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sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Esperar fim de jogo inexpressivo é jornalismo de antigamente nos impressos


Os impressos gaúchos estão parados no tempo. Não entendem o que o leitor está procurando - isso talvez explique a queda acentuada de assinantes.

Os três maiores - Correio do Povo (Porto Alegre, RS), Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS) e Zero Hora (Porto Alegre, RS) decidiram esperar o final de um jogo da Seleção Brasileira ) que terminou em torno à meia-noite) para rodar suas edições de hoje.

Um jogo que não decidia nada, que tinha dois jogadores de clubes do Sul na reserva (e só um entrou) e que não faz o menor sentido estar nas capas.

Aliás, procura-se algo sobre esse jogo nas capas dos jornalões.


 

domingo, 29 de agosto de 2021

Reportagem de alto nível


El País (Madri, Espanha) publica hoje um relato, em primeira pessoa, de um espanhol fugindo do Afeganistão. Ele passou pela mesma porta do aeroporto que, horas depois, explodiu por um atentado suicida. 

As boas reportagens merecem estar na capa. Em manchete.

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Triste momento do jornalismo gaúcho

O Rio Grande do Sul sempre foi um celeiro de excelentes jornalistas. Gaúchos são ainda disputados por veículos de outros estados, pela forma de trabalhar, inteligência e criatividade.

Lamentavelmente, o mesmo não se pode dizer dos meios de comunicação do Sul. Ainda resiste um absurdo vício de sonegar informações à audiência, caso a notícia exclusiva não tenha sido divulgada antes pelo próprio meio. Em outras palavras, se "levar um furo", melhor esquecer. A informação simplesmente não vai existir.

Ontem o site Matinal Jornalismo (Porto Alegre, RS) publicou, pelas 17h, a mais importante denúncia do mês: experimentos não autorizados com doentes de Covid no Hospital da Brigada Militar, utilizando drogas que sequer têm liberação de entrada no País. Um escândalo.

A notícia repercutiu em todo o Brasil - exceto no Rio Grande. Horas depois, O Globo (Rio de Janeiro, RJ) publicou que o Ministério Público está investigando essas experiências proibidas. Ou seja, já há consequências. São, pelo menos, 50 pacientes que receberam a droga proibida. 

Mas Zero Hora (Porto Alegre, RS) e Correio do Povo (Porto Alegre, RS) se calaram. Nem publicaram em seus meios digitais - até agora. Nem uma linha. Nada. Pelo menos dois repórteres de tais veículos divulgaram em suas contas de Twitter a reportagem do Matinal. Só que as marcas históricas, frente a um furaço, preferiram ignorar a informação.

Quem perde é a audiência. Infelizmente.
 

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Bom jornalismo não depende de marca histórica


O "furo" da semana é do Matinal Jornalismo (Porto Alegre, RS), um veículo que nasceu como Newsletter e hoje oferece várias frentes de informação de qualidade na capital gaúcha.

A droga proibida pela Anvisa, mas que ocupa os sonhos do presidente da República, está sendo testada em humanos no Hospital da Brigada Militar. Tudo errado. Não bastasse o perigo, há - é claro - interesses escondidos.

A boa notícia é que uma bela reportagem-denúncia não depende mais de grandes marcas. Bons jornalistas estão por todos os lados. Aqui Pedro Nakamura, bem acompanhado por Marcela Donini, Sílvia Lisboa e Juan Ortiz, soube apurar bem e editar sem deixar qualquer espaço para imprecisões.

O bom jornalismo sempre tem vez.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

A capa que muitos queriam ter feito


O time por trás de A Capa é uma seleção brasileira de capistas, jornalistas que já surpreenderam primeiras páginas dos maiores veículos do Brasil.

Sem compromissos com A ou B - apenas com a Democracia - A Capa lembra hoje que faltam só 500 dias para o mandato de Bolsonaro acabar.

Boa lembrança.

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Muito além da bola e do campeonato espanhol

É sempre possível encontrar uma razão para falar das coisas que chocam o mundo - ainda que seja em um diário esportivo.

Marca (Madri, Espanha) esquece o mundo de Real Madrid, Barcelona, Messi e Cristiano Ronaldo para entrar na crise do Afeganistão. Como sutileza. Com inteligência. E isso vale capa e mais duas páginas internas.

Excelente exemplo de como deve ser pensado um produto impresso nos tempos atuais.

PS: colaboração do colega e admirador de boas ideias Cláudio Thomas

 

União por uma causa em comum


Não é muito comum que publishers das maiores marcas jornalísticas de um país se unam, rapidamente, por uma causa em comum.

Ontem os responsáveis por The New York Times (Nova York, NY), The Washington Post (Washington, DC) e The Wall Street Journal (Nova York, NY) enviaram uma carta ao presidente dos EUA Joe Biden pedindo proteção aos correspondentes e colaboradores que estão no Afeganistão, país tomado pelo Talibã. É um apelo de intervenção para que os jornalistas possam sair do país em segurança.

Isso não muda em nada a cobrança que os três jornais fazem do Chefe de Estado. Nem vai gerar em troca alguma exigência para que os veículos sejam mais simpáticos aos presidente.

É uma questão humanitária.