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terça-feira, 6 de outubro de 2009

A grande foto de buraco de rua


Não basta o registro, é preciso mais.

O bom fotógrafo não fica satisfeito com o óbvio.

Sua, cria, imagina, dispara na hora certa.

Assim nascem as grandes fotos, como a do foto-repórter Evilázio Bezerra, que brilha na capa de O Povo (Fortaleza, CE).

Genial.

Jornais ingleses em alta

A imprensa inglesa está na pole-position do melhor jornalismo.
Não bastasse a integração multimídia do The Daily Telegraph (Londres, UK), a vanguarda no mercado de populares e gratuitos e a redução do tamanho de todos os jornais, a qualidade segue melhorando.
Em suas edições de hoje, The Times (Londres, UK) e The Guardian (Londres, UK) apresentam jornalismo do melhor nível.
O Times busca cartas de tarô estilizadas para falar de uma pesquisa com votantes do Partido Conservador.
E o Guardian conta com um texto impecável a história de duas amigas adolescentes, de 14 e 15 anos, que se suicidaram juntas atirando-se de uma ponte em Glasgow.
Jornalismo de primeira classe.

O que é isso, Estadão?



Honduras na manchete?

Será que o mosquito da Folha picou o concorrente?

O Estado de S. Paulo (SP) tinha pelo menos cinco temas mais interessantes para oferecer com destaque a seu leitor.

Mas foi de Honduras.

Essa foi dura.

Infográfico deve ser claro e direto

A infografia existe para facilitar o entendimento do tema.
Deve, por isso, ser clara e direta.
Quando o autor da infografia coloca elementos que apenas enfeitam a obra, algo está errado.
E quando é preciso perder tempo interpretando os riscos e rabiscos, a info não serve.
O infográfico da capa do Politiken (Copenhague, Dinamarca) pode não ser um espetáculo, mas explica o que pretende em um olhar. A gangorra do apoio aos partidos é extremamente visual.
Já a tentativa de explicar o fluxo migratório do Die Presse (Viena, Áustria) é de uma complexidade absurda. Não se consegue entender o emaranhado de números e flechas.
Info é jornalismo, é informação rápida.

As fotos que só ocupam espaço

Antigamente, os jornais tinham um lema: uma matéria, uma foto.
Não importava o assunto.
Mais que isso: autoridades merecem fotos. Sempre.
O jornalismo moderno, porém, é muito diferente.
Foto é informação.
Ou a imagem transmite algo - e substitui inúmeras linhas de texto - ou não serve.
Apesar de parecer lógico, o novo conceito (que nem é tão novo assim) não é seguido por muitos jornais brasileiros.
Basta ver o que a Tribuna do Norte (Apucarana, PR) e O Norte (João Pessoa, PB) publicam hoje.
Vereadores reunidos, governador fazendo mais um discurso.
É hora de dar um basta definitivo nessa perda de espaço.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A boa história precisa ser contada

Não é todo dia que uma história como a que o Diário de Natal (Natal, RN) publica hoje na capa chega a uma redação.
Um barco com seis pescadores nigerianos apareceu na costa, depois de 35 dias à deriva.
O repórter Luiz Freitas faz a matéria, com fotos de Joana Lima.
Mas a reportagem, que tinha todos os ingredientes para encantar, acaba decepcionando.
É um relato burocrático do ocorrido, sem o sabor que a aventura poderia ter dado.
Como foram os dias em alto mar? Em que pensavam? Quais as maiores dificuldades?
Histórias, histórias, histórias.
Possivelmente o DN pediu ao repórter que fizesse a matéria pelo telefone, desde a sede em Natal. O barco apareceu no Sul do Estado. Isso acaba com a reportagem.
Uma história dessas é como a final da Copa do Mundo: não se pode economizar em transporte ou o que seja.
Perdeu o Diário de Natal. Perderam os leitores.

Adiós, Mercedes

A cantora argentina Mercedes Sosa morreu.
Sua voz forte, suas canções de protesto e seu posicionamento pela democracia contagiou o mundo inteiro.
La Negra está nas capas de jornais de todo o mundo.
Saludos de Colômbia, Equador, Alemanha, México, Holanda e Porto Rico.