.
Ótimo.

domingo, 13 de março de 2011

Japão: Projeto gráfico, urgente

É preciso um novo tsunami para varrer de vez os conceitos gráficos conservadores do Japão.
Nem o Asahi Shimbum (Tóquio, Japão), com seus 10 milhões de exemplares diários, nem The Japan Times (Tóquio, Japão), o preferido dos estrangeiros que vivem por lá, conseguem seduzir pelo design.
Terremoto e tsunami, nada adiantou para rever conceitos. Essa é a máxima ousadia japonesa.


Brasil: Projeto gráfico, urgente

O domingo deixou o Rio de Janeiro muito perto de Araçatuba. no interior paulista.
As capas de O Globo (Rio de Janeiro, RJ) e da Folha da Região (Araçatuba, SP) pecam pelo mesmo erro básico: há mais elementos e menos apostas do que o formato da página permite. E aí não funciona.
Segundo informações de bastidores, O Globo teria fechado com uma empresa de design da Espanha, que recentemete redesenhou outro jornal de grande circulação do Brasil. O relançamento seria ainda em 2011, mas ainda não é oficial. Já a Folha da Região precisa acordar. Está muito ruim o desenho.