Jornais nos EUA são claros ao assumir um lado em qualquer campanha eleitoral. Até para ser honesto com a audiência.
A tomada de posição é humana, existe, serve para defender ideias. Jornais são empresas, têm o direito de opinar também sobre os rumos do País, do Estado e da Cidade. Sem que isso interfira na isenção da reportagem, certamente.
Ou seja, The New York Times (Nova York, NY) e The Washington Post (Washington, DC) assumiram o voto na democrata Hillary Clinton, há dois anos, enquanto a rede Fox News defendia a eleição de Donald Trump. Isso tudo nos textos de Opinião, não no noticiário.
Sim, é difícil traçar essa linha divisória, mas ela é necessária. E nos EUA funciona bem.
No Brasil o jogo parece uma sucessão de mentiras que não servem a ninguém. A Rede Record (SP), por exemplo, é pró-candidato da extrema-direita (dito por seus funcionários), mas finge que é neutra. Folha de S. Paulo (SP) tende a defender o outro candidato, mas não assume.
Até que ontem a colaboradora e ex editora-executiva Eleonora de Lucena chutou o balde. Ela cobra, nas próprias páginas da Folha, que o jornal assuma a postura de uma opinião que já é disseminada no prédio e nas páginas - mas que os caciques têm medo de assumir.
Tem razão Eleonora.
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