Imprima essa Página Mídia Mundo: 2013-08-18

sábado, 24 de agosto de 2013

A quem interessa essa manchete?


A presidente Dilma exibia mais de 60% de aprovação em março, segundo o Ibope.

Depois despencou a 31%, com a voz das ruas.

Hoje, passada a surpresa e o barulho, Dilma estacionou em 38%.

Isso é muito? Para O Liberal (Belém, PA) sim. O simples fato de colocar o "já" na manchete faz toda a diferença.

A quem interessa isso?

A um grupo político, não ao leitor.

A quem interessa essa foto?


No jornalismo antigo, as fotos de ações policiais ganhavam capas. Era uma forma de tranquilizar o leitor pela atividade de segurança pública e ainda uma maneira de fazer um agrado aos policiais - via de regra, fontes.

Só que fotos de apreensão de drogas sobre uma mesa é uma das coisas mais velhas do jornalismo, que não tem mais espaço no Século XXI.

Mesmo assim o Diários dos Campos (Ponta Grossa, PR) gosta de colocar essas imagens inúteis. E, de quebra, revela a identidade de uma agente.

Para que isso? A quem interessa?

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A matéria que ninguém fez

O tema "médicos cubanos" está na capa de muitos jornais hoje.

Se o anúncio do governo for verdadeiro, serão 4 mil profissionais, os primeiros 400 desembarcando já neste fim de semana.

Só que ninguém parou para pensar se isto vai ou não melhorar a situação da saúde brasileira.

Melhorou na Venezuela? Como é o nível da saúde pública em Cuba? Os médicos são bons mesmo? Se são tão bons, por que não passar pelo Revalida?

E tem uma matéria que basta uma calculadora para se chegar a ela. Como é possível Cuba formar tantos médicos? Que tipo de formação eles têm? Ou são paramédicos?

O mínimo que um jornal sério deve fazer é colocar um repórter dentro de um avião para que conte aos leitores a realidade da formação acadêmica de medicina em Cuba.

Simples assim. E fazer as contas, como nesse artigo.







quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Orquestra de buzinas

A propaganda é do ano passado, mas está valendo pela originalidade.

PS: dica do amigo Madruga Duarte

Quase bom


O jornal O Vale (São José dos Campos, SP) fez quase tudo certo. Quase.

Acertou em buscar na memória uma tragédia impressionante. Acertou na escolha da foto, fantástica. Acertou em buscar os familiares das 21 vítimas. Mas errou feio na manchete.

Dizer 10 anos de uma tragédia é não dizer nada de novo, apenas olhar o calendário. O que aconteceu nesses 10 anos? Essa era a manchete certa.

Ficou quase bom.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O detalhe que faz toda a diferença


Imagine-se aposentado. E olhando as capas dos jornais em uma banca.

Segundo Agora (SP), os atrasados serão pagos a partir de 10 de setembro.

De acordo com Diário de S. Paulo (SP) o pagamento será no dia 10.

Esse detalhe faz toda a diferença. Que dia, afinal, o aposentado vai receber?

Quem errou que dê a resposta.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Mudou a embalagem, mas manteve o vício


O Comércio da Franca (Franca, SP) mudou o projeto gráfico e o logo.

Ficou bem melhor, ainda que reine o conceito de colocar muitas informações na capa. 

A tendência dos jornais contemporâneos e apostar mais em menos assuntos.

Nisso o Comércio ficou devendo.




Beijinho, beijinho e tchau, tchau


Excelente senso de oportunidade do Lance (SP).

Bastou o selinho de Emerson Sheik virar polêmica para os lábios do jogador ganharem a capa do jornal.

Grande sacada.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Faltou a comparação


Dois jornais do Grupo Sinos pecaram pelo mesmo motivo: a falta de precisão.

O Jornal NH (Novo Hamburgo, RS) disse que o trânsito mata mais pedestres. Mais que vacas? Mais que cachorros? Mais que em 1950?

Já o Jornal VS (São Leopoldo, RS) disse que mata mais na cidade. Mais que nas estradas? Mais que em Novo Hamburgo? Que cidade mesmo?

Agora só falta ir cobrando


O Diário de Santa Maria (Santa Maria, RS) acaba de "adotar" um buraco remendado pela prefeitura.

Se o jornal for esperto, acompanha a evolução - ou o regresso - do buraco. E a partir daí levanta uma maravilhosa pauta sobre o que há por trás dos serviços terceirizados de remendos de buracos de rua.

Quanto mais rápido o buraco reabrir, mais veloz será a aprovação de mais verba para novo remendo.