Três leituras de um mesmo torneio

O torneio de Wimbledon é a principal atração esportiva do Reino Unido no verão europeu. É onde a nobreza se encontra com o mundo do tênis.

Os jornais britânicos cobrem muito bem a competição, cada um com sua leitura.

The Daily Telegraph (Londres, UK) vai no comum e esperado: uma foto de Andy Murray, ídolo nacional. O escocês The Herald (Glasgow, UK) prefere as torcedoras. Já The Times (Londres, UK) fala do fato do dia (derrota de Rafa Nadal) com uma maravilhosa foto de seu algoz, Dustin Brown.

Uma ilha de criatividade em um oceano de mesmices

O Pioneiro (Caxias do Sul, RS) brilhou hoje.

Foi para a estrada símbolo do degrado oficial na região (ERS-122) e contou os buracos.

Em um mês os buracos mais do que dobraram. Contra números não há argumento.

A pauta muitas vezes é bem mais fácil do que parece. Só precisa atenção e vontade do repórter.

Palmas!

Os estrangeiros regionais

O que Zero Hora (Porto Alegre, RS) e Metro (Vitória, ES) têm em comum?

Ambos são focados no conteúdo local e regional, mas adoram apelar para informações do Exterior.

ZH vai do visto para entrar nos EUA à enorme foto de uma praça em Atenas, passando pelo futebol na Argentina.

Metro, além do visto, publica uma gigantesca foto de um acidente de avião...na Indonésia!

Na dúvida melhor evitar

O jornal Hoje (Cascavel, PR) cometeu um "adéqua" na manchete de hoje.

A flexão do verbo adequar é polêmica. A grande maioria dos especialistas em língua portuguesa diz que o verbo não deve ser flexionado.

Se há dúvidas a respeito - e a palavra é muito feia - por que publicá-la?

Grande ideia. Só que não

Ficou feio.

O Jornal Cidade (Rio Claro, SP) copiou descaradamente a ideia inovadora do Meia Hora (Rio de Janeiro, RJ), de deixar o leitor colorir a capa.

Meia Hora, à direita, publicou em 11 de junho.

JC hoje, 13 dias depois. Sem qualquer referência ao diário carioca.

Foi mal, muito mal.

PS: mais uma dica da atenta Renata Maneschy

Reportagem de primeira no ES

A grande reportagem nasce da observação de leitores, de cidadãos, não apenas dos olhos atentos da Redação.

O Rio Doce, um dos símbolos do Sudeste, está secando. As duas fotos na capa de A Gazeta (Vitória, ES), tiradas com diferença de 12 dias, mostram a morte do rio. Sem deixar dúvidas.

A grande virtude de um jornal como A Gazeta é servir de porta-voz confiável ao que leitores de todo o Estado observam e denunciam.

Ótima reportagem.

A bandeira da discórdia

A Carolina do Sul tem a licença do governo americano de utilizar, com o mesmo peso da bandeira "Stars and Stripes", o símbolo da secessão. A bandeira das 13 estrelas está por todas as partes - ainda que muitos não entendem o que ela significa.

Agora, depois do massacre na igreja há poucos dias e das fotos encontradas do atirador com a bandeira, a governadora da Carolina do Sul decidiu retirar o símbolo dos órgãos públicos.

Ele representa o desejo dos sulistas em manter a escravidão.

O The Item (Sumpter, SC) define como o Momento de Unidade.

Um novo tempo nos EUA.